Os ministros do PMDB garantiram ontem à presidente Dilma que de 20 a 25 deputados da sigla são contra o impeachment. A contagem de votos também foi tratada pelo ministro Ricardo Berzoini com o líder do PMDB, Leonardo Picciani, e o ministro Marcelo Castro. Para os ministros, recebidos por Dilma, disse que quer anunciar até amanhã a recomposição do governo.
Reação à caça às bruxas
Os principais líderes do PMDB no Senado são contra a expulsão da sigla dos que vão se manter fiéis ao governo Dilma. Um deles afirmou ontem que “não é a tradição do PMDB, e que conversa é essa de caça às bruxas”. Eles ironizam a composição de um Ministério de “notáveis” num governo Temer, perguntando como eles conseguiriam apoio no Congresso. Os senadores relatam que o senador Jader Barbalho teria dito ao vice Michel Temer: “O Café Filho assumiu o poder sem dar um tiro no Getulio Vargas. O Itamar Franco também assumiu a Presidência sem liderar a queda de Fernando Collor.”
Reaproximação
Enquanto os grupos do vice Michel Temer e do presidente do Senado, Renan Calheiros, trocam farpas nos bastidores, aliados de Temer trabalham para restabelecer as pontes. Pedem para que os senadores baixem a bola.
Segura peão
Dirigentes petistas e ministros do Planalto querem que os senadores da sigla sejam mais “cuidadosos” nos ataques ao PMDB. Alertam que quem está saindo é quem já não estava ao lado do Planalto. No Senado, o líder do governo, Humberto Costa (foto), apoia essa estratégia. Ele explica que “o PMDB nunca votou unido em nada”.
Aumentar a pressão
Integrantes do Conselho de Ética querem se encontrar com o juiz Sérgio Moro. A ideia é pedir agilidade na liberação de quatro réus da Lava-Jato para que deponham no caso Cunha, entre eles o doleiro Alberto Youssef e o lobista Júlio Camargo.
Fome de poder
O PR, que tem uma bancada de 40 deputados, quer ter dois ministérios. Além da pasta dos Transportes, dirigida por Antonio Carlos Rodrigues, quer aproveitar o movimento pelo impeachment. Um dos alvos da legenda é a Secretaria dos Portos, hoje com o PMDB.
Linha de fundo
O deputado Silvio Torres (PSDB) abriu, na terça-feira, os trabalhos da CPI da Fifa na Câmara, 15 anos após encerrar uma CPI sobre o mesmo tema. A outra terminou sem votação de relatório por manobra da bancada da bola.
Os bisbilhoteiros
Deputados ganharam uma espécie de armário de carregadores de celulares. Ele foi instalado no cafezinho anexo ao plenário. Os fios para alimentar os aparelhos ficam em caixas que podem ser trancadas pelos seus donos.
MATA-MATA. O líder do PHS, Givaldo Carimbão, esteve ontem à noite no Planalto. A sigla tem sete deputados e integrava o bloco PP-PTB-PSC.
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