Governo autoriza reajuste de até 12,5% no preço de remédios

É a primeira vez, em 10 anos, que o aumento dos medicamentos fica acima da inflação, mas indústria não deve repassá-lo integralmente de imediato; ao todo, 19 mil produtos estão sujeiros ao novo reajuste

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

O preço dos medicamentos poderá subir até 12,5%. É a primeira vez, em 10 anos, que o valor fica acima da inflação. O novo índice foi definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), composta por representantes de cinco ministérios, e publicado no Diário Oficial da União.

O percentual é calculado com base nos critérios, que, junto com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), compõem a fórmula adotada pelo governo para fixar o reajuste máximo do preço dos remédios.

Ao todo, 19 mil produtos estão sujeitos ao novo reajuste. Segundo a indústria, o aumento, no entanto, não deve chegar imediatamente às farmácias. A previsão é que as primeiras variações de preço ocorram com a reposição dos estoques.

Indústria e farmácias também podem optar por praticar um reajuste menor do que o permitido, principalmente nos casos de produtos mais procurados pelos pacientes e fabricados por um maior número de empresas.

Projeções
O índice divulgado sexta-feira (1º), de até 12,5%, confirma as projeções da indústria, divulgadas no início de março. Além do IPCA, cuja taxa acumulada de março de 2015 a fevereiro de 2016 ficou em 10,36%, o cálculo leva em conta fatores como a produtividade da indústria, a concorrência do setor farmacêutico e o custo dos insumos.

Segundo a Interfarma, que divulgou as primeiras estimativas, a baixa produtividade, a oscilação do câmbio e o aumento da energia elétrica influenciaram no cálculo.

O índice de reajuste permitido para este ano é também maior em comparação aos dois últimos anos. Em 2015, o índice máximo permitido para o aumento era de 7,7%. Já no ano anterior, era de 5,7%.

"Não posso assegurar que [o reajuste] será aplicado imediatamente, pois há um fator concorrencial forte, que dita o preço. Acredito que vá ter sim o repasse de uma parte desse aumento, mas os descontos ainda estarão nas farmácias", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.