SÃO LUÍS - O presidente interino Michel Temer (PMDB) suspendeu o empenho de cerca de R$ 20 milhões liberados pela presidenta afastada Dilma Rousseff (PT) ao Maranhão. No total, pelo menos R$ 400 milhões foram bloqueados das pastas Cidades, Saúde, Turismo e Integração Nacional no país.
No estado, a verba, que foi liberada pela petista antes da votação da admissibilidade do processo de impeachment, seria destinada para a Saúde. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi um dos principais defensores de Dilma e críticos ao processo de afastamento.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) protestou contra decisão do presidente interino, Michel Temer, de suspender a liberação de verbas autorizadas pelas presidente. "Eu não tenho dúvida nenhuma de que esse foi um gesto de retaliação contra o único governador que o meu partido tem, governador Flávio Dino, a quem eu quero apresentar uma moção de desagravo neste momento. Mas não só a ele: ao povo do Maranhão também e, principalmente, porque essa medida, esse presidente interino, ele não prejudicam o governador Flávio Dino, mas a população do estado mais pobre e mais carente do Brasil", afirmou a senadora.
Um dos ministros disse a Folha de S.Paulo, em caráter reservado, que "a esmagadora maioria" dos recursos liberados por Dilma atendia a deputados e senadores que votaram em favor de Dilma. Além disso, auxiliares do presidente interino relataram ao jornal que "os recursos foram empenhados, ou seja, tornaram-se oficialmente previstos para pagamento pela administração pública, sem base técnica e, algumas vezes, sem projetos aprovados nos municípios".
O período da maior parte dos empenhos das verbas coincidem com as datas em que a equipe da petista atuou intensamente para tentar barrar o impeachment na votação no plenário da Câmara, que ocorreu em 17 de abril, e a aprovação do afastamento da petista, no dia 12 do mês passado pelo Senado.
O Governo do Maranhão se pronunciou sobre o caso. Leia clicando aqui.
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