Terrorismo

Abdeslam, suspeito de atentados em Paris, é extraditado para a França

Ele deixou a prisão belga de Beveren na manhã de ontem; Salah Abdeslam foi colocado no isolamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Paris - Salah Abdeslam, suspeito-chave dos atentados de 13 de novembro em Paris, quando morreram 130 pessoas, foi extraditado da Bélgica para a França, informou a procuradoria federal. Ele deixou a prisão belga de Beveren pela manhã.

A procuradoria de Paris confirmou que o suspeito de planejar os ataques na capital francesa foi entregue pelas autoridades belgas e vai ser apresentado a um juiz.

Abdeslam chegou a Paris às 9h05 (hora local) e foi colocado em isolamento, de acordo com a France Presse. Ele será defendido por Frank Berton, advogado conhecido por trabalhar em casos polêmicos na França. “Ele não ficará em silêncio. Tem vontade em colaborar com a justiça francesa e explicará suas ações", afirmou ele a uma TV local.

Abdeslam foi preso em março quatro dias após ataques a bomba de militantes islâmicos no aeroporto internacional de Bruxelas e em um vagão do metrô, que deixaram 35 mortos e centenas de feridos.

A justiça belga autorizou a extradição no final de março. "Salah Abdeslam declarou que estava de acordo em ser extraditado para a França", informou um comunicado na época.

Um vídeo de câmeras de segurança do café Comptoir Voltaire, um dos alvos dos atentados de 13 de novembro, que foi divulgado nesta quarta, mostra o momento em que o irmão de Salah, Ibrahim, provocou uma explosão. Ibrahim morreu. Várias pessoas ficaram feridas.

'Papel central' nos atentados
Abdeslam, o homem mais procurado da Europa desde os atentados de Paris, foi detido no dia 18 de março em uma operação apresentada como um êxito das autoridades belgas na luta antiterrorista, poucos dias antes dos atentados no aeroporto de Bruxelas e em uma estação de metrô da capital belga que deixaram 32 mortos e centenas de feridos.

Segundo o procurador de Paris, François Molins, teve "um papel central na formação dos comandos de 13 de novembro", participando "da chegada de certa quantidade de terroristas à Europa" e na "preparação logística destes atentados".

De acordo com Molins, em suas primeiras declarações aos investigadores, Abdeslam minimizou seu papel. Também disse que "queria detonar seus explosivos no Stade de France", antes de mudar de opinião. Seu irmão Brahim Abdeslam detonou seus explosivos nas ruas de Paris.

As polícias francesa e belga perderam o rastro de Abdeslam um dia após os ataques de Paris. Durante quatro meses Abdeslam se escondeu em Bruxelas.

Abdelsam também esteve em contato com ao menos dois dos suicidas dos atentados de Bruxelas. Khalid El Bakraoui, que detonou seus explosivos no metrô e alugou um apartamento em Bruxelas onde foram encontradas impressões digitais de Abdeslam, e Najim Laachraoui, um dos suicidas do aeroporto, de quem também se suspeita que fabricou as bombas para os ataques de Paris.

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