As escolas são ambientes de aprendizado. No entanto, o avanço da criminalidade vem mudando a realidade nessas instituições, prin­­cipalmente na rede públicas de ensino. Dados da Ronda Escolar da Polícia Militar do Maranhão (PM) mostram que em média cinco armas brancas são apreendidas por semana com alunos ou abandonadas próximo das escolas, na Região Metropolitana de São Luís.

A apreensão de armas brancas, como facas, facões, chuços e similares estão entre as principais ocorrências registradas pela Ronda Escolar na Ilha. No ano passado, foram 486 registros dessa natureza.
O uso de drogas lidera o ranking das ocorrências mais registradas pela Ronda nas escolas: foram 659 casos contabilizados no ano passado. A apreensão de entorpecentes ocupa a segunda posição nessa lista, com o registro de 646 casos. Já as apreensões de armas brancas aparecem na terceira posição no ranking.

Medo
Por trás das apreensões está a preocupação de estudantes e professores, que cada vez se sentem mais amedrontados pela crescente onda de violência no ambiente escolar. Outros casos que causam aflição para a comunidade acadêmica são as invasões nas escolas ocorridas com frequência, não apenas em São Luís, mas também em escolar de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar.

Com relação às armas brancas apreendidas pela Ronda Escolar, muitas vezes esses objetos estão escondidos em mochilas de estudantes, ocupando o lugar que deveria ser dos livros e cadernos. Há casos ainda que esses objetos são encontrados em poder de pessoas das comunidades que ficam no redor das instituições de ensino.

Quando existe a suspeita de o aluno estar com um objeto ilícito, é feita a abordagem. Por causa de determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), essa abordagem, feita pela polícia, é diferenciada e apenas pode acontecer na presença dos pais do jovem e da diretoria da escola.

“Dependendo da situação, o material é apreendido e é feita uma advertência. Se for uma situação mais grave, nós conduzimos o aluno na presença dos pais e gestores para Delegacia do Adolescente Infrator (DAÍ). Se for menor de 12 anos, o Conselho Tutelar também é chamado”, disse o tenente coronel Diniz Batista de Vasconcelos, responsável pelo Comando de Segurança Comunitária (CSC) da Polícia Militar (PM).

Atualmente, são mais de 500 escolas da rede pública municipal e estadual atendidas pela Ronda Escolar na Ilha. Mas são em co­légios localizados em áreas periféricas que ocorrem os mais graves casos que merecem da atenção da PM. Há situações também em que surgem demandas vindas das instituições de ensino particular e que também são atendidas pela Ronda

Policiamento
A Ronda Escolar atua em escalas diuturnas, iniciando às 6h e terminando às 22h30 para acompanhar o horário de entrada e saída dos estudantes nas unidades de ensino. Também são realizadas visitas e palestras nas escolas e trabalho educativo de policiais com estudantes, por meio do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).

“A criminalidade é preocupante. É um problema sério que influencia na vida da comunidade escolar. Estamos na luta diariamente para reduzir a quantidade de ocorrências. Mas quando diminuímos em uma área, outra surge com mais força”, disse o tenente coronel Diniz.

Ele afirmou também que, como atribuições da Ronda Escolar, são realizadas constantemente visitas nas escolas onde são tratados temas relacionados com a segurança dentro do ambiente de ensino; ações sociais; e orientações para conscientizar os pais de alunos.

SAIBA MAIS

O contato com a Ronda Escolar pode ser feito via Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), cujo número é o 190, ou então pelos telefones: 32686061 / 992223262 / 988830457 / 991721318 / 992223425. Também há o e-mail: rondaescolarpmma@gmail.com

Números
659 ocorrências relacionadas ao uso de drogas
646 casos de apreensão de entorpecentes
486 casos de apreensão de armas brancas

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