Turismo em baixa

Taxa reduzida de ocupação preocupa setor hoteleiro

Percentual informado pelos hotéis consultados por O Estado varia de 42% a 80% nos primeiros dias de junho; em alguns deles o índice foi menor em 2015

Jock Dean

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

[e-s001]São Luís tem o maior conjunto de azulejaria portuguesa da América Latina. Seu Centro Histórico é considerado Patrimônio Mundial da Humanidade. Por ser uma ilha, a cidade é cercada por praias, e no mês de junho a diversidade de cores e ritmos do São João toma conta da cidade. Com tantos atrativos, a capital maranhense é daquelas cidades que têm tudo para ficar lotada de turistas o ano inteiro, sobretudo na alta temporada, mas não é bem assim que acontece. A rede hoteleira de São Luís reclama que nos últimos anos a taxa de ocupação tem sido baixa.

A coordenadora do setor de reservas do Hotel Veleiros, localizado na Ponta d’Areia, Leni Medeiros, informou que a taxa de ocupação para o mês de junho está dentro do previsto, 60%. No entanto, esse índice é o mesmo há pelo menos três anos. “Nosso público é principalmente o de turismo corporativo, que vem a trabalho e aproveita para ficar alguns dias a mais na cidade”, informa. Ainda segundo Leni Medeiros, o mês de dezembro é o de maior ocupação no estabelecimento.

Leve alta em 2016
No Grand São Luís Hotel, que fica na Praça Pedro II, Centro Histórico da capital, a taxa de ocupação está em 60% para junho deste ano, mas em 2015 ela foi ainda menor. “Em relação ao ano passado, a nossa taxa de ocupação subiu um pouco. Ela foi de 48% em junho de 2015”, afirma Bruno Carvalho, coordenador de reservas do estabelecimento. Ele informa ainda que as tarifas mais baratas cobradas pelo hotel este ano ajudaram a aumentar o número de hóspedes. Ainda segundo ele, São Luís tem tarifas mais competitivas se comparada a outras capitais nordestinas, mas a crise financeira está fazendo muita gente adiar as viagens. “Os custos para viajar estão mais caros este ano e isso está pesando muito. Apesar disso, tivemos uma leve elevação na nossa taxa de ocupação para junho”, diz.

Em outros hotéis da cidade, a taxa de ocupação e reserva está ainda menor, como no Rio Poty Hotel, localizado na Ponta d’Areia, onde a ocupação média este mês está 42%. Apesar disso, ainda é maior que em 2015, que foi de 27%. Para reverter o quadro o hotel, além de buscar novos clientes, está entrando em contato com antigos hóspedes que não visitam São Luís há algum tempo e a justificativa dada ao hotel ajuda a entender um pouco do cenário do turismo na capital. “Eles dizem que não estão voltando por causa do noticiário negativo sobre a cidade na imprensa nacional, como os problemas de segurança pública, o que faz com que prefiram outros destinos do Nordeste, como Fortaleza”, afirma Cleiton Soares, gerente de hospedagem do hotel.

No Hotel Premier, também na Ponta d’Areia, a taxa de ocupação até o momento é 55% e a previsão é que até o fim do mês ela seja de 60%, o que não é considerado satisfatório pelo estabelecimento. Segundo a administração do hotel, para ser considerada satisfatória, a taxa de ocupação deveria ser de pelo menos 70%. Nos anos de 2012 e 2013, esse índice variava de 75% a 80%, mas nos últimos anos o turismo em São Luís apresentou redução, na avaliação do Hotel Premier. Isso se reflete ainda no tipo de turista que se hospeda no hotel. Até 2013, o turismo de lazer representava 40% da ocupação e o corporativo, 60%. Atualmente, apenas 20% dos hóspedes vêm a lazer e 80% vem a trabalho.

[e-s001]Mudança no perfil do turista
Situação semelhante passa o Tulip Inn Praiabella São Luís, localizado na Avenida Litorânea, cartão-postal da orla da capital. De acordo com Guilherme Silva, gerente de hospedagem do estabelecimento, desde 2013 o perfil dos hóspedes mudou: “Hoje, nosso público é mais corporativo”.
Essa queda no número de hóspedes de lazer tem relação com o noticiário nacional, que geralmente é negativo, como a divulgação da poluição das praias e problemas de segurança. Como o hóspede corporativo fica no hotel contratado pela empresa, ele não tem tanta liberdade para escolher onde se hospedar”, avalia.

O turismo corporativo, aliás, é que tem ajudado a manter a taxa de ocupação do Hotel Pestana São Luís, no Calhau, com um índice considerado satisfatório pela coordenadora de vendas, Aline Abreu. “Temos muita procura de clientes que vem a São Luís participar de algum evento, pois nossa demanda é principalmente de cliente corporativo. E esse mês está bastante satisfatório para a gente porque quatro grandes eventos estão agendados”, afirma.

Ainda segundo Aline Abreu, o fato do Hotel Pestana São Luís ter um centro de convenções ajuda na prospecção de novos hóspedes. “Quando fechamos um evento que será realizado no hotel, oferecemos também pacotes de hospedagem para os participantes”, informa. Ela diz ainda que o hotel está trabalhando com tarifas promocionais e programação de lazer interna para os hóspedes para garantir a ocupação. “Esse ano, junho tem sido o melhor mês. Em 2015, nossa melhor ocupação foi em julho”, conta. Hoje, a ocupação acumulada para o mês de junho é de 50%.

Ocupação em alta
O Estado
consultou 10 hotéis de São Luís localizados nos pontos de maior circulação dos turistas que vem a São Luís, como o Centro Histórico, a Península da Ponta d’Areia e Avenida dos Holandeses, por causa da proximidade com a orla, e a Avenida Litorânea, onde ficam as principais praias da cidade. Dos 10 estabelecimentos consultados, apenas o Brisamar Hotel, localizado na Ponta d’Areia, próximo à Praia de São Marcos, informou estar com uma taxa de ocupação e reserva em 100%.

O principal perfil do hóspede do hotel é o turista de lazer. “Nós estamos com maior número de reservas para o fim do mês. No caso dos hotéis que trabalham com turismo corporativo esse quadro pode ser diferente”, ressalta Maristela Martins, concierge do hotel.

Taxa de ocupação dos hotéis consultados por O Estado

Hotel Veleiros – 60%
Rio Poty Hotel – 42%
Hotel Premier – 55%
Hotel Luzeiros – 80%
Brisamar Hotel – 100%
Praia Mar Hotel – 60%
Hotel Pestana São Luís – 50%
Tulip Inn Praiabella São Luís – 55%
Calhau Praia Hotel – 41%
Grand São Luís Hotel – 60%

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