Prejuízo

Greve de professores atrasa ano letivo e não há calendário de reposição em São Luís

Enquanto paralisação dos docentes, iniciada no dia 25 do mês passado, persiste, os alunos da rede pública têm prejuízos quanto à carga horária de atividades; haverá reposição de aulas, mas ainda não há nada pronto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Sem a maioria dos professores, alunos são liberados mais cedo na UEB Henrique de La Roque Almeida
Sem a maioria dos professores, alunos são liberados mais cedo na UEB Henrique de La Roque Almeida (PREFEITURA14061601H)

Eram 14h30 de ontem e Deivison de Oliveira, de 15 anos, morador da Vila Embratel, já se despedia dos demais colegas de turma, mes­­mo sendo aluno do turno vespertino. O motivo? Falta de professores em sua escola – a Unidade de Ensino Henrique de La Roque, situada na Rua 43 do bairro. A gre­ve dos docentes, iniciada no dia 25 do mês passado, causa prejuízos ao ano letivo de estudantes. Até o momento, a Prefeitura de São Luís não finalizou a elaboração do cronograma de reposição de aulas.
Enquanto isso, do lado de fora da UEB na Vila Embratel, outros alunos também estavam sem professores. Indignados, pediam a O Estado providências quanto a ausência de docentes. “Vocês precisam fazer alguma coisa!”, disse a jovem de 14 anos, do 6º ano do Ensino Fundamental, Clayra Serra. De acordo com ela, hoje, 14, também não deverá haver aula na escola à tarde. “Pelo que a diretora falou, não vai ter nada”, afirmou.
Procurada, a diretora da escola – que não teve revelou o nome – disse apenas que não estava autorizada a prestar algum tipo de informação. “Apenas oriento para você procurar a assessoria da Semed [Secretaria Municipal de Educação]”, limitou-se a dizer.
O parecer da gestora causou ainda mais revolta nos alunos. “Co­–mo é que a gente vai se formar, ser alguém, sem ninguém para nos ensinar?”, perguntou Andressa dos Santos, estudante do 8º ano do Ensino Fundamental da UEB Henrique de La Roque.
Com a ausência dos docentes das salas, a carga horária do primeiro semestre – previsto inicialmente para se encerrar até o início de julho deste ano em parte das escolas municipais – não tem data para ser finalizada. De acordo com informações do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís, 85 mil estudantes na cidade são prejudicados pela greve dos docentes.
Enquanto os docentes querem 11,36% de reajuste nos vencimentos, a Prefeitura – por sua vez – oferece 10,6% que seriam repassados de forma parcelada. A justificativa do Município para o pagamento escalonado seria “dificuldade financeira”, conforme exposto na audiência de conciliação mediada pelo Poder Judiciário e realizada na sede do Tribunal de Justiça do Maranhão, no dia 2 des­te mês.l

Professores definirão hoje rumos do movimento

A direção do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação) informou que hoje, a partir das 8h30, ocorrerá assembleia dos docentes na sede da Fetiema, localizada ao lado da Praça da Bíblia, Centro. De acordo com a entidade, esta será uma oportunidade de analisar a proposta de reajuste nos vencimentos da Prefeitura e deliberar sobre os rumos do movimento.
A tendência é que os professores mantenham o efetivo de greve. Nem mesmo a determinação de ilegalidade do movimento inibiu os docentes que, por sua vez, ingressaram com recurso questionando a cobrança de multa por dia de descumprimen­to da ordem, que determinava o retorno dos docentes às atividades.
Além de assembleia, de acordo com a direção do Sindeducação, os docentes ainda deverão realizar panfletagens em terminais de integração e atos públicos. Na semana passada, os professores realizaram manifestação e percorreram trechos de vias da cidade.

Resposta
Em nota, a Prefeitura de São Luís informou que apresentou várias propostas de reajuste salarial, chegando aos 10,67%, para que um acordo com a categoria dos professores fosse efetivamente realizado e que nem professores, nem estudantes sofressem o reflexo de uma paralisação. De acordo com a Semed, haverá reposição de toda carga horária e garantia dos 200 dias e 800 horas mediante calendário suplementar, em parceria com a comunidade escolar.

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