Polêmica

Família contesta a versão da polícia para morte de jovem

Wiris Clemente Ribeiro da Silva foi morto no sábado durante um confronto em Maracanã

Leandro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

A morte do jovem Wiris Clemente Ribeiro da Silva, de 18 anos, no sábado, 21, na região do Maracanã, em São Luís, está causando polêmica. De acordo com a Secretaria de Segurança do estado, o jovem foi morto durante confronto com a polícia militar, ao reagir à abordagem policial, tendo ainda disparado vários tiros contra a viatura. Já os amigos e familiares do jovem contestam essa versão e ainda falam que os policiais forjaram provas para incriminá-lo.

O caso aconteceu por volta de 18h. De acordo com Luís Clemente, pai de Wiris Clemente, o seu filho estava voltando de uma festa em um veículo na companhia de amigos. Em um determinado momento, outro veículo descaracterizado, no qual estavam os policiais começou a persegui-los. Ainda segundo o relato do pai, os jovens pensaram que fossem assaltantes (uma vez que a viatura estava descaracteriza) e então aceleram o automóvel, fugindo do local.

Os policias alcançaram e interceptaram os jovens, pedindo em seguida para eles desceram do veículo onde estavam. Assim que Wiris Clemente desceu do automóvel, ele foi baleado pelos policiais. Ele ainda foi socorrido, mas morreu a caminho do hospital.

A situação revoltou amigos e familiares da vítima. Na tarde de ontem, durante o velório, muitas pessoas estavam emocionadas e indignadas com a situação e seguravam cartazes pedindo que a justiça fosse feita e que os responsáveis pela morte de Wiris fossem devidamente punidos.

“Eles estavam vindo de uma festa. Quando eles viram (os policiais), pensaram que fossem ladrões e então fugiram”, disse Luís Clemente, pai de Wiris Clemente. Ele afirmou ainda que os policiais colocaram uma arma de fogo na cena do crime para que a culpa recaísse sobre o jovem.

Confronto

Já a Polícia Militar caracterizou a situação como um confronto. No relatório do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), a morte de Wiris Clemente está descrita como “morte durante confronto com a polícia”.

Na tarde de ontem, o coronel Frederico Pereira, comandante geral da Polícia Militar afirmou, durante entrevista ao programa Rádio Patrulha da Rádio Mirante AM, que os policiais abordaram os jovens que estavam no veículo depois do recebimento de denúncias contra eles. Ele afirmou também que assim que os PMs tentaram a aproximação, foram recebidos a tiros, fato esse que levou a reação dos policiais.

Por meio de nota encaminhada na tarde de ontem, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) informou que a abordagem do Serviço de Inteligência da Polícia Militar em Wiris Clemente e seus amigos partiu de uma denúncia anônima.

No momento da ação, os ocupantes do carro Celta no qual estavam os jovens se recusaram a parar o veículo e revidaram efetuando disparos em direção aos PMs. Em legítima defesa, a polícia reagiu à ação e também efetuou disparos. Um destes atingiu Wiris Clemente Ribeiro da Silva, que foi socorrido pelos próprios policiais, mas não resistiu ao ferimento.

A SSP informou ainda que com os suspeitos foram encontradas duas armas de fogo calibre 38 (uma no veículo e outra no sítio onde eles se encontravam pouco antes da abordagem policial), tendo sido, por isso, autuados em flagrante por resistência à prisão e porte ilegal de arma.

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