Os vários cenários

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A simples movimentação do PMDB em direção oposta ao governo Dilma Rousseff (PT) mexeu com as perspectivas políticas em todo o país - incluindo o Maranhão - e abriu novos cenários de curto, médio e longo prazos na política.
O PMDB é o partido com maior perspectiva de poder a curto prazo, com chance real - e dependendo apenas de si - para assumir o comando imediato do país, com o vice-presidente Michel Temer, já a partir do eventual impeachment da presidente. Com ele, ascendem, automaticamente, lideranças maranhenses de peso, como a ex-governadora Roseana Sarney, o ex-candidato a governador Edison lobão, e o senador João Alberto, independentemente da posição que os peemedebistas maranhenses tomem.
Mas a ascensão do PMDB pode trazer também um pacto de poder, com vistas às eleições de 2018, incluindo o PSDB, sobretudo com a força que o senador paulista José Serra tem com o próprio Temer. Com Serra ganhando força - ainda que em uma disputa surda com o mineiro Aécio Neves pela hegemonia tucana em 2018 - o PSDB maranhense terá que se realinhar nas próximas eleições gerais, fatalmente deixando a órbita do governo Flávio Dino (PCdoB).
O eventual impeachment de Dilma dá a Dino poucas opções de movimentação nacional. Há quem aposte numa reaproximação do governador com o futuro presidente peemedebista. O mais provável, no entanto, é que o comunista aposte no vácuo de lideranças mais à esquerda para se projetar como principal contraponto ao projeto PMDB/PSDB. Sobretudo porque sabe que o afastamento de Dilma esvazia o próprio PT e praticamente anula as chances de Lula em 2018.
Mas há ainda um outro cenário: principal artífice do apoio do empresariado paulista ao fim precoce do governo do PT, o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, é hoje o principal líder do PSB em âmbito nacional, e pode, inclusive, disputar a presidência pelo partido que foi de Eduardo Campos. E isso põe também o senador Roberto Rocha na mesa de negociações no Maranhão.
São apenas cenários, que podem se consolidar ou não a curto, médio e longos prazos. Mas são possibilidades reais, diante do desenho que se faz da política nacional em 2016.

Por que será?
O diretor do Procon, Duarte Júnior, recuou em uma ação programada para a madrugada desta quinta-feira, 31.
Ele iria apreender ônibus em situação irregular no sistema de transporte de São Luís, para forçar a renovação da frota, com base no Código de Defesa do Consumidor.
Ocorre que, na tarde de ontem, a assessoria do Procon ligou para jornalistas informando que a ação havia sido abortada.

Incoerência
O deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) ficou constrangido, ontem, ao ser confrontado com sua própria incoerência pelo deputado Adriano Sarney (PV).
O socialista criticava membros do PMDB por deixarem o governo Dilma e os classificava de incoerentes e traidores, e aproveitava para alfinetar o grupo político ligado ao ex-presidente José Sarney.
Adriano lembrou que no governo Flávio Dino (PCdoB), do qual Bira já fez parte, há vários dissidentes do grupo e questionou se esses eram também traidores.

Saída
O deputado estadual Max Barros confirmou ontem que se desfiliou do PMDB para ingressar no PRP.
Em pronunciamento na Assembleia, ele fez questão de ressaltar que deixou o partido no momento em que a legenda está na iminência de ter um presidente da República.
“Então, não me move nenhum interesse menor. Inclusive, quero agradecer aos integrantes do PMDB pelo tratamento que eu tive. Eu só deixo amigos no PMDB”, assegurou.

Denúncia
A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) denunciou ontem na Assembleia Legislativa um suposto calote aplicado pela empresa Laiones da Silva Nascimento, aos estagiários.
A empresa presta serviços para a Secretaria de Estado da Segurança Pública e, segundo a deputada, não paga os valores referentes à bolsa [salários], dos estagiários, há quatro meses.
Segundo a parlamentar, a empresa já recebeu R$ 3 milhões do Executivo estadual, e mesmo assim, “não tem honrado” o seu compromisso.

Pré-candidatura
O vereador Roberto Rocha Júnior (PSB) anunciou ontem que vai disputar as prévias partidárias com o deputado estadual Bira do Pindaré pelo direito de ser o candidato da legenda a prefeito de São Luís.
Além do vereador, também já havia anunciado a pré-candidatura à Prefeitura de São Luís o senador Roberto Rocha, pai de Rocha Júnior.
O anúncio de Roberto Rocha Júnior rebate nota da coluna, na edição de ontem, que apontou suposto apoio do vereador à candidatura de Bira do Pindaré.

Troca partidária
A briga está grande dentro dos partidos políticos em São Luís.
Com a aproximação do fim do prazo para filiação partidária, as pressões e promessas para troca de legenda vêm aumentando.
O problema é que há presidentes de partidos que buscam a todo custo nomes com expressão na capital que possam compor uma chapa competitiva para a eleição proporcional.

Reforço
Presidente do diretório municipal do PMDB e pré-candidato a prefeito de São Luís, vereador Fábio Câmara, deixou clara sua posição em favor do impeachment da presidente Dilma.
E espera que a situação se resolva antes mesmo da definição das candidaturas em São Luís.
O peemedebista acredita que pode trazer o “futuro presidente Temer” para fortalecer sua campanha na capital maranhense.

E MAIS

• Primeiro suplente do PT à Assembleia Legislativa, o médico Yglésio Moyses aposta suas fichas na eleição da deputada Francisca Primo, em Buriticupu.

• Surgiu ontem nos bastidores a especulação de que o deputado federal Aluisio Mendes está cotado para um eventual ministério no governo Dilma.

• O senador Roberto Rocha aposta na ascensão do governador de São Paulo, o ainda tucano Geraldo Alckmin, no PSB para frear os interesses de Bira do Pindaré em São Luís.

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