Polêmica

Vídeo mostra agressões da PM durante manifestação na passagem da tocha em São Luís

Tumulto generalizado se formou na Praça Maria Aragão no domingo (12); manifestantes acusam a polícia de agir de maneira truculenta

OESTADOMA.COM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Manifestantes é agredida durante protesto na Maria Aragão
Manifestantes é agredida durante protesto na Maria Aragão

SÃO LUÍS - Membros do OcupaMinc-MA acusam a Polícia Militar do Maranhão (PMMA) de agir de maneira truculenta durante protesto que ocorreu no domingo (12), na Praça Maria Aragão, durante a passagem da tocha olímpica pela capital. Os manifestantes divulgaram uma nota de repúdio acompanhada de vídeo que mostra a ação dos policiais naquela noite.

A manifestação no local era contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) e a realização da Olimpíada no país. De acordo com os organizadores do movimento, o protesto estava ocorrendo de maneira pacífica quando a polícia tentou impedir a sua continuidade. Foi então que um tumulto generalizado se formou na região da Praça Maria Aragão. Bate-boca, correria, empurrões e ameaças assustaram quem estava no local.

Em vídeo divulgado pelo OcupaMinc-MA, é possível ver jovens sendo imobilizados e ouvir gritos de manifestantes pedindo para os policiais pararem: "para, para, para", "a gente não fez nada". Mulheres que tentavam impedir que companheiros fossem detidos acabaram sendo agredidas, jogadas no chão. O vídeo também mostra uma jovem sendo empurrada por um homem de camisa branca.

Homem de camisa branca empurra mulher, que cai no chão
Homem de camisa branca empurra mulher, que cai no chão

Um dos manifestantes detidos foi o músico Romildo Silva, de 22 anos, mais conhecido como Bigorna. Ele foi levado ao Plantão Central do Parque do Bom Menino e foi liberado após prestar depoimento. Outros jovens que também participavam do protesto registraram ocorrência reportando agressividade dos policiais. Eles foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) para se submeterem ao exame de corpo de delito. Em nota, o OcupaMinc-MA os manifestantes foram " agredidos, expostos e humilhados pelos esquadrões da barbárie".

Bigorna é imobilizado por policiais
Bigorna é imobilizado por policiais

Por meio de nota, a Polícia Militar justificou a ação, dizendo que usou força proporcional, após tentativas de diálogos (veja aqui).

Assista ao vídeo

Leia, na íntegra, a nota divulgada pelo OcupaMinc-MA

Ação truculenta da polícia contra a manifestação pacífica do OcupaMinC-MA no revezamento da tocha olímpica

Primeiramente, fora Temer. Segundamente, não vai ter tocha.

A OcupaMinC-MA esclarece que a saída livre de parte de seus integrantes em manifestação no último domingo não teve como única demonstração o repúdio ao governo golpista de Michel Temer. Protestar contra a passagem da tocha olímpica na nossa cidade foi uma deliberação espontânea dos ocupantes e de cidadãos maranhenses face ao descontentamento com a política devastadora dos megaeventos. Assassinas, excludentes e alienantes as Olimpíadas, assim como a Copa do Mundo de dois anos atrás, criam um equipamento de força repressiva proporcional aos ambiciosos interesses privados, leia-se: obras marcadas pelo sangue de trabalhadores da construção civil, de manifestantes enquadrados na lei antiterrorismo e de populações de cidades militarizadas e favelas “pacificadas”.
Sabemos, e por isso nos indignamos, que muito além da celebração do esporte como um vetor universal da paz e da fraternidade esses empreendimentos implantam um estado de exceção que pune tudo e todos que estiverem no caminho ou na contramão da sua realização.
Caminhamos ao lado do itinerário da chama, sendo pacifistas, fazendo arte contra aquilo que ela significava. E como já era de se esperar fomos agredidos, expostos e humilhados pelos esquadrões da barbárie, dessa vez em todas as suas siglas articulados para reprimir qualquer princípio de dissonância com o recado da mídia: “tocha: ame-a ou renda-se”. A PM-MA diferentemente da passividade com as manifestações pró-impeachment da Avenida Litorânea agiu de forma abrupta, espancando mulheres, idosos e selecionando a dedo os dois jovens, do sexo masculino e negros, que seriam detidos para forjar a sensação de dever cumprido.

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