Conjuntura

Crise desafia construção a tornar-se mais inovadora

Sebrae executa projeto em São Luís que visa o fortalecimento, inicialmente, dos pequenos negócios

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Atividade da construção civil tem sido bastante afetada pela crise, com grande impacto no emprego/Divulgação
Atividade da construção civil tem sido bastante afetada pela crise, com grande impacto no emprego/Divulgação (construção)

O setor da construção civil foi um dos mais atingidos pela crise econômica brasileira. O desaquecimento da atividade pode ser percebido pelo número de obras paradas e de canteiros praticamente fechados. No ano passado, foram mais de 415 mil postos de trabalho fechados em todo o Brasil nessa área, queda de 5,2% em relação a 2014, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Diante do cenário desfavorável, empresários do setor têm buscado estratégias para se manter competitivos e com as contas equilibradas. Para isso, vale até mesmo reinventar-se, mudar o perfil empresarial, inovar e encarar o mercado em retração com maior otimismo e, acima de tudo, preparado para a mudança dos ventos.
Para o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), que há um ano executa na Ilha de São Luís o projeto Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Construção Civil, o momento, apesar de exigir cautela, é propício à inovação.
“O empresário não pode fechar os olhos para esse momento da economia, porque os reflexos da crise são vivenciados pelo brasileiro e, muito particularmente, pela classe empresarial – que se viu, de uma hora para outra, tendo que conviver com uma alta taxa de juros que inviabiliza o crédito, engessa a produção e afasta o consumidor final, temeroso por perder o emprego e endividar-se ainda mais. Manter a sustentabilidade em tempos de crise requer, ao contrário, um mínimo de coragem para remar contra a maré, porém a favor de novas possibilidades que possam surgir. Requer proatividade e preparo”, indica o superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins.
Durante o primeiro ano do projeto em São Luís, onde participam 36 empresas do setor, o Sebrae realizou inúmeras ações de capacitação envolvendo os empreendedores atendidos, tais como palestras, oficinas, clínicas tecnológicas e cursos com temas de interesse específico do setor; clínicas tecnológicas voltadas para redução de custos em obras; treinamentos sobre Normas Reguladoras; Rodadas de Negócios; seminários; ações in company (dentro das empresas) e consultorias diversas.
“Realizamos, ainda, uma pesquisa onde foram avaliados o perfil do empreendimento, a satisfação com o projeto, o grau de aplicabilidade do conhecimento recebido [capacitações], comparando os dados reais com as metas propostas para esse primeiro ano. A pesquisa é nossa referência para aferir os resultados no final do projeto”, explica a gestora Marina Lavareda, informando que o nível de satisfação com as ações do Sebrae, junto aos empresários, chegou a quase 90%.
A Grande São Luís tem pouco mais 85 mil pequenos negócios. Só na construção de pequenos edifícios são mais de 2.500 empreendimentos, um percentual de 3,3% do total de empresas ativas do território.

Cara nova
Para o engenheiro elétrico Thiago Silva (Metric Engenharia), atravessar a crise está sendo uma experiência significativa e de grande aprendizado. Mas não porque as coisas deram errado. Colocando o pé no chão, o empresário – que iniciou uma sociedade recentemente - resolveu fazer uma parada estratégica.
“Analisamos o mercado e olhamos para dentro. Estávamos com duas empresas do mesmo setor, porém com atividades diferentes. Por isso, resolvemos dar uma guinada e partimos para reformular tudo. O nosso foco voltou-se apenas para planejamento energético e o objetivo é ampliar o leque de clientes, atendendo, também ao varejo [pequenas empresas e residências]. Nunca estivemos tão bem, apesar do momento confuso pelo qual passa o país”, revela o empresário.
Thiago ressalta que teve sorte de estar junto ao Sebrae quando resolveu mudar a direção de sua empresa, ao lado do seu sócio. Entrou com o pé direito no projeto, uma vontade muito grande de acertar e aproveitar todas as capacitações para melhorar e consolidar o seu negócio.
“Hoje, somos a história viva dos ganhos que podem ser obtidos nessa parceria promissora: reestruturamos a empresa, nos organizamos melhor, definimos o foco do negócio, realizamos pesquisa de mercado em geração de energia, mapeamos nossos clientes, fizemos o nosso plano de marketing e montamos uma equipe comercial, além de participar de eventos e feiras para ampliar nossos horizontes e experiências. Tudo com orientação, por meio do consultor que nos atende no projeto. Por isso, hoje, quando o país fala de crise, falamos de oportunidades”, sinaliza o empresário.
“Fazer o empresário mudar e melhorar a gestão para que se torne mais competitivo no mercado, é uma das funções do Sebrae. Quando os empresários respondem positivamente colocando em prática as orientações repassadas pelos nossos técnicos e consultores, as ações se tornam mais efetivas e os resultados são mais rápidos e expressivos”, aponta o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, informando que a instituição tem produtos formatados para cada perfil de empresa. “Nesse tempo de crise, o aconselhável é fazer mais com menos e isso pode ser realizado com conhecimento e estratégias customizadas, após um diagnóstico empresarial”, explica.

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