Impeachment

Relator do impeachment é acusado de pedaladas fiscais

Senadores governistas mostraram levantamento que aponta na gestão de Antonio Anastasia os mesmos erros doas quais ele acusa a presidente Dilma Rousseff

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
(Antonio Anastasia recebe autora do impeachment)

Brasília - Senadores do bloco de apoio ao governo receberam ontem, 28, um levantamento produzido por deputados estaduais do PT de Minas Gerais com os argumentos de prática de pedaladas fiscais pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na época em que ele foi governador do estado. O senador tucano é relator da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff com base também em pedaladas fiscais.

De acordo com o deputado estadual Rogério Correia, Anastasia cometeu verdadeiros malabarismos fiscais à frente do governo de Minas. “O governador Anastasia pedalou para frente , pedalou para trás , para os lados , pedalou para cima. O que ele fez foi um malabarismo fiscal”, criticou Correia, acrescentado que o tucano “se meteu em uma encrenca” ao aceitar a função.

A avaliação e a estratégia de apoiadores da presidente Dilma é desqualificar o tucano. Eles disseram acreditar que, se fizer um parecer favorável ao impedimento, Anastasia assinará uma confissão de culpa em relação à conduta como governador.

O deputado afirmou que o senador tucano não cumpria a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Informou ainda que Anastasia retirou dinheiro do Fundo de Previdência , que estava no Banco do Brasil. “ Ele pedalou com o dinheiro dos servidores públicos, gastou esse dinheiro e nunca repôs. A União agora está cobrando o estado em torno de R$ 7 bilhões de reposição desse fundo”.

Segundo os deputados mineiros, outra irregularidade cometida pelo relator da comissão do impeachment durante o mandato de governador foram pedaladas nas áreas de saúde e educação. Rogério Correia lembrou que Anastasia fez um termo de ajustamento de gestão entre o governo estadual e o Tribunal de Contas do estado, afirmando que não cumpriria o mínimo constitucional na educação e na saúde, como não havia cumprido em anos anteriores, por falta de recursos.

Documento vai embasar ação no STF

O documento elaborado por deputados estaduais mineiros contra Antonio Anastasia vai embasar os senadores governistas que integram a comissão a continuar insistindo na sua substituição da relatoria.

Os parlamentares não descartam a possibilidade de questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a permanência do senador tucano.

“Vamos continuar insistindo para ver se há possibilidade no Senado Federal de substituirmos o relator. Se não for possível, estamos estudando sim a possibilidade de ingressar com uma ação na Justiça”, admitiu a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB–AM).

Anastasia estava no Senado, mas não quis comentar as acusações. Disse apenas que está sereno e que vai se manifestar sobre o assunto “na hora certa”.

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