Sujeira

Proliferação de lixões em bairros é risco para a população em SL

Espaços geralmente destinados à construção de aparelhos sociais, como praças, creches e quadras, são usados como pontos de descarte de lixo há anos pelas comunidades vizinhas

Jock Dean e Gisele Carvalho / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Lixão fica entre Manoel Beckman, Res. Esperança e Vila Sete de Setembro
Lixão fica entre Manoel Beckman, Res. Esperança e Vila Sete de Setembro (Lixão)

Em tempos em que o mosquito Aedes aegypti se tornou o inimigo público número um da população brasileira, moradores do Conjunto Manoel Beckman, em São Luís, reclamam da presença de um lixão na porta de suas casas. O local virou até tema de um projeto de pesquisa de uma das moradoras da área. Na Forquilha e no Olho d’Água, lixões também são alvo de reclamações.

O terreno é dividido em área institucional de 3.450,75 metros quadrados e área verde de 4.590,30 metros quadrados, pertencente ao Residencial Esperança, no Bequimão, entre o Conjunto Manoel Beckman, Residencial Esperança e Vila Sete de Setembro, ladeado pelas ruas B, 10 e 7, respectivamente.

No entorno, há residências, áreas comerciais, estação elevatória de esgoto e um terreno baldio. Tem acesso fácil para as avenidas Daniel de La Touche e Jerônimo de Albuquerque. Por essa razão, há um grande fluxo de veículos na Rua B, por ser uma via de acesso entre essas avenidas, e também faz ligação entre a Avenida São Luís Rei França e a Estrada da Vitória.

Apesar da localização privilegiada, o terreno tem uso nada nobre, como depósito de lixo por pessoas das localidades do entorno. Quem mora nas proximidades reclama, principalmente por causa da possibilidade de haver criadouros do mosquito Aedes aegypti no local, onde há grande concentração de recipientes que podem acumular água parada. Além disso, a área serve a usuários de drogas e como esconderijo para criminosos.

Revoltada e em busca de uma solução para o problema que aflige toda a comunidade, a graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo Marina Andréa Maia Silva fez do terreno seu objeto de estudo. No projeto de pesquisa entitulado “Praça das Artes do Bequimão”, ela cita outros exemplos de requalificação de logradouros públicos para a redução do vulnerabilidade social de comunidades carentes.

Ela propôs a construção de uma praça pública para o lazer da comunidade, mas que fosse aplicada de forma funcional, com mais objetivos do que o lazer. O projeto de Marina Andréa Maia Silva prevê a construção das seguintes estruturas no terreno: Academia de Artes, Área de Exposição, Painel das Flores, Anfiteatro, Playground, Alameda das Palmeiras, Jardim de Aquarela, Bosque das Esculturas e
Espaço Arte Modular. “A distribuição da estrutura da praça e a localização da academia foram cuidadosamente planejadas para que não houvesse espaços sem uso na área da praça e ela não acabasse sendo utilizada para o atual fim, seja de venda de drogas ou como local de descarte de lixo”, afirmou.

Descarte irregular
De forma semelhante, lixões surgiram em outros bairros. Na Forquilha, um terreno está tomado pelo lixo. Segundo os moradores dos condomínios de apartamentos, o espaço era destinado à construção de aparelhos sociais, como uma praça. Mas como isso nunca se concretizou o local passou a receber lixo.

Hoje, há dois contêineres de lixo da Prefeitura no local, que sempre estão transbordando. Além disso, são descartadas grandes quantidades de entulho, galhos e móveis velhos no local. Em meio ao lixo, há também muitos depósitos que podem acumular água da chuva facilmente. Por isso a preocupação com a proliferação do Aedes aegypti.

Já no Olho d’Água, parte da calçada da Rua do Pimenta está tomada por lixo. O ponto sempre foi utilizado para o descarte de lixo até que o caminhão de coleta passasse recolhendo os sacos, mas a quantidade de lixo aumentou causando mais transtornos para a comunidade.

Não há uma preocupação por parte de quem joga lixo na calçada com o horário em que é feita a coleta. O lixo é descartado a qualquer hora do dia, e os pedestres perdem o espaço destinado a eles para os sacos de lixo. É preciso caminhar pelo asfalto para passar pelo trecho da via. A Prefeitura foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta página.

Lixões no Bequimão, Forquilha e Olho d''''Água

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.