Poesia

Relicário poético

Livro “Akademia dos Párias: a poesia atravessa a rua” será lançado hoje, às 20h, na livraria Poeme-se, na Praia Grande; obra reúne poemas escritos na década de 1980 por um grupo de estudantes, em sua maioria da Universidade Federal do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Movimento Akademia dos Párias foi marcante nos anos 1980
Movimento Akademia dos Párias foi marcante nos anos 1980 (Akademia dos Párias)

Um grupo de poetas que na década de 1980 uniu-se em torno de um projeto literário chamado Akademia dos Párias retorna hoje à cena cultural para o lançamento da antologia poética “Akademia dos Párias: a poesia atravessa a rua”, às 20h, na livraria Poeme-se (Praia Grande). A programação inclui recital de poesias e show com Marcos Magah. Um palco será montado no meio da rua para descontrair o evento.

A publicação “Akademia dos Párias: a poesia atravessa a rua” reúne poemas, fotos e jornais que contam a história do grupo de poetas que editava a revista “Uns & Outros” nos anos 1980. Na obra, estão versos dos poetas Ademar Danilo, Antonio Carlos Alvim, Celso Borges, Fernando Abreu, Raimundo Garrone, Guaracy Brito Jr, Joe Rosa, Mara Fernandes, Marcelo Silveira (Chalvinski), Paulinho Nó Cego, Paulo Melo Sousa, Rezende, Ronaldão, Ribamar Filho e Suzana Fernandes.

O recital terá a participação de Fernando Abreu, Paulo Melo Sousa, Raimundo Garrone, Paulinho Nó Cego, Celso Borges. Antônio Rezende e Guaracy Jr. Esses dois últimos não residem mais no Maranhão, mas vieram exclusivamente para o evento. Segundo Celso Borges, a ideia é relembrar aquela época e a produção literária que marcou a vida dos então estudantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em sua maioria. “Nós estamos propondo uma grande festa, reunindo 90% dos integrantes da Akademia. Sem dúvida, será uma noite muito especial”, diz Celso Borges.

Para Celso, um dos organizadores da antologia ao lado de Fernando Abreu, Raimundo Garrone e Marcelo Chalvinski, a antologia não é um acerto de contas com os Párias. “Há, claro, algum rigor na escolha dos poemas, mas também um olhar generoso sobre o que aquilo representou, tanto para as pessoas agentes daquela intervenção como também para o momento cultural que São Luís vivia”, afirma Borges.

O projeto gráfico do livro que será lançado hoje é assinado por Marcelo Chalvinski, mistura ilustrações e grafismos originais com intervenções atuais, além de fotografias da época, a maior parte delas do acervo pessoal de Lisiane Costa, que não era poeta, mas fazia parte da turma que criou o Akademia dos Párias. A foto da capa é do músico André Lucap.

Irreverência

Nos anos 1980, uma geração de jovens poetas reunia-se em torno da revista “Uns & Outros” e formaram a “Akademia dos Párias”. Vestiam a roupa da irreverência e assumiram uma linguagem que dialoga com a prosa de Charles Bukovski e John Fante, o reggae de Bob Marley e Peter Tosh, a poesia de Leminksi, o rock brasileiro e a geração marginal nascida na zona sul do Rio de Janeiro na década anterior. Politicamente, o Brasil vivia a agonia da ditadura militar, o fim da censura e o surgimento da geração coca-cola, conforme leitura do compositor Renato Russo (Legião Urbana), que formava, ao lado de Cazuza (Barão Vermelho) e Arnaldo Antunes (Titãs), o triunvirato do melhor da poesia nascida das letras e atitudes incorporadas ao rock e ao mundo pop daqueles anos. Entre 1985 e 1989, principalmente, o grupo realizou recitais e espalhou pelas ruas, becos e bares de São Luís, uma dicção poética até então inédita na cidade.

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Serviço

O quê

Lançamento da antologia “Akademia dos Párias: a poesia atravessa a rua”,

Quando

Hoje, às 20h

Onde

Livraria Poeme-se (Praia Grande)

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