Poluição

Trechos de praias da Grande Ilha continuam impróprios para banho

Último laudo de balneabilidade mostrou que 21 trechos da orla não estão próprios para banho; não há sinalização informando às pessoas sobre contaminação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A maioria das praias da Região Metropolitana de São Luís continua imprópria para o ba­nho, conforme o último laudo divulgado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema). Em alguns trechos, não existem placas de sinalização informando que o local está impróprio para o banho, e pessoas se arriscam sem saber. De acordo com o último laudo da Sema, to­dos os 21 pontos analisados ao longo da orla estão impróprios para banho.

Um deles localiza-se na Praia da Ponta d’Areia, próximo ao Bar do Dodô, conhecido estabelecimento comercial na localidade. No trecho, a água do esgoto é lançada diretamente no mar, e não existe nenhum aviso que informe às pessoas que o trecho está impróprio para o banho.

Impróprias
Conforme o último laudo divulgado pela Sema, seis trechos analisados e impróprios estão na Praia da Ponta d’Areia; cinco na de São Marcos; três no Calhau; dois no Olho d’Água; dois na Praia do Meio e os outros três na do Araçagi.

Esses pontos não são recomen­dados para o banho porque estão em desacordo com o estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que, em sua resolução nº 240/00, considera impróprio para banho o trecho cuja presença de coliformes fecais for superior a 2.000 por 100 mililitros de água.

Riscos
Na manhã de ontem, O Estado esteve no local e constatou que, além de não existir placa de sinalização, alguns surfistas estavam na água praticando atividades esportivas. Diariamente, esse trecho costuma atrair muitos deles, que vão para a água sem saber dos riscos à saúde aos quais estão sendo expostos por causa do esgoto in natura que é jogado no mar.

Outro trecho da orla que não apresenta condições de banho fica na Praia do Olho d’Água. Próximo a esse ponto, a comerciante Arilma Avelar tem um estabelecimento comercial e reclamou do esgotamento sanitário da região.

Ela afirmou que, nas proximidades de seu estabelecimento, há um esgoto que frequentemente estoura, e os dejetos são lançados diretamente na água do mar, causando transtornos. A comerciante afirmou ainda que já entrou em contato várias vezes com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) para solucionar o problema, mas ela nun­ca obteve resposta.

“Os pais trazem seus filhos pa­ra brincar na areia e as crianças não podem, pois o esgoto fica a céu aberto. Eu acho essa situação uma calamidade, pois a cidade é linda e tem praias lindas, mas as pessoas vêm aqui e não voltam. Todos nós perdemos com isso”, relatou a comerciante, que contou que já teve queda no faturamento por causa da redução da quantidade de clientes, que deixam de ir ao seu estabelecimento por causa do esgoto.

Por meio de nota, a Caema informou que as medidas que estão sendo tomadas medidas para a despoluição das praias como a construção de interceptores e das Elevatórias dos Rios Claro e Pimen­ta, em execução. A última já está recebendo 95% dos lançamentos de esgoto.

Outras atividades são as obras de esgotamento sanitário do PAC I e PAC II, Anil e Vinhais, com previsão de conclusão entre outubro e novembro deste ano. Também foi encaminhada esta semana para a Comissão de Licitação a autorização do início da construção das obras do Rio Canaã, no valor de R$ 12 milhões.

Em relação à sinalização das áreas impróprias para banho nas praias, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) frisou que permanecem afixadas nos locais de origem 14 placas entre a Ponta d’Areia e Olho d’Água. Outras sete foram destruídas pela ação do ar salino ou depredadas por vândalos e, já estão sendo providenciadas novas placas para substituir e completar a quantidade necessária, inclusive com futuras indicações sobre o estado de própria para banho. A Sema faz o monitoramento semanal da balneabilidade das praias em 21 pontos diferentes (incluindo a foz dos rios) desde janeiro de 2015.

SAIBA MAIS

Em 2012, as praias da Região Metropolitana de São Luís passaram quase 200 dias interditadas pela Sema após a divulgação de um laudo, no dia 25 de março daquele ano, segundo o qual toda a orla estava imprópria para banho. A liberação ocorreu apenas em 11 de outubro, após a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) executar obras de melhoria do sistema de esgotamento sanitário de São Luís.

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