Etnografia

Saberes de povos reunidos em projeto

Programação, que ocorre na Faculdade de Arquitetura e na Casa do Maranhão, contempla aspectos etnográficos de comunidades da Região Amazônica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Alfredo Wagner Berno de Almeida assina, ao lado de Heloísa Bertol, a curadoria da mostra
Alfredo Wagner Berno de Almeida assina, ao lado de Heloísa Bertol, a curadoria da mostra (Alfredo Wagner Berno de Almeida)

Etnografia e saberes de povos e comunidades tradicionais a partir da experiência de museus vivos são o mote do “Seminário Internacional Centro de Ciências e Saberes: Trabalho Etnográfico e Cartografia Social” e da exposição “Saberes Tradicionais e Etnografia”, iniciativas que integram o “Projeto Centro de Ciências e Saberes: experiência de criação de Museus Vivos na afirmação de saberes e fazeres representativos dos povos e comunidades tradicionais”, promovido pela Nova Cartografia Social da Amazônia, pelo Museu de Astronomia do Rio de Janeiro e pelo Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia, com financiamento do CNPq.

Os eventos serão abertos hoje, respectivamente, às 18h e 19h, no auditório do Curso de Arquitetura e Urbanismo (Rua da Estrela), e na Casa do Maranhão (Rua do Trapiche), com a presença de pesquisadores de vários estados e de mais de 10 países, além de representantes de comunidades quilombolas, pescadores, quebradeiras de coco e indígenas.

A exposição “Saberes Tradicionais e Etnografia” reúne mais de 300 peças e objetos de comunidades tradicionais vindas dos estados que compõem a Região Amazônica. A mostra, que fica em cartaz até o dia 6 de maio, é aberta ao público e as visitações poderão ser feitas das 9h às 20h, na Casa do Maranhão. “O objetivo da mostra é apresentar as possibilidades de museus vivos, experiências que estão espalhadas por muitos lugares do interior do Maranhão e também de outros estados, por meio de peças importantes para mostrar a força étnica e a pluralidade das identidades destes povos”, diz o professor Alfredo Wagner Berno de Almeida, que assina, ao lado da professora Heloísa Bertol, a curadoria da mostra.

De acordo com o professor Alfredo Wagner, que leciona nas Universidades Federal e Estadual do Amazonas e é colaborador do Mestrado em Cartografia e Política da Amazônia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a exposição foi pensada de forma a reunir ciências e saberes por meio de uma rede de comunidades de pesquisadores e de instituições científicas, com a finalidade de fortalecer o patrimônio cultural de povos e comunidades tradicionais na Amazônia, em uma relação dinâmica entre conhecimentos científicos e saberes tradicionais.

“Vamos homenagear alguns nomes como Manuel da Conceição, liderança camponesa de Imperatriz, a antropóloga Lygia Sigault e Raimundo Lopes, cujo livro ‘O Torrão Maranhense’ foi lançado há 100 anos”, destaca Alfredo Wagner.

Quem for à mostra poderá ver peças, por exemplo, como um barco que veio do Acre especialmente para a exposição, além de peças conhecidas de muitos maranhenses como as ferramentas usadas por quebradeiras de coco em seu dia a dia. “Optamos por focar tanto o seminário quanto a exposição no tema museus porque percebemos que ao longo dessas comunidades é muito comum as pessoas terem, nem que sejam guardadas em um quarto, objetos que remetem às suas histórias”, reforça Alfredo Wagner.

No local da exposição haverá exibição de vídeos, apresentações culturais, como tambor de crioula, por exemplo, venda de livros e produtos tradicionais. A Casa do Maranhão também será palco para o lançamento de 13 livros, sendo seis de autores maranhenses. Hoje, será a vez da coleção “Narrativas Quilombolas” e “Luta e resistência quilombolas”, cujos lançamentos ocorrerão às 19h. Amanhã será lançado o livro “Regime tutelar e faccionalismo: política e religião em uma reserva Ticuna”, de João Pacheco de Oliveira.

Seminário

Já no auditório da Faculdade de Arquitetura da Uema, o Seminário contemplará mesas de discussão sobre temas como “Conhecimentos Tradicionais e Normas Legais na Pan-Amazônia”; “Saberes, literatura dos viajantes na Amazônia e Museus”; “Os Museus e as representações dos povos e comunidades tradicionais” e “As experiências do Projeto ‘Centros de Ciências Saberes’”, entre outras discussões.

Além da participação dos pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia e dos agentes sociais, os debates terão a presença de pesquisadores convidados de diferentes universidades e instituições de pesquisa nacionais e internacionais, a exemplo de Alfredo Vitery (Equador); Eleazar Jose Yriza (Venezuela); Horácio Usquiano, Ministério das Relações Exteriores (Bolívia); Mario Garreta Chindoy (Colômbia); Mille Gabriel, curadora do Museu Nacional (Dinamarca); Richard Kipruto, representante do povo Endorois (Quênia).

Saiba Mais

Comunidades na exposição

- Quilombolas de Alcântara (MA)

- Quilombolas do Rio Andirá, Barreirinha (AM)

- Comunidade Remanescente de Quilombo de Cachoeira Porteira (PA)

- Quilombolas de Camaputiua (MA )

- Quilombolas Enseada da Mata (MA)

- Pequenos Agricultores Assentados, Imperatriz (MA )

- Ribeirinhos do Jauaperi (AM/RR )

- Povo Juruna (MT)

- Povo Kokama (AM)

- Povo Matis (AM)

- Povos Sateré Mawé e Tikuna (AM)

- Povo Tenetehara, Terra indígena Pindar (MA)

- Povo Tremembé (MA)

Serviço

O quê

“Seminário Trabalho Etnográfico e Cartografia Social” e exposição “Saberes Tradicionais e Etnografia”

Quando

Hoje, às 18h e 19h, respectivamente

Onde

Auditório da Faculdade de Arquitetura e Casa do Maranhão, respectivamente, na Rua da Estrela e Rua do Trapiche (Praia Grande)

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