Sem cárie

Criança com a boca mais saudável

Estudos recomendam o uso de pasta de dente que contenham concentração mínima de 1000 ppm de flúor desde a erupção do primeiro dente para prevenir cárie

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Cárie na infância ainda é problema de saúde pública
Cárie na infância ainda é problema de saúde pública (vida 08 bebe)

São Paulo - De acordo com pesquisa norte-americana, os pais devem usar cremes dentais que contenham flúor em uma concentração mínima de 1.000 partes por milhão para prevenir a cárie dentária nas crianças. A prevenção da cárie dentária pode ajudar a reduzir a necessidade de extensos e dispendiosos tratamentos dentários, incluindo extrações.

Aqui no Brasil, recentemente, a Associação Brasileira de Odontopediatria emitiu um comunicado com o mesmo teor e recomendação do estudo americano. Segundo a entidade, “apesar de todos os esforços, a cárie dentária permanece como um importante problema de saúde pública, e as evidências científicas disponíveis nesse momento indicam que um importante fator para sua prevenção é a utilização diária de dentifrício fluoretado com 1000 ppm de flúor desde a erupção do primeiro dente. Não existe nenhuma outra intervenção que apresente os mesmos benefícios dessa simples medida domiciliar”.

Pesquisadores do Oral Health Group Cochrane já haviam demonstrado que dentifrícios fluoretados reduzem a cárie dentária em 24%, em média, em comparação com produtos sem flúor. A pesquisa mais recente do grupo, que envolveu 79 ensaios com dados de 73.000 crianças em todo o mundo, examinou o efeito dos diferentes cremes dentais para crianças e descobriu que aqueles com menores concentrações de flúor que 1.000 partes por milhão foram tão ineficazes quanto os cremes dentais sem flúor na prevenção da cárie dentária. Os cremes dentais infantis variam de 100 ppm a 1.400ppm na concentração de flúor.


Risco

“O estudo sugere que escovar os dentes de uma criança com um creme dental com flúor, antes da idade de 12 meses, pode estar associado com um risco aumentado de desenvolvimento de fluorose leve. A ingestão de grandes quantidades de pasta de dente pode ainda causar fluorose em crianças de até seis anos de idade, quando os dentes permanentes ainda estão em desenvolvimento, mas usar uma pequena quantidade, com cuidado, vai reduzir esses riscos.

Após a idade de seis anos, os dentes estão totalmente desenvolvidos e a pasta de dentes pode ser usada sem receio de fluorose”, explica o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

A Associação Brasileira de Odontopediatria defende o mesmo pensamento em nota: “Cuidados simples são efetivos para diminuir o risco da fluorose dentária. O mais importante é controlar a quantidade utilizada do dentifrício (o ideal é apenas uma lambuzadela na escova) e, para as crianças menores, saber que a responsabilidade e o cuidado com a quantidade é sempre dos pais e/ou cuidadores”.

“Do ponto de vista da saúde pública, o risco da cárie dentária e as suas consequências, tais como dor e extrações é maior que o pequeno risco de fluorose. As crianças teriam de engolir uma grande quantidade de pasta de dente, durante um longo período de tempo, para obter o grave mosqueado castanho sobre os dentes, em oposição às manchas brancas suaves mais típicas”, observa Checinski.

“Para as crianças que são consideradas de alto risco de cárie dentária, o benefício para a saúde da prevenção da cárie é maior que o risco de fluorose. Em tais casos, a escovação cuidadosa dos dentes pelos pais com uma pequena quantidade de creme dental, contendo altos níveis de fluoreto, é benéfica. Em caso de dúvida, aconselhamos os pais a falarem com o dentista ou o pediatra da família”, defende o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

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