Ainda sem título e com lançamento previsto para novembro, o novo CD da cantora e compositora maranhense Célia Sampaio está quase para sair do forno. Ela, que participará, ao lado de outros artistas maranhenses da Virada Cultural de São Paulo no sábado, 21, está em fase de gravação do trabalho que é o segundo de sua carreira.
Dona de uma voz marcante, em espacial na cena reggae local, Célia Sampaio vai reunir neste álbum canções de compositores maranhenses, autorais e com parceiros e também de compositores baianos. Entra ainda no repertório músicas dela que foram premiadas em festivais como UniReggae e o 12º Festival de Música Carnavalesca do grupo Mirante.
Entre os ritmos, além do reggae, a cantora trará afoxé, pop e samba. “Sempre dialoguei com outros ritmos. Minha adolescência e juventude foi permeada pela cultura popular, como bumba meu boi, dança do coco. Já no início da década de 1980 fui parar no Centro de Cultura Negra do Maranhão, no bloco Afro Akoambu. Lá fui a primeira mulher a tocar na bateria do bloco. Era conhecida como Célia Agogô”, relembra a artista, ressaltando que a maioria das faixas serão dedicadas ao ritmo de Bob Marley.
Célia Sampaio destaca que este trabalho começou a ser feito há mais de 10 anos. “A principal dificuldade em concluir o trabalho é a financeira. Como demorou algum tempo, algumas canções ficaram, outras foram substituídas...o disco é emoção, coisas do momento, que o artista sente e quer transmitir ao seu público”, destaca Célia Sampaio.
A direção do CD é de Edinho Bastos e terá participações de Gerson da Conceição e Jesiel Bives, entre outros convidados. Sobre os compositores que estarão no disco ela adianta nomes como Well Matos, Alê Muniz, Gerson da Conceição, Geyza Rocha e Raydenisson Sá. Deste último veio a canção "Canto pra Oyá', musicada por Célia Sampaio que assina ainda, em parceria com Gracilene do Rosário, a faixa “Crioula”.
Em 2000, Célia lançou seu primeiro CD solo intitulado "Diferente", composição de Zé Lopes e que dá nome ao disco. O CD ainda traz ainda composições de Paulinho Akomabu, Alê Muniz, Mano Borges e outros maranhenses. “A diferença entre um disco é outro é a melhoria profissional, melhor investimento no CD, nos arranjos, na voz, na fotografia, no material gráfico”, comenta Célia Sampaio.
Sobre sua participação na Virada Cultural em São Paulo – evento do qual também participam a dupla Criolina, Rita Benneditto e Gerson da Conceição – Célia Sampaio explica que o convite veio por parte do maranhense Gerson da Conceição, parceiro musical de muitos anos. “Jamais recusaria o convite tendo em vista a importância do evento no cenário musical do país e pela amizade com Gerson e os meninos da Mano Bantu”, frisa.
Trajetória - Célia Sampaio é natural de São Luís. Cresceu no Bairro Liberdade, formou-se em enfermagem, também produz corte e costura ligada a elementos africanos. A carreira artística da maranhense começou em 1984, quando Célia Sampaio começou a cantar no Bloco Afro Akomabu, primeiro do gênero no Carnaval maranhense.
Célia Sampaio integrou a banda Guethos, a primeira banda de reggae a tocar no palco do Teatro Arthur Azevedo. “A banda Guethos surgiu com amigos do Movimento Negro, fui cantora da banda por anos. Nesse meio termo sempre cantei com amigos de outros estilos como rap, rock, samba, escola de samba. Já fiz de tudo um pouco”, relembra Célia Sampaio que já apresentou-se na Alemanha e fez banking vocal para cantores de reggae internacional como, Erick Donaldson e Judy Boucher.
O voo solo foi em 1999, quando abandonou a banda de reggae pra trilhar um caminho solo. Um dos primeiros shows deste novo momento da artista foi no Sesc-Pompéia (SP) ao lado da amiga Rita Benneditto. “Esse show foi importante para a divulgação da minha carreira, com ele ganhei visibilidade diante de outros artistas da música brasileira, como Virginia Rodrigues, Mestre Ambrósio, Leci Brandão, Chico César e Nação Zumbi”, diz Célia Sampaio.
Participou de discos de cantores como Zé Lopes, das bandas de rap, Clã Nordestino e Reação, do bloco afro Akomabu, entre outros. Em 2009, Célia Sampaio lançou a coletânea “Oyá”, com as melhores músicas gravadas pela artista no decorrer de sua trajetória musical.
No Carnaval de 2012 a cantora foi homenageada pela escola de samba Unidos de Ribamar. O enredo falava sobre o bairro Liberdade, onde Célia Sampaio nasceu e viveu a maior parte de sua vida.
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