Obras atrasadas

Empresários contestam declaração de governista sobre atraso de obras

Clube de Engenharia do Maranhão (CEM) diz que atrasos em obras é culpa do governo do estado que não paga ou atrasa em mais de seis meses os pagamentos pelos serviços

Carla Lima

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Cafeteira acusou empresários de atraso em obras
Cafeteira acusou empresários de atraso em obras
Estradas como esta, em Lago da Pedra., são exemplos de obras abandonadas
Estradas como esta, em Lago da Pedra., são exemplos de obras abandonadas

O Clube de Engenharia do Maranhão (CEM) enviou nota a O Estado contestando afirmação do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Rogério Cafeteira (PSB), de que atrasos em obras é culpa das empreiteiras que paralisaram os serviços. Segundo a nota dos empresários, esses atrasos são culpa do governo de Flávio Dino (PCdoB) que ainda não pagou pelo menos 90% das obras com medição já feita.

Ainda no ano passado, os donos de empreiteiras estiveram com o governador Flávio Dino mostrando os problemas enfrentados pelas empresas devido à+ falta de pagamento. Segundo a nota do CEM, obras já prontas e outras em fase de conclusão estavam com pagamentos suspensos devido as fiscalizações que estavam sendo feitas.

O problema, segundo o clube, é que as fiscalizações se estenderam mais que o previsto e algumas medições começaram a ser pagas seis meses após cada medição solicitada pelos empreiteiros.

“O atual governo demorou seis meses para iniciar os pagamentos ds obras já contratadas e em andamento, o que, consequentemente, causou desequilíbrio econômico financeiro nas empresas, problemas que até hoje não foram definitivamente sanados”, diz trecho da nota do CEM.

Os atrasos nos pagamentos levaram os empresários a reduzirem o ritmo das obras e em alguns casos, a paralisação.

Outro prejuízo apontado pelos empreiteiros é o fato de o governo não assumir as obras prontas. De acordo com a manifestação dos empresários, há gastos com vigilantes e também manutenção das obras. Sobre isso, o CEM classifica o problema de “incapacidade do governo”.

“Hoje encontram-se concluídas inúmeras obras contratadas, as quais não foram recebidas formalmente pelos órgãos gestores, fato recorrente da incapacidade do governo em recebe-las. As empresas ficam absorvendo custos não orçados tais como vigilância e manutenção da obra”.

Nesse caso, as obras da saúde são as mais atingidas. Segundo os associados do clube, um dos maiores problemas é que o governo não tem a mobília para fazer funcionar os hospitais já que a licitação para a compra dos materiais foi suspensa e a nova licitação para tal contratação nunca foi concluída.

As afirmações feitas pelo líder governista, Rogério Cafeteira foram feitas logo após a reunião dos deputados maranhenses na sede nacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para debater a aplicação dos recursos de quase R$ 4 bilhões.

Segundo Cafeteira, os empresários são os culpados. “Ficou claro que o governo está fazendo sua parte, inclusive corrigindo erros anteriores, mas há uma crise latente no país, o que tem afetado diversas empresas, que simplesmente não conseguem cumprir os contratos. Nesses casos, há uma demora maior até se fazer um distrato, regularizar a situação e contratar outra”, disse o líder governista a O Estado.

“Reiteramos que o problema não é das empresas e sim do governo do estado, o qual deverá aperfeiçoar sua gestão nos aspectos técnicos e legais”Niota do CEM

Empreiteiros apontam irregularidades em contratos novos do governo

Na nota encaminhada a O Estado, o CEM garante que há irregularidades nas contratações feitas pelo governo de Flávio Dino. Junto com o Conselho Regional de Engenharia (Crea-MA) e com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), o clube entregou ofício em mãos ao governador alertando que os métodos usados são ilegais.

Segundo a nota, o ofício também foi encaminhado a várias secretarias e órgãos estaduais apontando erro em editais em relação a planilhas e projetos básicos e em relação a adoção do Regime Excepcional de Contratação, criado para obras da Copa do Mundo e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Segundo os empreiteiros, o governo estadual aderiu a atas de registro de preços do Tribunal de Justiça, para contratação de empresas com preços de serviços já registrados para obras de reforma.

No entanto, ainda segundo o CEM, esse tipo de contratação está sendo usada também para construção e ampliação, o que é vetado por lei já com jurisprudência do Tribunal de Contas da União.

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