Sem vistoria

50 mil imóveis fechados prejudicam combate ao Aedes aegypti em São Luís

De janeiro a 20 de maio deste ano quase 5 mil casos de dengue, febre chikungunya e zika vírus foram notificados; por causa das dificuldades enfrentadas pelos agentes, um de cada cinco imóveis não é vistoriado e pode se tornar criadouro do mosquito

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

[e-s001]O combate ao mosquito Aedes aegypti foi reforçado em todo o Brasil para evitar o aumento no número de casos de dengue, febre chikungunya e zika vírus. Mas em São Luís os agentes de controle de endemias, responsáveis por identificar e eliminar os focos do mosquito, têm uma dificuldade: a quantidade de imóveis fechados pela cidade. Sem ter como entrar no local, os profissionais não podem verificar se há focos do mosquito, com isso, aumentam os riscos para quem mora na vizinhança. Cerca de 50 mil imóveis nesta situação já foram identificados pelos agentes em São Luís. De janeiro a 20 de maio deste ano quase 5 mil casos de dengue, febre chikungunya e zika vírus foram notificados em São Luís.

A Prefeitura de São Luís intensificou a campanha “Todos na Guerra Contra o Mosquito”, que é realizada em áreas com alto índice de notificações de casos de dengue, zika e chikungunya. De janeiro a abril de 2016, foram vistoriados 404.754 imóveis pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). Destes, 219.860 tiveram eliminados os focos do mosquito Aedes aegypti.

Centro fechado
Mas nem todos os imóveis da capital conseguem ser vistoriados. A região central de São Luís é uma das áreas que concentra um grande número de imóveis em que os agentes de controle de endemias não conseguiram entrar, no entanto, a coordenação do Programa Municipal de Combate à Dengue da
Secretaria Municipal de Saúde (Semus), frisa que há imóveis nesta situação em diversos bairros da cidade. Esse cenário cria um ponto cego no combate ao mosquito e à investigação de casos suspeitos de infecção pelas três doenças.

Por dia, cada agente de controle de endemias visita 25 imóveis. Com isso, ao fim do mês deveriam ter sido vistoriados quase 8 mil imóveis. Durante as vistorias, o agente observa se há a presença de criadouros e orienta os moradores quanto aos cuidados que devem tomar. Mas por causa das dificuldades enfrentadas pelos profissionais, um de cada cinco imóveis não é vistoriado e pode se tornar criadouros do mosquito. Isso é preocupante porque segundo a Semus, 94% dos focos do mosquito estão nos imóveis.

Acesso aos imóveis
Além dos imóveis fechados, o trabalho dos agentes de controle de endemias esbarra em outra dificuldade: a burocracia. Por meio da Medida Provisória nº 31.428, o Governo do Estado do Maranhão autorizou o ingresso forçado em imóveis públicos e particulares abandonados para ações de prevenção e combate ao mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus. A Medida Provisória classifica como imóvel abandonado aquele com flagrante ausência prolongada de utilização, situação que pode ser verificada por características físicas do imóvel, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de moradores da área ou por outros indícios.

[e-s001]Mas para que isso aconteça é preciso primeiro notificar o proprietário do imóvel ou publicar notificação no Diário Oficial, estabelecendo um prazo para que ele autorize o acesso ao local. Não havendo retorno por parte do proprietário, é necessário o envio pela Semus de um relatório à Procuradoria Geral do Município (PGM), que toma as medidas judiciais necessárias para que o agente possa acessar o imóvel e vistoriar. Burocracia que também dificulta o combate ao Aedes aegypti.

Combate ao Aedes
Para eliminar os focos do Aedes aegypti, a Prefeitura de São Luís tem feito mobilizações nos bairros a capital. Os bairros São Francisco, Ilhinha, São Raimundo, Pontal da Ilha, Vinhais, São Cristóvão, Ipem São Cristóvão, Cohapan, Cohab, Cohatrac, Cidade Operária, Vila Embratel, Residencial Piancó, Divineia e Vila Luizão estão entre os que já receberam a ação de combate ao mosquito.

SAIBA MAIS
4 milhões de imóveis visitados

Em todo o Maranhão, as equipes de combate ao mosquito Aedes aegypti já visitaram, desde janeiro, mais de 4 milhões imóveis. Do total de imóveis visitados, 3.742.348 foram vistoriados. Nos locais, são realizadas ações de eliminação mecânica e tratamento com larvicida, além das ações de nebulização espacial, em andamento nas 18 Unidades Regionais de Saúde (URS) e demais municípios. As medidas reforçam as ações preventivas, alinhadas às diretrizes do Ministério da Saúde.

NÚMEROS
49.709
imóveis fechados em São Luís
2.145 casos notificados de dengue
1.292 notificações de chikungunya
1.509 casos notificados de zika

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