O governador Flávio Dino (PCdoB) confirmou ontem a exoneração do secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco. O cargo agora será ocupado pelo subsecretário Carlos Lula, que já foi definitivamente efetivado.
O pedetista deixa o comando da SES, mas não o Governo do Estado. Ele foi nomeado secretário Extraordinário de Articulação de Políticas Públicas, posto anteriormente ocupado pela enfermeira Karla Trindade, que passa a ser agora a subsecretária de Saúde.
Por meio de suas contas nas redes sociais, o governador tentou fazer parecer que a demissão seria apenas mais uma etapa das reformas administrativas que têm sido feitas desde o ano passado.
“Faço mudanças na equipe de governo sempre levando em conta novos desafios e metas que cada conjuntura oferece”, escreveu o comunista.
Pacheco já sabia da sua exoneração desde o fim da semana passada, mas continuava atuando normalmente esperando o anúncio oficial, que seria feito nos próximos dias pelo governador. A informação, contudo, vazou à imprensa, e a “estratégia” comunista acabou sendo abortada.
No momento em que a exoneração foi publicizada, ele estava em reunião de trabalho, ainda como secretário, com membros do Banco Mundial, negociando mais um empréstimo ao Estado.
Qualidade – Ao anunciar a mudança na equipe, Flávio Dino não declinou os motivos da troca. A queda na qualidade dos serviços de Saúde no Maranhão, no entanto, é o fator mais citado nos bastidores políticos.
Problemas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), falta de materiais e medicamentos nas unidades hospitalares e constantes atrasos de pagamentos de fornecedores e servidores terceirizados marcaram a passagem de Marcos Pacheco pela pasta. Ele comandou a Saúde maranhense por 16 meses.
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Ao deixar a SES para a inexpressiva Secretaria Extraordinário de Articulação de Políticas Públicas, Marcos Pacheco repete um movimento já feito por outros seis auxiliares do governo Flávio Dino: Ester Marques (Cultura), Paulo Guilherme (CCL), Fortunato Macedo (Agerp), Aurea Prazeres (Educação), Delma Andrade (Turismo), Ednaldo Neves (Infraestrutura) e, agora, Marcos Pacheco (Saúde) já saíram de cargos nos mais altos escalões do Executivo para assumir assessorias especiais no Palácio dos Leões ou na Casa Civil.
Oposição cita “piora” na qualidade da Saúde
Deputados da bancada de oposição na Assebleia Legislativa, comentaram a segunda importante mudança na Secretaria de Estado da Saúde (SES) em menos de um ano – no segundo semestre do ano passado caiu a subsecretária Rosângela Curado (PDT), substituída por Carlos Lula, agora novo titular da pasta.
Para o líder do PV na Casa, deputado Adriano Sarney, “a constante dança das cadeiras na SES mostra o quanto o governo esta perdido”. Ele cobrou a retomada do programa de construção de hospitais.
“Deveriam retomar o maior programa de Saúde do Norte/Nordeste, em vez de mudar a saúde do estado para pior”, disse.
A líder do Bloco Parlamentar de Oposição, Andrea Murad (PMDB) falou em “caos que foi se instalando no sistema”. E criticou a demora na exoneração de Marcos Pacheco.
“Flávio Dino que, como sempre tardio, demorou a enxergar que Pacheco nunca teve trato para ser gestor”, comentou.
Para Edilázio Júnior (PV) “a saúde no estado piorou drasticamente no governo Flávio Dino”. Ele fez uma alusão ao “Lula de Brasília” ao desejar sorte ao novo titular da SES. “Torço sinceramente que o governador acerte com o Lula daqui, porque com o de Brasília passou vergonha”, declarou.
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