Novo momento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

O Brasil já vive sob um novo signo político. Após 13 anos de consecutivos mandatos do PT - foram dois de Lula e quase um e meio de Dilma -, o país agora vai experimentar um novo projeto de poder, ainda que seja por apenas um período de seis meses. E os reflexos desta mudança se darão não só na economia, mas também na política.
O presidente em exercício Michel Temer é um advogado paulista que se relaciona intimamente com o mercado financeiro, daí o otimismo da bolsa e a queda do dólar a cada movimentação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Seu ministério reúne próceres dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governo tucano foi pródigo em ações na área econômica, setor que modernizou a ponto de alavancar a economia do Brasil, dando competitividade e respaldo internacional. O petista, por sua vez, usou as bases econômicas para investir em outro setor, o social, garantindo distribuição de renda e acesso das classes mais populares aos bens de consumo e ao ensino básico e superior.
Com relação ao Maranhão, é preciso que Michel Temer avance bem mais do que avançaram FHC e Lula, período em que as relações com o estado se davam apenas no campo político, sem relevância na parte estrutural, econômica e social.
Para esta relação, seria fundamental que Temer tivesse contato com o atual establishment maranhense. Ocorre que os detentores do poder no estado estão em outro campo político, como adversários públicos do atual projeto de poder nacional.
Por isso o Maranhão passa a clamar pela participação de outros atores políticos no processo político nacional. Afinal, como o título acima diz, vive-se novo momento no país.

Rei morto...
Chamou atenção a ausência do governador Flávio Dino (PCdoB) na despedida da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), ontem, no Palácio do Planalto.
O governador, que atuou em todas as frentes para derrubar o impeachment, de repente sumiu de Brasília, exatamente quando Dilma estava no momento mais fragilizado.
Nem mesmo nas redes sociais - onde atua intensamente -, Dino fez qualquer menção relevante sobre o impeachment.

...rei posto
Há semanas, o governador maranhense vinha sendo aconselhado a amenizar os ataques ao agora presidente em exercício Michel Temer (PMDB).
Além de desqualificar o então vice-presidente, o comunista o expunha como chefe do golpe, quando se referia ao processo de impeachment.
Mas desde a fracassada chicana jurídica que tentou com o deputado Waldir Maranhão (PP), Dino decidiu submergir para evitar mais desgastes.

Isolado
Avisado pela oposição e até por José Reinaldo Tavares (PSB) do risco de isolamento no governo Michel Temer (PMDB), Flávio Dino (PCdoB) já vive as consequências.
Sem conexão alguma com Brasília no novo cenário, o governador terá de reconsiderar e repensar a postura em relação a Temer, para não inviabilizar por completo o seu governo.
Situação nada cômoda para quem já vislumbrava um projeto político audacioso para as eleições de 2016 e 2018.

Desprestígio
Chamou a atenção da mídia da Região Tocantina o desprestígio do governador Flávio Dino (PCdoB) na sua mais recente passagem por Imperatriz.
Ele esteve ontem na cidade, para anunciar obras e serviços do Executivo, principalmente nas áreas de infraestrutura e mobilidade urbana.
Ao lado do comunista, apenas um deputado estadual: Marco Aurélio, do mesmo partido do governador. O fato foi encarado como recado da classe política.

“Eu não”
O sindicalista Luiz Noleto postou em seu perfil em uma rede social a conversa decepcionante que teve com o deputado Bira do Pindaré (PSB).
Noleto insistiu com Pindaré para ele ir à tribuna denunciar os casos de funcionários fantasmas da Casa.
Segundo postou Noleto, ele ouviu de Bira um sonoro “Eu não, não vou ganhar nada com isso”. E completar, Pindaré teria dito que não iria se expor dessa forma.

Edinho de volta
O senador Lobão Filho (PMDB) deve voltar ao mandato já na semana que vem, como substituto do pai, Edison Lobão, que se afastará até o fim do ano.
Lobão Filho volta ao Senado com o cacife de ter recebido mais de 1 milhão de votos em 2014 e de ter sido um dos articuladores da aprovação do impeachment na Casa.
O peemedebista deverá içar na linha de frente do partido na base de apoio do governo Michel Temer.

Custo-benefício
O senador Roberto Rocha diz ter votado tecnicamente a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Mas admite que utilizou também aspectos políticos em seu posicionamento, sobretudo a análise do custo-benefício que os governos do PT deram ao Maranhão.
Para Rocha, nos 13 anos de mandatos petistas, o Maranhão não recebeu qualquer obra de vulto que justificasse as maiores votações proporcionais em Lula e Dilma.

E MAIS

• A deputada Eliziane Gama (PPS) elogiou a ação dos quatro pré-candidatos a prefeito que se reuniram para dialogar sobre os problemas de São Luís.

• Nenhum deputado federal e apenas um estadual acompanharam o governador Flávio Dino em seu périplo por Imperatriz, ontem.

• Ainda presidente interino da Câmara Federal, o deputado Waldir Maranhão tem até domingo para escolher entre o comando da Casa e a permanência no PP.

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