O risco Edivaldo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

O prefeito de São Luís vive momento difícil em sua gestão, com problemas na licitação de transportes, falha no setor de Saúde e greve dos professores da rede municipal. Mas seus problemas políticos são ainda maiores, faltando apenas cinco meses para as eleições de outubro.
Em posição preocupante nas pesquisas de intenção de votos, com a ameaça de perder vaga em um eventual segundo turno, o prefeito vê aliados começarem a repensar o projeto de aliança com o seu PDT. E o pior é que na própria base do governador Flávio Dino (PCdoB) - seu principal padrinho político - a tese de debandada também ganha corpo.
Na verdade, Flávio Dino sempre pensou em uma alternativa a Edivaldo Júnior. A própria deputada Eliziane Gama (PPS) chegou a ser cogitada como opção, o que só não se consolidou por causa da postura anticabresto que a parlamentar mostrou.
Inviabilizada essa alternativa, Dino passou a cogitar mais abertamente a candidatura do deputado estadual Bira do Pindaré (PSB). Estimulado por setores do próprio governo, o parlamentar chegou a figurar bem em algumas pesquisas, mas não conseguiu garantir o apoio do PSB e passou a ser ignorado nas pesquisas de intenção de votos.
Agora, Dino já cogita lançar, pelo PT, a candidatura do ex-presidente da OAB-MA, Mário Macieira. Se não para ganhar, pelo menos para marcar posição em um projeto maior, o de 2018, quando o governador comunista quer ter uma chapa majoritária mais afinada com o seu projeto de poder - que inclui vagas de vice e de senador.
E o apoio claudicante do governador ao prefeito torna Edivaldo Júnior cada vez mais vulnerável aos outros partidos, que temem aliar-se a um projeto com riscos de derrota.

Sinal amarelo
Os aliados do governo Flávio Dino começaram a abrir os olhos para os dois principais colégios eleitorais maranhenses.
O Palácio dos Leões corre riscos de ser derrotado em São Luís e Imperatriz, o que exige, na visão deles, uma mobilização de toda a base dinista.
O problema é que a ameaça de derrota ocorre exatamente pela difícil relação entre os partidos que compõem o governo.

Petistas
O ex-presidente da OAB-MA, Mário Macieira, só ainda não foi anunciado como candidato do PT a prefeito de São Luís porque os detentores de mandato do partido resistem.
O deputado federal Zé Carlos, o estadual Zé Inácio e o vereador Honorato Fernandes querem a prerrogativa de decidir sobre as eleições de São Luís, acima das instâncias partidárias.
Historicamente ligado ao governador Flávio Dino, Macieira tem hoje o apoio de líderes de todas as correntes do PT em São Luís.

Debandada
Secretário de Articulação Política da gestão de Edivaldo Júnior, o ex-deputado Hélio Soares (PR) tem enfrentado dificuldades na organização da base do prefeito.
Vereadores dão como provável a derrota de Edivaldo e agora temem criar arestas com candidatos que mostram mais chances de vitória.
Sem falar nos líderes partidários, que cobram as garantias do prefeito para manter a coligação para as eleições de outubro.

Articulador
O suplente de senador Pinto Itamaraty é, atualmente, o grande articulador do PSDB maranhense.
Foi ele quem conseguiu convencer não só as lideranças estaduais como as nacionais da legenda a apoiar a candidatura de Eliziane Gama (PPS) em São Luís.
Itamaraty fortaleceu o PSDB também em São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar.

Novos planos
O deputado Neto Evangelista (PSDB) não deve mais deixar a Secretaria de Desenvolvimento Social no dia 2 de junho.
Sua previsão era deixar a pasta quatro meses antes das eleições de outubro para buscar viabilização de sua candidatura a prefeito de São Luís.
A decisão do PSDB de apoiar a candidatura de Eliziane Gama mudou os planos de Evangelista, que já pensa agora nas eleições de 2018.

Falência
Prefeitos de vários municípios pretendem fazer uma mobilização em São Luís para buscar explicações para o esvaziamento da Federação dos Municípios.
Sob a gestão do prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim, a Famem minguou sua importância política e sua representatividade.
Em débito com fornecedores e prestadores de serviços, a entidade não mobiliza os prefeitos há pelo menos seis meses.

Contraponto
O deputado estadual Edilázio Júnior (PV) também tem se tornado um contraponto de peso ao governador Flávio Dino na Assembleia Legislativa.
Com discurso ferino e irônico na mesma medida, o deputado atinge o alvo em todas as questões que surgem no debate parlamentar.
A postura de independência não impede que Edilázio mantenha boas relações com a maioria da base governista na Casa.

E MAIS

• A relação entre o PDT e o PCdoB é de desconfiança mútua em relação às eleições de outubro. Cada grupo teme ser boicotado pelo outro em vários municípios.

• Se ainda sonha ser vice do prefeito Edivaldo Júnior, a secretária municipal de Saúde Helena Duailibe tem até quinta-feira, 2, para deixar o cargo.

• O TRE-MA reunirá juízes e promotores eleitorais nesta segunda-feira (30) para discutir as principais alterações promovidas pela Reforma Eleitoral 2015.

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