Eleições 2016

PSB e PP vivem crises internas às vésperas da escolha de candidatos

forças antagônicas travam duelos intrapartidários pelo controle das siglas, de olho não apenas no pleito de 2016, mas também nas suas repercussões para as eleições de 2018

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
(politica)

Dois partidos com elevadas pretensões eleitorais em São Luís, o PSB e o PP passam por crises internas meses antes das convenções que devem definir as candidaturas para a disputa de outubro deste ano.

Nos dois casos, forças antagônicas travam duelos intrapartidários pelo controles das siglas, de olho não apenas no pleito de 2016, mas também nas suas repercussões para as eleições de 2018.

No caso do PSB a “guerra” era de bastidores até esta semana. Atuando constantemente em Brasília, o senador Roberto Rocha tenta assumir a direção estadual da sigla e, para isso, conta com o respaldo da Executiva Nacional, de quem é muito próximo. O caminho seria uma intervenção.

O objetivo dele é barrar uma possível candidatura do deputado estadual Bira do Pindaré a prefeito da capital e garantir que os socialistas apoiem a candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS).

No entanto, o presidente estadual da legenda, prefeito Luciano Leitoa, de Timon, acabou transformando a disputa interna em um assunto público ao divulgar carta aberta para comentar os movimentos de Rocha.

Reclamou - No comunicado, ele diz ter apoiado o debate democrático no PSB, mas faz uma espécie de reclamação sobre a postura do senador, a quem diz ter ajudado a eleger em 2014 - ao garantir condições para que o ex-governador José Reinaldo abdicasse da disputa naquela ocasião.

Segundo Leitoa, essa ajuda custou ao seu grupo político a não eleição direta de Rafael Leitoa (PDT), seu primo, que acabou como primeiro suplente na Assembleia Legislativa.

“Ganharam as eleições em Timon os nossos candidatos a governador, Flávio Dino, com 46.359 (64,98%), e, para senador, Roberto Rocha, com 37.370 (54,68%), o que lhe deu uma margem de mais de 10% acima de seu oponente direto. Como não há vitórias sem custos, coube ao nosso grupo político arcar com o ônus de sacrificar a candidatura de nosso grupo a deputado estadual que não obteve êxito por menos de três mil votos”, escreveu.

No mesmo texto, o dirigente marca para amanhã uma reunião do diretório estadual do partido, e convida Roberto Rocha, insinuando que ele é pouco presente no dia a dia da legenda.

“Convido-o a participar da reunião do diretório estadual do partido no próximo sábado (30) e, diante de dirigentes, militantes e movimentos organizados, exponha (sic) sua posição e faça valer seu direito de discordar”, concluiu.

MAIS

Ao decidir pela manutenção da destituição de Waldir Maranhão da presidência estadual do PP, a juíza Cristiana Ferraz Leite derrubou todos os argumentos do deputado federal. “O órgão partidário do qual emanou a resolução impugnada tem competência e legitimação para aplicar, liminar e excepcionalmente, as penas previstas no art. 69, quais sejam, a advertência, a intervenção e a dissolução, hipótese em que será designada comissão provisória, na forma e duração prevista no art. 124”, despachou.

Justiça mantém Waldir Maranhão fora do comando do PP

No PP a disputa chegou à Justiça. Na manhã de ontem a juíza Cristiana Ferraz Leite, da 14ª Vara Cível de São Luís, indeferiu liminar pleiteada pelo deputado federal Waldir Maranhão e negou-lhe o pedido para retornar ao comando do Diretório Estado do PP.

Maranhão perdeu o controle do partido depois de mudar de voto em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) – ele votou contra o impedimento, quando a determinação partidária era pelo voto favorável ao processo contra a petista.

O atual presidente estadual é o também deputado federal André Fufuca, que assumiu após o ato de infidelidade do presidente destituído.

Com a garantia que permanecerá no cargo, ele já promoveu, também, mudanças nas estrutura do partido em São Luís, nomeando o deputado estadual Wellington do Curso como presidente municipal. O parlamentar é o candidato a prefeito do PP.

Nos bastidores, comenta-se que, se retornasse à presidência estadual da sigla, Waldir negociaria uma aliança dos progressistas com outro partido, o que inviabilizaria a candidatura de Wellington.

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