Educação prejudicada

Sem ônibus escolar, estudantes da área do Batatã são prejudicados

Benefício, que foi conseguido depois de muitas reivindicações de pais de alunos, deixou de circular desde outubro, por falta de pagamento da empresa que presta o serviço

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

Crianças que moram na comunidade Sítio São José, localizada na área do Reser­vatório do Batatã, em São Luís, estão sendo prejudicadas pela falta de ônibus escolar. Desde o ano passado, as famílias estão tendo que encontrar soluções alternativas para que os filhos não deixem de frequentar a escola que fica distante cinco quilômetros da comunidade onde vivem.

Todo dia é uma incerteza no Sítio São José. Os pais têm de encontrar um jeito de levar os filhos até a Unidade de Educação Básica (UEB) Rubem Almeida, que fica no Coroadinho. Isso porque o ônibus escolar, que eles tanto reivindicaram e conseguiram com muita luta, deixou de circular na área há sete meses, por falta de pagamento à empresa que presta o serviço.

A dona de casa Rosenilde Silva Lima é mãe de três crianças que estudam nessa escola e lembra que tudo começou em outubro do ano passado. Na ocasião, os filhos não concluíram o ano letivo com as outras crianças, porque não tinham como ir a escola todos os dias sem o ônibus escolar. “Nós conversamos com os professores para eles fazerem trabalhos e não ficarem reprovados”, recordou-se.

Neste ano, a situação continua a mesma. Por isso, ela e outras mães fazem sacrifícios para que os filhos não deixem de frequentar as aulas. Rosenilde Silva Lima conta que uma das alternativas é que as crianças voltem de carona com um vizinho que tem carro. No total, são sete crianças, dois adolescentes e o motorista dentro do carro, que é de pequeno porte.

Na garupa
Outra alternativa é levar as crianças na garupa de uma motocicleta, o que é proibido, visto que elas são menores de 7 anos, ou ainda de bicicleta. Mesmo não tendo de andar os cinco quilômetros que separam a escola de casa, é tão cansativo como se fosse caminhando. O sol forte assola os pequenos. “A gente traz eles com outra roupa, para quando chegar aqui tomar banho na casa dos parentes e botar a farda antes de entrar na escola”, disse Rosenilde Silva Lima.

Além desse problema, há ainda o risco de assalto no trajeto para a escola. Como o acesso é em meio à mata, bandidos aproveitam para se esconder e atacar outras pessoas.
Samara Silva Lima, mãe de duas crianças que estão enfrentando a falta de ônibus, conta que já foi vítima de assalto quando voltava para casa, depois de deixar a filha no colégio. “Foram dois ladrões. Um colocou a arma na minha cintura e o outro uma faca no meu pescoço. Eles pediam celular e eu não tinha. Foi horrível. O nosso medo é de topar com alguém que faça mal para os nossos filhos também”, afirmou.

Solução
As mães contam que já foram muitas vezes à Secretaria Municipal de Educação (Semed) para buscar uma solução para o problema, mas não tiveram sucesso. “Só dizem pa­ra a gente que não pagaram a locadora dos ônibus e os motoristas. Por isso, eles não têm como rodar”, ressaltou Samara Silva Lima.

Elas contam ainda que estão indignadas com a situação e fazem um apelo para que o problema seja solucionado o quanto antes. “Isso é um direito que as crianças tem há mais de 8 anos. Elas dependem des­se transporte. Falta atenção e respeito com todos nós. O que mais queremos é que esse problema seja resolvido. A gente sofre muito com isso”, declarou Rosenilde Silva Lima.

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que vem adotando as providências necessárias para a regularização do serviço de transporte escolar em toda as escolas atendidas pelo serviço.

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