Incidência

População de 20 a 39 anos é a mais atingida por doenças do Aedes

No primeiro trimestre do ano, foram notificados 2.407 casos de dengue, zika e febre chikungunya na população dessa faixa etária no Maranhão Jovens e adultos de até 39 anos, faixa da população considerada a mais produtiva

Jock Dean/Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Moradores de São Luís têm que conviver com lixão em plena rua
Moradores de São Luís têm que conviver com lixão em plena rua (Lixo em rua)

Jovens e adultos de até 39 anos, faixa da população considerada a mais produtiva, são os mais acometidos pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em São Luís. É o que revela a Secretaria de Estado da Saúde (SES). De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), neste ano a faixa etária com maior número de casos suspeitos é de 20 a 39 anos. No entanto, a secretaria alerta que todas as pessoas, independentemente da faixa etária, podem contrair uma das doenças, por isso, os cuidados precisam ser os mesmos.
De acordo com o Sinan, até a 13ª semana epidemiológica – equivalente ao primeiro trimestre do ano - foram notificados 2.407 casos de dengue, febre chikungunya e zika vírus na população de 20 a 29 anos. Entre as pessoas de 30 a 39 anos, foram 2.229 casos notificados.
A família da jornalista Aline Alencar, de 28 anos, que mora no Cohatrac, foi uma das vítimas do mosquito. Na terça-feira à noite, ela levou a avó, de 91 anos, a uma emergência médica com sintomas da febre chikungunya. Na mesma noite, a mãe dela, de 59 anos, também teve sintomas da doença. As duas tiveram sintomas como tremedeiras, febre e inchaços nas articulações.
No dia seguinte, foi a vez de a jornalista sentir os sintomas do zika vírus. “Estou com inchaço nas mãos e pés e com uma leve coceira, além de indisposição e um estado febril”, informou. Ela está tomando remédios para febre e dores no corpo. “Como minha mãe e avó foram ao hospital e as emergências estão muito lotadas e os sintomas não estão graves, por enquanto estou me tratando em casa, com medicação para aliviar as dores e a febre”, disse.
Já o servidor público Rafael Moscoso, de 34 anos, está com sintomas mais fortes. Ele está no quarto dia da chamada fase aguda da febre chikungunya, que é quando os sintomas se manifestam. Ele sentiu inicialmente dores no pulso, mas pensou que tivesse feito esforço além do comum no trabalho. “No dia seguinte, eu acordei com muitas dores nos punhos, nos quadris e nos pés. Além desses sintomas, estou com febre de 39,8 ºC e dores pelo corpo todo”, afirmou.

Todas as idades
Segundo a SES, o vírus que causa das doenças pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Pessoas com doenças crônicas têm mais chances de desenvolver formas graves das doenças. É o caso da avó de Rafael Moscoso, que tem 88 anos e sofre de artrose, o que aumenta a intensidade das dores articulares causadas pela febre chikungunya. A idosa está há seis dias apresentando os sintomas da doença.
A SES recomenda que em caso de suspeita de dengue, zika ou chikungunya, o paciente deve procurar um serviço de saúde mais próximo. A secretaria destaca ainda que não existe vacina ou tratamento específico para as doenças e que apenas os sintomas são tratados. A SES frisou também que não é recomendado o uso de ácido acetilsalicílico, a popular AAS, devido ao risco de hemorragia. Recomenda-se repouso absoluto ao paciente que deve beber líquidos em abundância. Em relação às gestantes, orienta-se a utilização de roupas compridas (calças e blusas) e uso de repelente, além disso, utilizar telas em janelas e portas e mosquiteiros.

Combate ao mosquito
Em São Luís, continua o reforço às atividades promovidas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus). O objetivo é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti e impedir o avanço das três doenças transmitidas por ele. De 29 de janeiro a 15 de abril, a atividade passou por 38 bairros. As equipes visitaram 43.566 imóveis, destes, 1.220 apresentaram focos do mosquito e um total de 10.275 foram alvos de tratamento. Nos imóveis encontrados fechados, a equipe retorna posteriormente para devidas verificações.
Entre as atividades executadas durante as mobilizações da campanha estão visita domiciliar, visita em pontos estratégicos, tratamento químico com carro fumacê, recolhimento de bagulho volumoso e pneus. A última mobilização ocorreu na região do bairro São Cristóvão com vistoria em cerca de 9 mil imóveis nos bairros Jardim São Cristóvão, Ipem São Cristóvão e Cohapan.

Mais

Em casos de imóveis trancados, os agentes de controle de endemias estão autorizados a entrar por meio da Medida Provisória nº 31.428, do Governo do Estado do Maranhão, que permite o ingresso forçado em imóveis públicos e particulares abandonados para ações de prevenção e combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus.

Números

1.910 casos de dengue na faixa etária de 20 a 29 anos

222 casos de febre chikungunya na faixa etária de 20 a 29 anos

275 casos de zika na faixa etária de 20 a 29 anos

1.811 casos de dengue na faixa etária de 30 a 39 anos

239 casos de febre chikungunya na faixa etária de 30 a 39 anos

240 casos de zika na faixa etária de 30 a 39 anos

Denúncia de focos do mosquito

A população pode denunciar focos do mosquito Aedes aegypti - transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Em São Luís, a denúncia pode ser feita direto para a coordenação municipal 3212-8282. O atendimento funciona todos os dias da semana, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Para auxiliar na denúncia, é importante que a população informe o endereço ou ponto de referência do local onde o foco do mosquito precisa ser verificado e exterminado. Todas as denúncias são encaminhadas às equipes do Programa de Combate ao Aedes aegypti de cada município do Maranhão, que realizam a vistoria e executam os procedimentos de aplicação de larvicidas, entre outras atividades de campo.

Principais tipos de criadouro

Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados;

Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas;

Guardar pneus em locais cobertos;

Guardar garrafas com a boca virada para baixo;

Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos escoamentos de água;

Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras;

Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal;

Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias;

Guardar baldes com a boca virada para baixo;

Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos;

Manter limpas as piscinas;

Guardar ou jogar no lixo os objetos que pode acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos;

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