lei da PGE

Deputada vai à Justiça e pode anular votação de projeto que altera lei da PGE

Proposição foi aprovada na quarta-feira, 6, após tramitação em regime de urgência; parlamentar aponta descumprimento ao Regimento Interno

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) anunciou ontem que vai entrar na Justiça pedindo que lhe seja garantido o direito de pedir vistas do Projeto de Lei Complementar n° 001/2016, que altera a Lei Orgânica da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

A proposição foi aprovada na quarta-feira, 6, após tramitação em regime de urgência. Mas, durante a reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Assembleia Legislativa, a peemedebista pediu vistas da matéria, o que lhe foi negado pelo presidente do colegiado, deputado Rafael Leitoa (PDT).

Durante seu pronunciamento, a parlamentar destacou três incisos dos artigos 40 e 52 do Regimento Interno da Casa que dizem que o presidente da comissão deve "conceder obrigatoriamente vista das proposições aos membros da Comissão", que "o membro da Comissão que pedir vista de processo a terá por quarenta e oito horas, se não se tratar de matéria em regime de urgência. Quando mais de um membro da Comissão, simultaneamente, pedir vista, ela será conjunta na própria Comissão, não podendo haver atendimento a pedidos sucessivos" e "à proposição em regime de urgência será concedida obrigatoriamente vista por vinte e quatro horas".

Na medida judicial a deputada vai pedir, ainda, que todos os atos posteriores ao pedido de vistas sejam anulados.

"Eu e minha equipe jurídica estamos trabalhando nesta ação para anular todos os atos posteriores ao meu pedido de vistas de forma que eu tenha assegurado um direito que o regimento garante a todos os deputados. Não são os interesses individuais do governador que vão cercear o meu direito de atuação parlamentar e de qualquer outro aqui nesta casa, inclusive obrigando o presidente da comissão de constituição e justiça transgredir as leis do poder legislativo", discursou.

Andrea Murad criticou duramente a postura do presidente em exercício, deputado Othelino Neto, que cortou o microfone da líder de oposição diversas vezes no momento da votação do projeto.

"Nesse caso, Deputado Othelino, na próxima vez que isso acontecer, quero lhe dizer que não permitirei que a sessão continue, porque ocuparei a tribuna não deixando os trabalhos seguirem, discursando mesmo com o microfone desligado. Deem respeito que terão respeito, é o que sempre digo. Falam que sou muito zangada, mas olhem o que fazem, que aí vocês verão como os tratarei. Não admitirei nenhum tipo de cerceamento ao meu direito e sempre reagirei à altura da agressão", finalizou a deputada.

MAIS

Entre as mudanças feitas com a aprovação da nova lei estão a proibição do exercício da advocacia liberal pelos procuradores do Estado que ingressarem na carreira a partir deste ano, a prevalência de membros ocupantes de cargos comissionados no Conselho Superior da PGE, e a retirada, desse mesmo colegiado, de um representante dos procuradores aposentados.

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