Dia das Mães

Dedo ou pipo: dos males, qual o menor?

Tratamento ortodôntico costuma ser longo e estressante para as crianças e para os pais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Juliana Silveira enfrenta batalha para tirar hábitos ruins das filhas
Juliana Silveira enfrenta batalha para tirar hábitos ruins das filhas (juliana silveira e filhas)

“Mãe, eu quero o pipo!”, o pedido choroso de Isadora é uma das frases mais ouvidas ao longo do dia. A filha da jornalista Juliana Silveira tem 2 anos e meio e só larga a chupeta quando chega na escola. “Ela sabe que não pode usar o pipo durante a aula e o entrega antes mesmo de descer do carro, mas em casa tem sido difícil tirar esse vício”, conta a jornalista que também tem uma filha mais nova. Catarina, de apenas 9 meses, prefere o dedo polegar como consolo.

“A Isadora passou a usar pipo depois que parou de mamar. Já Catarina, desde os 2 meses, adora chupar dedo. No começo, a gente acha bonitinho, mas eu sei que nos dois casos esse mau hábito traz consequências para a dentição e fala da criança. É o que me preocupa”, confessa.

E realmente, ela tem por que se preocupar. “Tanto a chupeta quanto o dedo causam sérios problemas nas articulações orofaciais, que estão em formação. Se esse hábito for prolongado, certamente vai comprometer a mastigação, a deglutição, a fala e, até mesmo, a respiração da criança”, alerta Catarina Farah, odontopediatra do Hapvida Saúde.

E dos males, qual o menor? Segundo a especialista, a chupeta. “O dedo faz uma pressão ainda maior no céu da boca, o que provoca o afundamento acentuado do palato e a projeção dos dentes. Essa deformidade diminui também a cavidade nasal, o que aumenta as chances de alergias respiratórias”, acrescenta.

Tratamento

O tratamento ortodôntico costuma ser longo e estressante para as crianças, então, quanto mais cedo os pais estimularem os filhos a largar a chupeta ou dedo, melhor. Mas como fazer isso?

O costume de chupar dedo ou pipo é uma forma da criança se confortar ou se sentir segura. Forçá-la a abrir mão desse objeto de desejo pode gerar traumas. “Se ela ainda está fixada na fase oral, isso pode demonstrar que existe uma fragilidade emocional. Os pais devem conversar com os filhos carinhosamente, explicar de forma simples porque o pipo ou chupar dedo faz mal. Ao mesmo tempo, demonstrando outras fontes de prazer divertidas como forma de compensação”, aconselha a psicóloga do Hapvida Saúde, Carla Cristini Oliveira.

Essa negociação exige ainda mais paciência se for o dedo o centro das atenções. “Ele está disponível o tempo todo, o que exige ainda mais sensibilidade por parte dos pais. Usar estratégias de distração, como um filme ou um brinquedo, podem ajudar. Elogiar o progresso da criança também é fundamental. Parabenize seu filho quando perceber que ele tem deixado de recorrer ao dedo como de costume ou se esqueceu por um bom tempo a tão desejada chupeta. O elogio é uma forma de incentivo”, indica a psicóloga. Ah, outro conselho. O choro é inevitável nesse processo de desapego. Então, seja forte para não ceder a chantagens. “Caso contrário, os pais é que vão ter que segurar o choro”, conclui Carta Cristini.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.