Buracos

Fiema vai monitorar obras da rodovia

Falta de conservação aumenta custos logísticos da indústria; em 2015, federação apresentou relatório sobre os impactos na produtividade das empresas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Representantes da Fiema verificam in loco situação da BR 135; Dnit iniciou obras de reparo na rodovia
Representantes da Fiema verificam in loco situação da BR 135; Dnit iniciou obras de reparo na rodovia (Fiema)

Em reunião do Conselho Empresarial do Maranhão (Cema) realizada no início da semana, a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), representada pelo presidente Edílson Baldez, se comprometeu em monitorar as obras de recuperação da BR-135, iniciadas recentemente pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Para a indústria maranhen­se, a ausência de conservação da rodovia faz aumentar os custos logísticos, algo difícil de administrar no momento de recessão econômica pelo qual passa o país.

A BR-135, única via de acesso por terra a São Luís, capital maranhense, se transformou em um caos, com muitas vítimas de acidentes de trânsito, assaltos, homicídios e prejuízos aos motoristas em razão dos buracos que “engolem” os carros.

Presente na reunião do Cema, o superintendente do DNIT no Maranhão, Maurício Itapary, informou que os serviços de manutenção para o trecho da BR-135, entre o Km-0 (que começa no aeroporto de São Luís) e Santa Rita, no Km-69, já têm contrato assinado e serviços reiniciados. Para o trecho da BR-135 entre os Km 69 e 199,3, em Caxuxa, o Dnit está abrindo nova licitação para as obras de conservação e manutenção.

Os trabalhos de reparos na BR-135/MA foram iniciados na quarta-feira, dia 30, com uma operação de tapa-buracos no trecho do Km-15, em Pedrinhas, no segmento da pista que chega a São Luís. Paralelamente, também está sendo feita a limpeza dos dispositivos de drenagem para melhorar o escoamen­to de água. No total, oito frentes de trabalho agilizarão os serviços de manutenção na rodovia. A estimativa da Superintendência Regional do Dnit no Maranhão é de que esses serviços sejam concluídos em 60 dias, apesar de que o fator climático - com chuvas mais intensas - pode interferir no cronograma.

“A atual situação da BR-135 aumenta os custos, tanto de quem produz no estado quanto de quem importa, pois os produtos chegam mais caros por causa dos fretes, que passam a subir de pre­ço e atrasar as entregas. Tudo isso, tira o poder de competitividade da indústria maranhense, e provo­ca uma depreciação do mercado e do produto local”, ressaltou o presidente da Fiema, Edílson Baldez das Neves.

Produtividade
Em 2015, o Conselho Temático de Infraestrutura e Obras da Fiema, presidido pelo vice-presidente da entidade, José de Ribamar Barbosa Belo, e empresários das indústrias de cerâmica e arroz do estado, apre­sentaram um relatório contendo a situação atual das principais rodovias que cruzam o Maranhão, entre elas a BR-135 e os impactos na produtividade das empresas.

O levantamento foi entregue aos representantes do Dnit, à Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) e à Assembleia Legisla­tiva, com diversas rei­­vin­dicações de melhorias na estrada, principalmente no que se refere à má conservação, a sinalização deficitária, o excesso de quebra-molas e outros gargalos que afetam diretamente as indústrias que utilizam o modal rodoviário para o transporte de cargas.

“Dados da Confederação Nacional de Transporte [CNT] mostram que mais de 27% das rodovias maranhenses está em estado ruim ou péssimo. É um gargalo que precisamos nos unir para superar, pois afeta o crescimento e a competitividade das empresas do nosso estado”, afirmou o vice-presidente da Fiema, José de Ribamar Barbosa Belo, que já iniciou o movimento de monitorar as obras na BR-135, juntamente com uma comissão.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção do Estado do Maranhão (Sindicerma) e do Sindicato das Indústrias de Arroz (Sindiarroz), Benedito Bezerra Mendes, cer­ca de 120 indústrias do setor utilizam a BR para circulação da produção de cerâmica vermelha dentro do estado e fora dele. “Cerca de 70% dessas empresas são sindicalizadas e empregam, em média, 12 mil trabalhadores, que contribuíram para que, nos últimos 15 anos, o estado se tornasse autossuficien­te no produto. No entanto, a má conservação das estradas encarece em pelo menos 30% os custos de produção, prejudicando o setor industrial e a economia local, e chegando ao ponto de provocar um desabastecimento de produtos em São Luís”.

Lombadas
Entre os entraves expostos pelo empresário, a grande quantidade de quebra-molas em pequenas distâncias chamou a atenção dos membros do Conselho. “São 48 lom­badas somente nos primeiros 100 quilômetros entre São Luís e Entroncamento”, declarou.

Segundo informou Benedito Mendes, a maior parte dessas ondulações transversais (lombadas) foi construída pela própria população, em protesto aos acidentes e atropelamentos causados aos moradores que instalam suas residências à beira das estradas maranhenses, invadindo a faixa de domínio das malhas viárias. A reso­lução Nº 336, de 24 de novembro de 2009, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proibiu a utilização de tachas e tachões, aplicados transversalmente à via pública, como sonorizadores ou dispositivos redutores de velocidade.

SAIBA MAIS
Deputado cobra urgência na liberação de recursos para a rodovia BR-135


O deputado Sarney Filho (PV-MA) fez ontem um apelo para que o governador do Maranhão, Flávio Dino, possa “usar de seu prestígio em Brasília” para resolver a grave situação da rodovia BR- 135, que devido à sua situação precária tem causado mortes e graves acidentes nos últimos meses. “Esta situação denota falta de prestígio, falta de luta. A nossa bancada federal tem lutado pela duplicação da rodovia, independentemente de partidos, mas a situação só se agrava e culminou com a morte da bailarina Ana Duarte, no dia 26 de março”, criticou o deputado, que é líder do Partido Verde na Câmara dos Deputados. “É fundamental nesse momento, pelo menos diminuir os buracos na pista da BR-135. Depois, a gente continua a duplicação que está parada”, defendeu o parlamentar. Sarney Filho lembrou que não é de hoje que a bancada do Maranhão vem lutando para resolver o problema dessa importante rodovia.

Para o deputado, o Governo Federal tem sido negligente e não liberou os recursos acordados. “A parte política, tudo aquilo que poderia já foi feito pela bancada. Inclusive, priorizamos os recursos da BR- 135 com uma emenda obrigatória. Fomos diversas vezes no Ministério dos Transportes e ao DNIT e estamos cansados de cobrar as providências”, lamentou. “Por isso, acho que o governador, que tanto tem defendido a presidente Dilma, deveria usar desse seu prestígio, dessa energia que está gastando contra o impeachment, para trazer dinheiro para o Maranhão, não para a BR-135, mas outras estradas. Como na região da Baixada Maranhense que estão intransitáveis”, enfatizou Sarney Filho.

O deputado citou ainda a situação de dificuldades na área de saúde, ao afirmar que hospitais estão fechando porque há mais de 10 meses o governo não repassa os recursos necessários.

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