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Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A medicina maranhense e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) lamentam a morte do professor doutor José Carlos Ribeiro Araújo (30/03/2016) e da professora doutora Elizabeth de Sousa Barcelos Barroqueiro (31/03/2016). Felizmente, para nós, eles escreveram e autografaram belas histórias para a medicina. Histórias escritas com palavras que sempre dignificam e engrandecem a profissão médica: competência, prudência e sensibilidade. Por essa razão, as suas biografias emparelham-se em definitivo às que reúnem em si mesmas sapiência, justiça e compaixão.

Por ser um exímio cirurgião e também um excelente professor, o doutor José Carlos Araújo (CRM-MA 1164) deixa um grande legado para ser refletido/ensinado nas salas de cirurgias e nas salas de aulas. Mesmo assim, um vazio persiste no coração daqueles que tiveram o privilégio de tê-lo conhecido. Ou de tê-lo visto a manusear os instrumentos cirúrgicos com invejável expertise: bisturis, pinças, portas-agulhas, afastadores, compressas, gazes, fios, câmeras... Especialmente, quando o sucesso de uma cirurgia depende, sobretudo, de uma performance condicionada por conhecimentos teóricos e técnicos apurados.

Já os alunos investidos de imensa gratidão incorporam em si mesmos as lições recebidas do mestre, tanto as que enaltecem a arte de ser médico, quanto as que servem para enobrecer a trajetória de uma vida dedicada com altruísmo à medicina. Por outro lado, os pacientes continuam a rogar aos céus para que esse médico admirável continue a exercer a sua missão no plano da eternidade.

Com sabedoria, entusiasmo e ética, a professora doutora Elizabeth Barroqueiro (CRM-MA 1169) soube conciliar a especialidade de Endocrinologia com a arte de ensinar os conteúdos que integram a base curricular do curso de medicina: farmacologia, fisiologia, bioquímica, histologia, embriologia... Obviamente, sempre pautada nesta máxima de Guimarães Rosa (Grande Sertão-veredas): “Mestre não é sempre quem ensina, mas quem de repente aprende.”

Na verdade, apenas os grandes mestres sabem revelar entre teorias e práxis o conhecimento acumulado ao longo do tempo e da vida. Por essa razão, pacientes, amigos, familiares, colegas e/ou alunos que tiveram a primazia de beber nessa fonte chamada Elizabeth Barroqueiro precisam agora se contentar em beber apenas saudades...

Dalai Lama afirma que “quando morremos, nada pode ser levado conosco, com exceção das sementes lançadas por nosso trabalho e do nosso conhecimento”. Em razão disso, o doutor José Carlos Araújo e a doutora Elizabeth Barroqueiro foram imprescindíveis semeadores de boas sementes na seara do tempo, da vida e da mente. Por isso, a sociedade ludovicense e a historiografia da medicina devem sempre replantá-las para mostrar que, com a morte, duas estrelas-vivas nasceram no céu da medicina para continuar direcionando/iluminando o caminho das futuras gerações de médicos maranhenses.

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