Cunha dobrou o Planalto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Alvo do “Fora, Cunha”, o presidente da Câmara venceu a queda de braço com o Planalto. Para o governo, ele faz a diferença no processo do impeachment. Analistas citam sua obra: consolidou um bloco de partidos, isolou o PT e colocou o PSDB debaixo do braço. Na Câmara, a convicção é que Eduardo Cunha concluirá seu mandato e fará seu sucessor. Estão na fila o relator da comissão do impeachment, Jovair Arantes, e o presidente, Rogério Rosso.

Reforma ministerial de Temer
Não ficará pedra sobre pedra. Quando se instalar no Planalto, o vice Michel Temer vai mudar todos os ministros do atual governo. “Será um governo novo”, diz um de seus conselheiros. Temer, por conta das alianças para destituir a presidente Dilma, terá de contemplar os mais diversos partidos com ministérios. Alguns dos atuais ministros, que trabalharam discretamente pelo impeachment, podem até ser aproveitados. Isso, dizem aliados de Temer, não impedirá que ele anuncie um Ministério de Notáveis, sugerido pelo PSDB. Temer pretende seguir essa orientação na área econômica. Ele procura nomes de peso para criar uma onda positiva junto ao mercado.

A expectativa
A CUT divulga hoje pesquisa do Instituto Vox Populi na qual 61% avaliam negativamente um governo do vice Michel Temer. Vem do Nordeste o principal apoio ao governo. São contra o impeachment 54% dos entrevistados.

Qual é?
Presidente do Solidariedade e da central de trabalhadores Força Sindical, o deputado Paulinho da Força discorda da estratégia do PSDB e do DEM de não embarcar, na largada, num eventual governo Temer. “Nós estamos o ajudando a chegar à Presidência. Fica mal não estar com ele depois”, tem cobrado dos tucanos.

Capilaridade
Governistas listam, entre os erros na reta final da busca por votos, a estratégia de centralizar as conversas com presidentes e líderes partidários. Avaliam que os recados e apelos a esses dirigentes não chegaram aos deputados.

Demita se for capaz
Uma deputada da base governista que decidiu votar a favor do impeachment vai entregar os cargos que indicou em seu estado. Na hora de redigir a carta para Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), no entanto, pediu que os nomes dos indicados não fossem listados. Quer que o governo descubra quem são.

A meta e a realidade
Há uma semana, os líderes aliados garantiam que votariam contra o impeachment 20 no PMDB, 20 no PP, 10 no PSD e 20 no PR. Ontem, o placar era de, no máximo, 15 no PMDB, 11 no PP e 8 no PSD. Só no PR ainda se fala em 20 votos.

Trator
A decisão da bancada de deputados do PP a favor do impeachment não foi apenas um revés para a presidente Dilma. O presidente da legenda, o senador Ciro Nogueira, e o líder na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, também foram derrotados.

O VÍRUS H1N1 invadiu a liderança do governo no Senado. Mais de cinco servidores pegaram a gripe. Brincam: é a tensão pré-impeachment.

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