Aedes aegypti

Sintomas da febre chikungunya podem durar até três anos

Ciclo da doença tem três fases, segundo especialista; muitas vezes, há necessidade de fisioterapia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
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Deixada um pouco de lado por causa do medo do zika vírus e suas consequências, a febre chikungunya segue fazendo vítimas. Das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a chikungunya é a que apresenta dores mais fortes e incapacita por mais tempo. E muitos dos pacientes que tiveram a doença relatam que ficaram com sequelas, que vão desde dores nas articulações até fraqueza muscular e desmaios. Segundo especialista, isso ocorre porque o ciclo da doença, que tem três fases, pode durar até três anos.
A aposentada Elza Alves da Silva, 76 anos, conta no calendário o tempo que vem sofrendo por causa da febre chikungunya. “Dia 26 fará três meses que estou doente”, informa. Foi na madrugada do dia 26 de março que a aposentada foi levada às pressas para um posto de saúde com calafrios, febre alta e quase inconsciente. Na unidade, ela recebeu diagnóstico de febre chikungunya. Foram duas semanas na chamada fase aguda da doença, com mais uma ida ao hospital, muitas dores nas articulações, fraqueza muscular e outros sintomas.

Sintomas persistentes
Mas após esse período os sintomas persistiram e outros apareceram. “A febre chikungunya tem três fases, a aguda, que dura em torno de 10 dias, a subaguda, que dura de 10 dias a três meses, e a crônica, que dura de três meses a três anos. Ao longo desse período o paciente pode desenvolver diversos sintomas, porque a doença tem várias apresentações clínicas”, explica a infectologista e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco.
Após a fase aguda da doença, a aposentada Elza Alves da Silva continuou com a perna esquerda inchada, sentindo dores e dificuldades de locomoção. Há cerca de três semanas, a perna já inchada voltou a doer, apresentou vermelhidão e surgiram bolhas que evoluíram para feridas. Em nova ida ao médico o diagnóstico foi de erisipela, uma infecção cutânea. “Para evitar ou minorizar o surgimento dos novos sintomas é preciso continuar com acompanhamento médico após a fase crônica”, explica Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco.

Dificuldades
A doença tem como principal característica a dor intensa nas articulações, que dura pelo menos três semanas. Quem já teve a febre chikungunya relata que tarefas simples, como caminhar ou levantar os braços, são às vezes impossíveis. É o caso da manicure Adriana Sousa. “Ainda há dias que não consigo vir trabalhar por causa das dores. No fim de semana, eu fiquei em casa, porque não conseguia movimentar minhas mãos normalmente”, conta.
Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco informa que nesses casos é fundamental fazer fisioterapia após a fase aguda da doença. “Mesmo com a persistência da dor e da fraqueza muscular, é preciso fazer alguma atividade física, porque a doença limita os movimentos e a fisioterapia ajuda a recuperá-los”, diz.
A infectologista recomenda ainda cuidado com a hidratação, sobretudo na fase aguda da doença. “No começo do quadro clínico, o paciente perde muito líquido. Por isso, é preciso redobrar o cuidado com a hidratação oral. Ela recomenda que os pacientes comprem em farmácias os chamados sais de reidratação oral”, indica. O pó para reidratação oral é utilizado em caso de desidratação leve ou moderada em adultos e crianças, composto por sódio, potássio, glicose e citrato sendo e é vendido comercialmente com os nomes de Hidrafix, Floralyte e Pedialyte.

Casos da doença
Segundo o último boletim de monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus no Maranhão, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), de 1º de janeiro a 4 de junho deste ano 5.243 casos de febre chikungunya foram notificados. Dos casos de febre chikungunya 214 foram confirmados em laboratório, 1.763 foram confirmados por critérios clínicos epidemiológicos e 3.266 casos estão em investigação. Do total de casos, em 2016, foi confirmado um óbito de paciente do sexo masculino, de 51 anos, hipertenso e diabético, residente de Barra do Corda.
Os casos de febre chikungunya foram notificados em 46 municípios maranhenses, sendo que os dez que apresentaram os maiores números de notificações, foram São Luís (1.253); Balsas (689); Bom Jesus das Selvas (391); Caxias (345), Cururupu (215); Zé Doca (206); Imperatriz (191); Primeira Cruz (167); Barra do Corda (114) e Senador La Rocque (108).l

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