Como agir

Infectologista ajuda a esclarecer sobre os sintomas de doenças

Com sinais parecidos, viroses, dengue, chikungunya, zika e outros males comuns em período chuvoso provocam muitas dúvidas na população

Jock Dean / Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Pacientes lotam UPA do Vinhais à espera de atendimento; cena é comum em outras unidades de saúde
Pacientes lotam UPA do Vinhais à espera de atendimento; cena é comum em outras unidades de saúde (UPA Vinhais)

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus, tem tirado o sono de muita gente nos últimos meses e provocado mudanças nos hábitos e rotina da população para evitar as doenças transmitidas por ele e suas consequências, como a microcefalia. E ao menor sinal dos sintomas das doenças as pessoas estão correndo para um posto de saúde, o que tem aumentado a demanda de atendimentos.

“Se os sintomas não forem muito graves e incapacitantes, a pessoa pode procurar um ambulatório e não uma emergência”, afirmou a infectologista Maria dos Remédios Freitas, do Departamento de Patologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão – Unidade Presidente Dutra (HUUFMA).

Segundo a infectologista, a consulta com o médico evita superlotações e o comprometimento do atendimento nos hospitais. “Neste período, podem acontecer outras viroses, como a gripe e infecções cujos sintomas podem ser confundidos. A vantagem de procurar um médico é que ele faz essa avaliação e indica o tratamento adequado. Mas não necessariamente se precisa procurar uma emergência”, orientou Maria dos Remédios Freitas.

Ela esclareceu que a dengue e a febre chikungunya iniciam com febre alta e o paciente com qualquer das duas doenças também sente dores pelo corpo e nas articulações. “Mas no caso da chikungunya a dor é incapacitante, impedindo o paciente de sentar, andar ou levantar”, frisou. No caso da dengue, a maior preocupação é com o fato de a doença evoluir para quadros mais graves, como a forma hemorrágica, e até levar o paciente à morte.

Dores intensas
Se a febre for baixa e as dores pouco intensas, como se fosse um incômodo que se assemelhe ao que se sente após atividade física, e persistirem dessa mesma forma o paciente pode procurar o serviço de saúde, mas preferencialmente um ambulatório. “Se for apenas uma virose, os sintomas não costumam se agravar, então, o atendimento ambulatorial é o mais adequado até para que o médico avalie a possibilidade de ser outro tipo de infecção”, explicou a médica Maria dos Remédios Freitas.

Normalmente, o médico indica que é uma virose quando os sintomas são leves, como febre baixa, perda do apetite e dores no corpo, que podem deixar a pessoa mais cansada. Quando estes sintomas já estão presentes há mais de três dias e não surgem complicações, o médico pode chegar à conclusão de que se trata de uma virose. Esse diagnóstico é reforçado quando ele atende vários pacientes dentro da mesma região que apresentam os mesmos sintomas, o que é comum nas crianças que frequentam a mesma creche ou escola, por exemplo.

Esses sintomas mais leves podem ocorrer também no caso do zika vírus e em alguns casos, o paciente não sente febre, por isso é preciso ficar atento à presença do sintoma mais característico da doença: manchas vermelhas pelo corpo. “Essas manchas são chamadas exantemas. Outro sintoma que pode ocorrer no caso de zika é a conjutivite. E no caso de dores, ocorre, na verdade, mais inchaço nas articulações que dores. As dores acabam sendo uma decorrência desse inchaço”, informou a infectologista.

Consulta médica
Quando a pessoa apresenta sintomas como febre, dor nos músculos, moleza e cansaço deve ir ao médico para descobrir o que está acontecendo e na consulta médica é importante dar detalhes como os sintomas apresentados, destacando sua intensidade, frequência e ordem do seu aparecimento; onde mora e últimos locais frequentados porque isso ajuda o médico a identificar se o paciente esteve próximo de áreas endêmicas.

Também é importante informar se há casos semelhantes na família ou em vizinhos, quando os sintomas surgiram, se já teve estes sintomas antes e se tomou algum medicamento. Com essas informações e dependendo dos sintomas e sua intensidade o médico tem mais condições de diagnosticar se se trata apenas de uma virose comum.

66 casos confirmados de microcefalia no MA

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que até ontem, no Maranhão, de acordo com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), o total de casos notificados de microcefalia de 2015 a 2016 é de 235. Destes, 34 casos de microcefalia foram descartados e 66 casos foram confirmados. Até o dia 28 de março, eram 55 casos confirmados. Sob investigação estão 135 casos no Maranhão em 79 municípios. São Luís foi o município com maior número de casos confirmados, 24. Ainda na região metropolitana foram confirmados 4 casos em Paço do Lumiar e 1 em São José de Ribamar. Ocorreram cinco óbitos que estão em investigação. O primeiro deles foi em São José de Ribamar em dezembro do ano passado. Os outros foram nas cidades de Pedreiras, em fevereiro deste ano, e em São Luís, Tutóia e Serrano do Maranhão em março de 2016.

Notificações
Este ano, já foram notificados mais de 1.413 casos de dengue, febre chikungunya e zika. Os dados são da Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís e são referentes às primeiras 12 semanas epidemiológicas de 2016. A dengue é a doença com maior número de casos notificados, mas o zika vírus foi quem apresentou o maior crescimento, 670%.

Números

Casos notificados em 2016

650 casos de dengue

301 de febre chikungunya

462 ocorrências de zika vírus

1.413 casos notificados das três doenças

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