Sem chuva

Condições do clima não favorecem chuvas e reforçam calor em São Luís

Capital está na estação chuvosa, sendo abril considerado o mês mais chuvoso de todo o período, mas a presença de nebulosidade e ausência de chuvas tem intensificado a sensação de abafado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A estação atual é chuvo­sa, mas o que menos se tem visto nos últimos dias em São Luís é chu­va. Pelo contrário: sobram reclamações sobre o forte calor. E não é à toa que surgem tantos comentários. Segundo o Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a temperatura máxima registrada neste mês na capital chegou a ultrapassar a máxima em 30 anos.

Enquanto nos meses de fevereiro e março as máximas temperaturas ficaram abaixo das temperaturas absolutas registradas de 1961 a 1990, neste mês está sendo diferente. Em fevereiro, a máxima foi de 33,1ºC, ou seja, 2,9 graus a menos que a máxima de 30 anos. Em março, foram 0,8ºC a menos.

Já neste mês, dois dados chamam a atenção. A própria temperatura máxima impressiona. Fo­ram 33,4ºC registrados até ontem. Além do valor alto, o registro é 0,4ºC maior que a temperatura máxima registrada em 30 anos.

Explicação
Segundo o meteorologista Marcio Eloi, São Luís está em plena estação chuvosa, sendo abril o mês mais chuvoso de todo o período, com expectativa de 476 milímetros de chuva. Mas o que vem acontecendo nos últimos dias é a ausência de chuva, o que tem feito com que a sensação térmica, de desconforto em função do calor, tenha se intensificado.

De acordo o meteorologista, isso acontece porque há alguns momentos de maior nebulosidade própria do período e não há manifestação de chuva, causando uma sensação de tempo abafado.

“Também se anuncia em todo o Brasil o estacionamento de uma massa de ar quente e isso tem provocado o aumento da temperatura em todo o país. Esse fator, que é externo ao estado e de grande escala, talvez também esteja contribuindo para a nossa sensação térmica”, complementou Marcio Eloi.

Ele destacou ainda o afastamento das condições da Zona de Convergência Intertropical da região. O sistema meteorológico é o mais importante na determinação de quão abundante ou deficiente serão as chuvas no Nordeste do Brasil.

Para o próximo mês, a expectativa ainda é de chuva. Entre os meses de junho e julho, vai se configurar a transição entre as estações chuvosa e seca como mostram os registros históricos. Mas a ausência de chuvas, assim como neste mês, também é possível.

Tendência
Além das questões climatológicas, o meteorologista explica que também há outros motivos para essa sensação térmica. “Devemos ressaltar que a cidade também vem sofrendo um processo de crescimento urbano. A capital está cada vez mais desmatada. Nossa cobertura vegetal é bem precária”, destacou o meteorologista.

Paralelo a isso, dados da variabilidade climática em São Luís mostram que entre 2003 e 2014, a capital registrou até 38ºC como temperatura máxima e houve um aumento de até 4,3ºC em relação às temperaturas normais registras entre 1961 e 1990.

Uma solução para amenizar o problema, seria o planejamento urbano. “Estamos sujeitos a muita radiação solar até mesmo porque estamos muito próximos à linha do Equador. Em contrapartida, deveríamos nos programar e ter uma cidade mais bem planejada”, afirmou Marcio Eloi.

Temperaturas Máximas registradas
Fevereiro/2016 – 33,1º
Março/2016 – 32º
Abril/2016 – 33,4º

DICAS DE SAÚDE

O calor favorece o surgimento de que tipos de doença?
Doenças provocadas pelo calor podem aparecer de forma variada. Das mais leves (brotoejas e cãibras) até as mais graves (exaustão pelo calor e insolação). Insolação requer assistência médica imediata e pode resultar em morte.
Apesar de qualquer pessoa poder apresentar essas doenças provocadas pelo calor, há um aumento do risco associado à uma série de fatores ambientais, características pessoais, condições de saúde e medicamentos.
Quais os grupos mais atingidos?
Idosos e crianças não têm o hábito de consumir muita água. De acordo com os médicos, nesse período de altas temperaturas é fundamental se hidratar, mesmo que não se tenha sede. Especialistas dizem que sentir sede é uma alerta que o corpo dá de que precisa de líquidos, mas nos mais velhos, esse sistema já não é mais tão eficiente, enquanto que nas crianças essa capacidade esta ainda não está completamente funcional.
Como devemos proceder para evitar maiores complicações?
O risco de graves doenças provocadas pelo calor pode ser diminuído por meio de várias medidas para combatê-las, como a aclimatação ao calor, controle da exposição às mudanças bruscas de temperatura e manutenção da hidratação.
Três palavras que devem ser sempre lembradas: água, descanso e sombra.
Quais os primeiros socorros em caso de uma crise ocasionada pelo calor?
Dê um banho frio de chuveiro ou banheira, ou cubra o corpo da pessoa com toalhas molhadas em água fria;
Deite-a em lugar fresco, arejado e à sombra;
Molhe seus lábios, para aliviar a secura. Dê pequenos goles de água com sal (1 colher de sal para cada litro de água);
Depois, dê bastante água para hidratar; Jamais dê bebida alcoólica.
Dica de proteção
Beba mais líquidos (sem álcool), independentemente do seu nível de atividade. Não espere até ter sede.

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