Novo governo

Temer pede confiança e diz que saída da crise deve ser urgente

Dilma deixa a Presidência e anuncia que vai continuar batalha contra “o golpe”; ministros já tomaram posse

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Michel Temer recebe notificação para tomar posse
Michel Temer recebe notificação para tomar posse

Brasília

Logo após ter sido notificado da decisão do Senado Federal, que aprovou ontem pela manhã a abertura de processo de impeachment e o afastamento por até 180 dias de Dilma Rousseff , o vice-presidente Michel Temer anunciou os nomes dos ministros que integrarão o ministério do novo governo.

Àpós dar posse aos novos ministros de seu governo, que comporão uma equipe menor, Temer citou algumas vezes a necessidade de recuperação da economia. Segundo ele, é “urgente” fazer um governo de “salvação nacional”.

"Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra confiança. Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade de nossa democracia, na recuperação da economia nacional nos potenciais do país, em suas instituições sociais e políticas e na capacidade de que unidos poderemos enfrentar os desafios deste momento que é de grande dificuldade", afirmou o novo presidente.

Ministério
Entre os nomes anunciados, alguns já haviam sido divulgados informalmente por interlocutores de Temer ao longo das últimas semanas, como Henrique Meirelles (Fazenda), Romero Jucá (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

Somente dois ministérios (Integração Nacional e Minas e Energia) ainda não tem os nomes dos ocupantes definidos. O PMDB deverá ficar com uma dessas duas pastas e o PSB, com outra.

Dos 21 ministros anunciados pela ssessoria de Temer, seis são do PMDB, partido que terá o maior número de filiados no primeiro escalão do governo - esse número ainda pode crescer, pois alguns ministros ainda não foram confirmados.

Partidos que integraram a base de Dilma, como o PP e o PSD, decidiram apoiar o impeachment da presidente dias antes da votação na Câmara e integrarão o governo Temer. Dois ex-ministros da presidente afastada, que saíram há pouco tempo, voltarão a ser ministros: Henrique Alves (Turismo) e Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações).

Por outro lado, partidos que sempre fizeram oposição a Dilma, como PSDB, DEM e PPS, agora passam a ser governo e vão comandar ministérios da gestão de Michel Temer.

Dilma é recebida por Lula após deixar o Palácio do Planalto
Dilma é recebida por Lula após deixar o Palácio do Planalto

"Brutalidade", afirma Dilma
Dilma Rousseff foi intimada oficialmente, na manhã de ontem. Antes de deixar o Palácio do Planalto, ela faz um pronunciamento à imprensa e disse que o processo de impeachment é uma "brutalidade". Em seguida, ela falou para manifestantes que se concentram em frente ao Palácio do Planalto.

Dilma não passou pela rampa do Planalto, por onde, tradicionalmente, os presidentes passam quando tomam posse ou deixam o cargo, mas por uma porta que dá acesso à parte da frente do palácio.

Acompanhada de alguns ministros, Dilma foi recebida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes de movimentos sociais.

“Ao longo da minha vida enfrentei muitos desafios, enfrentei o desafio terrível e sombrio da ditadura, da tortura, enfrentei como muitas mulheres desse país a dor indizível da doença, o que mais dói nessa situação que estou vivendo agora, a inominável dor da injustiça”, definiu a presidente afastada.

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