O Teatro João do Vale (Praia Grande) recebe hoje, às 19h, o espetáculo “As Mulheres do Aluá”, produção que integra o projeto “Sesc Amazônia das Artes”. O espetáculo do estado de Rondônia é baseado em documento editado entre as décadas de 1910 e 1930, que relata a violência vivida pelas mulheres durante o ciclo da borracha e a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, em Porto Velho (RO).
Durante uma hora, os atores da companhia “O Imaginário” apresentarão uma investigação cênica que coloca em foco a relação de gênero e o universo feminino. É baseada nas histórias de mulheres que enfrentaram e desafiaram os poderes para garantir as suas posições diante do mundo, em um período em que o pensamento do homem é que determinava a condição de cada mulher. O elenco é formado por Amanara Brandão, Agrael de Jesus, Jaque Luchesi e Zaine Diniz. A direção é de Chicão Santos.
A peça aborda a história de mulheres ribeirinhas que sofreram e ainda sofrem a opressão na Amazônia e no Brasil como um todo. A proposta é uma oportunidade para que o público reveja seus conceitos e foi concebida a partir de uma pesquisa cênica que coloca em foco a relação de gênero e o universo feminino. Essas histórias registradas nas páginas frias dos processos foram transformadas em dramaturgia e acabaram nos palcos.
Personagens
Quatro personagens, Bebé Robert, Josefa Cebola, Elisa e Catharina, são condenadas e trancadas em celas que ficam em uma cidade abandonada no interior da floresta. Com o passar do tempo, elas se transformam em “mulheres de pedra” e uma vez por ano saem desta condição para beber e festejar o “Aluá”. Enquanto estão preparando a bebida, relembram suas memórias, bebem e depois voltam à condição de mulheres de pedra.
A encenação estética usa elementos que estabelece um ritual de quatro mulheres, com suas memórias em que a realidade é gerada pelos processos de confecção do aluá e é banhada pelas memórias e pelos mitos amazônicos. Outro aspecto significativo é a trilha que alude aos costumes e mitos ribeirinhos. Alguns objetos cênicos causam impactos, pois concentram em sua significação a violência representada pelas personagens.
Desde sua criação, em 2005, a principal ação da companhia “O Imaginário” é discutir o teatro, o público e a cidade, ação estratégica para o desenvolvimento de conceitos que assegurem a luta por um teatro insurgente e pela promoção do acesso do cidadão à arte como um direito social. A companhia mantém em Rondônia uma escola livre de formação de jovens artistas, promove residências na área com coletivos de outras regiões e recebe oficinas e espetáculos.
A companhia esteve presente no “Seminário Funarte de Residências Artísticas”, no Rio de Janeiro, e no programa “Rumos Legado Teatro”, do Instituto Itaú Cultural, participando da mesa “O Teatro de Rua e o Teatro na Cidade”, em São Paulo, em 2014, e foi selecionada no “Prêmio Funarte de Fomento ao Teatro 2014”, com o projeto “Manutenção de Atividades do Tapiri”.
Serviço
O quê
Espetáculo “As Mulheres do Aloá”
Quando
Hoje, às 19h
Onde
Teatro João do Vale
Entrada franca
Saiba Mais
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