As obras emergenciais de tapa-buracos na BR-135 foram retomadas, mas ficam paradas no fim de semana, embora sejam urgentes. Ontem, O Estado esteve na rodovia federal e nenhum operário foi encontrado. Os buracos continuam tornando o tráfego perigoso.
Amanhã, faz um mês que a bailarina e professora de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Ana Lúcia Duarte Silva, de 51 anos, foi morta com vários tiros durante um assalto na BR-135, quando voltava com uma amiga para São Luís.
A morte da bailarina chamou atenção para a situação precária da rodoviária federal que é a única ligação rodoviária da ilha com o continente. No entanto, pouca coisa mudou na via desde o latrocínio e a buraqueira continua sendo um problema que preocupa quem precisa trafegar pela BR.
No dia 30 de março, o Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Maranhão iniciou obras de recuperação da BR-135. Os trabalhos foram retomados após reclamações de motoristas e devido à pressão da sociedade e de políticos após a morte da bailarina. Inicialmente, de acordo com o órgão, os trabalhos - cuja responsabilidade é da empresa Ethos Engenharia de Infraestrutura - se concentrarão em pontos mais críticos da rodovia, como os quilômetros 13, 15 e 8, no sentido interior-capital.
Ainda segundo o DNIT, por meio do contrato nº 114/2016, celebrado entre o órgão e a empresa contratada e cujo extrato foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU) do dia 28 de março deste ano, serão aplicados R$19.814.159,00 na recuperação da pavimentação asfáltica da BR-135, entre os quilômetros zero e 69 (na altura do município de Santa Rita). De acordo com o extrato, os serviços deverão ser entregues até junho de 2018.
No entanto, apesar de serem emergenciais, as obras são paradas nos fins de semana. No sábado, 23, e ontem, foram dias de sol forte na capital, o que poderia ter sido aproveitado para acelerar os trabalhos e reduzir a buraqueira na rodovia federal, dando mais celeridade e segurança ao tráfego.
Buracos
Enquanto isso, no trecho próximo à entrada da cidade os buracos continuam deixando o tráfego perigoso, um deles fica em cima da ponte. Até foram feitos serviços emergências de tapa-buracos nas últimas semanas. “Não foi suficiente porque ainda tem muitos buracos. A gente precisa dirigir com muito cuidado para não cair nos buracos e causar um acidente e ainda temos que ficar atento se não tem alguém na pista, um assaltante, para não acontecer conosco o que aconteceu com a bailarina”, disse Adriano Chaves, que voltava para São Luís depois do feriadão de Tiradentes. l
O Campo de Perizes é um dos mais arriscados. Lá, os buracos obrigam os condutores a fazerem manobras entre as duas pistas, o que é um risco para o trânsito na área. A falta de acostamento em um trecho da pista de quem trafega no sentido interior do estado é motivo de reclamação. “Se tivesse o acostamento, a gente poderia desviar do buraco por ele, mas somos obrigados a avançar para outra pista”, disse Pedro Muniz.
Na ponte Marcelino Machado, sobre o Estreito dos Mosquitos, que liga São Luís ao continente, mais buracos. É até possível a estrutura de metal da ponte, já que a cobertura asfáltica está comprometida. Só que diferente dos buracos do Campo de Perizes, os motoristas não conseguem visualizar os buracos sobre a ponte a tempo de desviarem. Aí a única solução é reduzir a velocidade ao subir na estrutura para evitar acidentes e minimizar os efeitos do impacto da queda.
Duplicação
Em setembro de 2012 a BR-135 começou a passar por obras de duplicação. Os trabalhos sofreram diversas modificações no seu cronograma e ainda não foram concluídas. Esta semana, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) anunciou que foram retomadas, na segunda-feira,18, as obras de duplicação da rodovia. Devido ao período chuvoso, o início dos trabalhos está concentrado na construção do viaduto de acesso à cidade de Rosário, no entroncamento da BR-135 com a BR-402, no município de Bacabeira (KM 51).
O projeto de melhoria da BR-135 contempla a duplicação da rodovia, a realocação da ferrovia Transnordestina na região do Campo de Perizes e a construção do viaduto de Bacabeira. Segundo o DNIT, cerca de 80% dos serviços estão concluídos. Desse total, 60% foram serviços de fundação de aterro. A conclusão das obras de duplicação do primeiro trecho é previsto para início de 2017. No entanto, ontem, nenhum operário estava trabalhando no local.
A duplicação da BR-135 faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O investimento do DNIT para esse trecho, com aditivos e reajustamentos, é de R$ 484.735.728,44. A obra proporcionará a melhoria do tráfego, o aumento da segurança dos usuários da rodovia e a redução do tempo de percurso em cerca de uma hora, trazendo benefícios econômicos para o Maranhão.
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