Crianças que moram na comunidade Sítio São José, localizada na área do Reservatório do Batatã, em São Luís, estão sendo prejudicadas pela falta de ônibus escolar. Desde o ano passado, as famílias estão tendo que encontrar soluções alternativas para que os filhos não deixem de frequentar a escola que fica distante cinco quilômetros da comunidade onde vivem.
Todo dia é uma incerteza no Sítio São José. Os pais têm de encontrar um jeito de levar os filhos até a Unidade de Educação Básica (UEB) Rubem Almeida, que fica no Coroadinho. Isso porque o ônibus escolar, que eles tanto reivindicaram e conseguiram com muita luta, deixou de circular na área há sete meses, por falta de pagamento à empresa que presta o serviço.
A dona de casa Rosenilde Silva Lima é mãe de três crianças que estudam nessa escola e lembra que tudo começou em outubro do ano passado. Na ocasião, os filhos não concluíram o ano letivo com as outras crianças, porque não tinham como ir a escola todos os dias sem o ônibus escolar. “Nós conversamos com os professores para eles fazerem trabalhos e não ficarem reprovados”, recordou-se.
Neste ano, a situação continua a mesma. Por isso, ela e outras mães fazem sacrifícios para que os filhos não deixem de frequentar as aulas. Rosenilde Silva Lima conta que uma das alternativas é que as crianças voltem de carona com um vizinho que tem carro. No total, são sete crianças, dois adolescentes e o motorista dentro do carro, que é de pequeno porte.
Na garupa
Outra alternativa é levar as crianças na garupa de uma motocicleta, o que é proibido, visto que elas são menores de 7 anos, ou ainda de bicicleta. Mesmo não tendo de andar os cinco quilômetros que separam a escola de casa, é tão cansativo como se fosse caminhando. O sol forte assola os pequenos. “A gente traz eles com outra roupa, para quando chegar aqui tomar banho na casa dos parentes e botar a farda antes de entrar na escola”, disse Rosenilde Silva Lima.
Além desse problema, há ainda o risco de assalto no trajeto para a escola. Como o acesso é em meio à mata, bandidos aproveitam para se esconder e atacar outras pessoas.
Samara Silva Lima, mãe de duas crianças que estão enfrentando a falta de ônibus, conta que já foi vítima de assalto quando voltava para casa, depois de deixar a filha no colégio. “Foram dois ladrões. Um colocou a arma na minha cintura e o outro uma faca no meu pescoço. Eles pediam celular e eu não tinha. Foi horrível. O nosso medo é de topar com alguém que faça mal para os nossos filhos também”, afirmou.
Solução
As mães contam que já foram muitas vezes à Secretaria Municipal de Educação (Semed) para buscar uma solução para o problema, mas não tiveram sucesso. “Só dizem para a gente que não pagaram a locadora dos ônibus e os motoristas. Por isso, eles não têm como rodar”, ressaltou Samara Silva Lima.
Elas contam ainda que estão indignadas com a situação e fazem um apelo para que o problema seja solucionado o quanto antes. “Isso é um direito que as crianças tem há mais de 8 anos. Elas dependem desse transporte. Falta atenção e respeito com todos nós. O que mais queremos é que esse problema seja resolvido. A gente sofre muito com isso”, declarou Rosenilde Silva Lima.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que vem adotando as providências necessárias para a regularização do serviço de transporte escolar em toda as escolas atendidas pelo serviço.
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