Impasse

Empresa de bilhetagem eletrônica desliga sistema em ônibus semiurbanos

Desligamento ocorreu por falta de pagamento e, com isso, usuários não pagaram passagem, embarcando pelas portas traseiras; no entanto, houve empresas que recolheram ônibus às garagens

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Passageiros  entram pela porta traseira de ônibus da linha Parque Araçagi/Terminal  da Cohab
Passageiros entram pela porta traseira de ônibus da linha Parque Araçagi/Terminal da Cohab (De graça)

Sem receber o pagamento por seus serviços, a empresa curitibana Dataprom, responsável pela gestão do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) de São Luís, suspendeu a manutenção desse serviço na cidade. Dessa forma, com as catracas eletrônicas desligadas, usuários de transporte coletivo da capital que usam ônibus de linhas semiurbanas não pagaram passagens ontem e foram transportados de graça.

Logo nas primeiras horas da manhã de ontem, a situação foi notada pelos passageiros. O problema afetou diversos coletivos das linhas semiurbanas que operam na capital maranhense e também os ônibus da linha Expresso Metropolitano, gerenciadas pelo Governo do Estado por meio da Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB).

Suspensão
No fim da manhã de ontem, o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) informou que a Dataprom, por conta própria, desligou o sistema de bilhetagem das linhas de ônibus do transporte semiurbano.
O sindicato também informou que, por determinação do Governo do Estado do Maranhão, estava mantendo a operação das linhas semiurbanas em caráter emergencial. O SET disse que O Governo do Estado e o Ministério Público foram informados do ocorrido e medidas jurídicas já estavam sendo estudadas para resolver o impasse o quanto antes.

Na tarde de ontem, a Dataprom encaminhou nota a O Estado se posicionando sobre o caso. A empresa afirmou que, ao contrário do que foi afirmado pela Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana do Maranhão (MOB), o sistema de bilhetagem não foi desligado pela empresa.

O que ocorreu foi a suspensão da manutenção prestada pela empresa, uma vez que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), o Sindicato Metropolitano das Empresas de Transporte do Maranhão (Simetrans) e a MOB não têm contrato formal com a Dataprom.
Afirmou também que o SET (o antigo contratante) está inadimplente financeiramente desde janeiro de 2015. Logo, de acordo com a Dataprom, foi a ausência de manutenção do sistema que causou as dificuldades técnicas.

Além disso, a empresa curitibana informou que o SET negligenciou muitos avisos encaminhados pela Dataprom e não mostrou interesse em resolver suas pendências, pois desde janeiro deste ano a empresa vem requerendo providências ao sindicato para evitar a suspensão dos serviços, além de ter cientificado previamente também as 16 empresas do transporte público semiurbano

Dessa forma, a Dataprom informou que lamenta toda e qualquer tentativa dos sindicatos, da MOB e/ou das concessionárias da região metropolitana em atribuir à empresa a culpa pelo ocorrido, posto que a causa do problema foi unicamente a falta de pagamento e formalização de contrato por estas.

Gratuidade
Com as catracas desligadas, os usuários de transporte coletivo de São Luís não pagaram passagem em alguns ônibus que operavam em linhas semiurbanas. No ônibus da linha Parque Araçagi/Terminal da Cohab, da empresa Expresso 1001, os passageiros estavam embarcando pelas portas traseiras.

A orientação para o embarque por essas portas era repassada aos usuários pelos motoristas e cobradores. Como o sistema havia sido desligado, as pessoas ficaram impossibilitadas de entrar pela porta dianteira dos coletivos para pagar as passagens e girar a catraca.

Com isso, os passageiros economizaram R$ 2,90, que é o valor das tarifas das linhas convencionais, ou R$ 3,10, que é o das tarifas da linha Expresso Metropolitano.

Porém, muitos passageiros foram prejudicados com a situação. Por causa do desligamento do sistema de bilhetagem, algumas empresas reduziram a frota de coletivos para alguns bairros da região metropolitana, com a alegação de que teriam prejuízos, pois os ônibus circulariam fazendo o transporte de passageiros sem o recolhimento do valor das passagens. A situação foi denunciada por passageiros nas regiões do Maiobão, em Paço do Lumiar, e do Conjunto Nova Terra e Jardim Tropical, em São José de Ribamar.

Responsabilidades
Procurada por O Estado, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que os problemas que estão ocorrendo no Sistema de Bilhetagem Eletrônica das linhas semiurbanas não são de competência do Município.

Em nota, sobre o atraso das viagens envolvendo alguns ônibus do transporte semiurbano da Região Metropolitana de São Luís, ocorrido ontem, a Agência de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB), do Governo do Estado, informou que o contratempo transcorreu por causa do desligamento unilateral do sistema de bilhetagem eletrônica, cuja empresa responsável é a Dataprom e tal fato ocorreu por pendências contratuais ocorridas anteriormente.

A MOB informou ainda que, no Sindicato das Empresas de Transporte (SET), a situação está sendo contornada e medidas judiciais serão tomadas. Enquanto isso, evitando causar transtornos ao usuário do transporte coletivo no período de transição do sistema, MOB e SET determinaram que os ônibus que apresentarem alguma interdição no sistema devem operar em modo catraca livre.
As equipes de fiscalização da MOB estão realizando o monitoramento das garagens a fim de garantir a circulação completa da frota, garantindo a comodidade e mobilidade dos usuários.

SAIBA MAIS

Há vários anos o Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) em São Luís é operado e gerenciado pela empresa curitibana Dataprom. Por diversas vezes, a parte de recarga de créditos dos cartões de meia-passagem e de vale-transporte do sistema foi suspensa na cidade, prejudicando milhares de usuários de transporte coletivo.
Nessas ocasiões, na maioria das vezes, as suspensões aconteceram porque a Prefeitura de São Luís não quitava débitos que tinha com a empresa. Com isso, os passageiros ficavam impossibilitados de fazer a recarga e tinham de pagar passagem com dinheiro.

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