Epidemia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A propaganda que o governo divulga dia e noite nos meios de comunicação não está sendo suficiente para conter a epidemia de dengue, chikungunya e zica-virus em São Luís. Não se pode negar a importância da propaganda e o chamamento constante da população para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor dessas doenças, mas só isso não é o bastante. É preciso que o governo arregace as mangas e, efetivamente, entre na luta com toda a garra para acabar com ela. Transferir tão somente a responsabilidade para a população não resolve, pois o mosquito se não depositar os ovos em um local irá procurar outro onde possa fazê-lo. E como já ficou evidente, a fêmea deposita os ovos em pelo menos três locais diferentes para perpetuar a espécie.
A população até tem vontade de erradicar essas doenças, mas somente o poder público tem os meios adequados para fazê-los: equipamentos, gente treinada e os inseticidas para eliminar os mosquitos.
O esforço da população não atinge os locais insalubres que rodeiam a periferia da cidade e nem tampouco tem como atingir os mosquitos que estão escondidos entre os matagais e pântanos de pouco acesso pelos colaboradores dessa guerra fria. Neste caso se faz necessário, com muita urgência o socorro dos veículos conhecidos como fumacês, que auxiliam no combate ao mosquito. Desta forma, com a ajuda da população e a mão forte do Estado será possível arrebatar essa peste que vem tirando o sono e a paz da sofrida população, que está fazendo uma verdadeira via-crucis por entre as upas e postos de saúde. Alguns deles maltratados pelo tempo e por falta de um bom atendimento, como é o caso do posto do Cohatrac. Hoje com água empoçada na entrada e atendimento sofrível em plena epidemia. Esse posto já foi muito bom, mas agora o poder público o abandonou de vez.
Em 1988 a leptospirose (doença transmitida pela urina do rato) chegou a causar vários óbitos na Ilha de São Luís. Era uma situação alarmante que precisava ser combatida a qualquer custo. Preocupado com aquela situação parti para uma luta sem trégua. Primeiro procurei a Secretaria de Saúde do Estado, que demorou o tempo que quis para tomar algumas providências, como preparar uma cartilha informando a população dos sintomas da leptospirose e seu principal transmissor. Enquanto isso acionei os meios de comunicação e ia de escola em escola, particular e pública conscientizando os alunos sobre os malefícios daquela doença que estava causando pânico.
Diante de tanta pressão a Prefeitura de São Luís, por meio de sua Empresa de Limpeza Pública mandou desratizar os principais pontos de contaminação, utilizando um veneno, que parecia um sabonete pequeno, doado pelo Japão. Em seguida o governador do Estado, Epitácio Cafeteira, mandou limpar a cidade inteira e, segundo dados do próprio governo recolheu oitocentas toneladas de lixo. Todo mundo viu os tratores e caçambas com faixas em suas laterais propagando o que estava acontecendo. Foi um trabalho árduo, porém interessante e muito eficaz.
Quero propor aos governos estadual e municipal que acolham essa ideia e recolham todo o lixo existente em nossa cidade e paralelamente a isso coloquem os fumacês em trabalho, de forma que não deem trégua ao mosquito. A população de São Luís agradece.

Francisco Viegas Paz
(autor do livro Curiosidades Históricas de Peri-Mirim)

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