Tragédia

Duas pessoas morrem em desabamento de ciclovia

Inaugurada em janeiro deste ano no Rio, a ciclovia Tim Maia, entre São Conrado e Leblon, obra que custou R$ 45 mi, teve um trecho de mais de 50 metros arrancado por uma forte onda; estrutura ficará interditada indeterminadamente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Desabamento do trecho da ciclovia ocorreu pouco mais de quatro meses após sua inauguração e, além de causar mortes, deixou o saldo de mais três pessoas feridas/Divulgação
Desabamento do trecho da ciclovia ocorreu pouco mais de quatro meses após sua inauguração e, além de causar mortes, deixou o saldo de mais três pessoas feridas/Divulgação (Ciclovia)

RIO - Parte da ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, desabou na manhã ontem, ocasionando a morte de duas pessoas, além de três terem ficado feridas. A ciclovia, que é suspensa e junto ao mar, teve um trecho de mais de 50 metros arrancado por uma forte onda.
Uma das vítimas foi identificada como Eduardo Marinho, de 53 anos. O homem era engenheiro e morador do bairro Ipanema. De acordo com a médica Eliane Albuquerque, mulher da vítima, Marinho saiu pela manhã para caminhar e passava pela área quando a ciclovia desabou.
A equipe de resgate diz que outro homem foi encontrado no mar já sem vida, mas ainda não havia identificação do corpo. O secretário municipal de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho, classificou o acidente como "inaceitável". Segundo ele, mergulhadores do Corpo de Bombeiros procuravam uma possível terceira vítima.
Ainda de acordo com Carvalho, toda a ciclovia ficará interditada por tempo indeterminado. "Neste momento devemos deixar os bombeiros trabalharem para encontrar essa possível terceira vítima e o time de engenharia avaliar para dar um parecer do que causou o acidente", declarou o secretário. Técnicos da Prefeitura estiveram no local para apurar as circunstancias do acidente.
Inaugurada em janeiro deste ano, a ciclovia foi atingida por uma forte onda que, além de destruir o local, também quebrou o parabrisa de um ônibus. Agentes da CET-Rio estão no local e, por conta do acidente, a via está totalmente interditada nos dois sentidos.

Tremor
Na quarta-feira, 20, moradores e turistas afirmaram que sentiram um tremor na via. "Eu levei três turistas no Castelinho e sentimos a ciclovia tremendo muito cada vez que uma onda batia. Eu comentei que aquilo ia acabar caindo", conta Ana Lima, guia de turismo.
"Provavelmente, o que aconteceu foi um problema de projeto", afirmou José Schipper, vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ). De acordo com o engenheiro, “não deve ter sido levado em conta um esforço de carga forte vertical, de baixo para cima, nem transversal. A ligação entre os pilares e a parte horizontal da estrutura é feita com amarração de ferro. Eles estão interligados, mas talvez não o necessário para aguentar a força de ondas fortes como essas”, afirmou. Ainda de acordo com o especialista, a estrutura poderá ser reparada. No entanto, é preciso fazer um "reforço" e uma "amarração do pilar junto com o tablado da ciclovia".
O desabamento do trecho da ciclovia ocorreu pouco mais de quatro meses após sua inauguração. A construção teve início em junho de 2014 com um custo de aproximadamente R$ 45 milhões. Em 17 de janeiro, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, inaugurou a primeira parte da ciclovia, que vai apenas do Leblon à São Conrado e tem 3,9 quilômetros. Ainda não há data para a entrega da segunda parte da pista, que vai ligar São Conrado à Barra.

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