O Estado contra o Aedes

Casos notificados de doenças transmitidas pelo Aedes são três vezes maiores do que em 2015

Dados dizem respeito às primeiras 12 semanas epidemiológicas deste ano; dengue é a com maior número de notificações, mas o zika apresentou crescimento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Em cerca de um mês e meio, o Aedes aegypti mostrou que o poder público e a população ainda precisam aumentar os esforços para coibir o surgimento de novos casos de dengue, febre chikungunya e zika vírus – as três doenças transmitidas pelo mosquito. Nesse período, o número de casos notificados aumentou 260,45%. A dengue é a doença com maior número de casos notificados, mas o zika vírus apresentou o maior crescimento, 670%. Para combater a proliferação do mosquito, a Prefeitura de São Luís tem feito ações para eliminar os focos do transmissor e pede à população que ajude, cuidando do correto descarte do lixo na sua comunidade.

Este ano, já foram notificados mais de 1.413 casos de dengue, fe­bre chikungunya e zika. Os dados são da Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís e referem-se às primeiras 12 semanas epidemiológicas de 2016. No perío­do de 1º de janeiro a 12 de fe­vereiro, as seis primeiras semanas epidemiológicas de 2016, as três doenças somavam apenas 392 casos notificados. “Estamos na 12ª semana epidemiológica, e os casos notificados triplicaram em relação ao mesmo período de 2015”, afirmou Teresinha Lôbo, superintendente de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís.

Ainda segundo Teresinha Lô­bo, esse aumento no número de casos da doença aconteceu neste início de ano porque esse é o período de chuvas mais intensas, que facilitam a proliferação do mosquito. Das três doenças, o zika vírus foi o que teve o maior crescimento, passando de 60 ca­sos (até 12 de fevereiro) para 462 até a sexta-feira, dia 25, um aumento de 670%. No entanto, a dengue tem o maior número de casos notificados, 650.

Combate ao mosquito
De acordo com a superintenden­te de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís, a Prefeitura tem adotado diversas me­didas para combater a proliferação do mosquito e coibir o surgimento de casos da doença. “Começamos reforçando nosso trabalho nas áreas de maior incidência das doenças e com maior índice de infestação pelo mosquito”, informou Terezinha Lôbo. O índice de infestação é a presença de larvas do mosquito Aedes aegypti nas moradias e, segundo o Ministério da Saúde, este valor não pode ser superior a 1%, ou seja, de cada 100 moradias, apenas uma pode estar infestada.
Segundo Teresinha Lôbo, o centro de São Luís apresenta o maior índice de infestação pelo mosquito. “Lá, temos muitos imóveis abandonados que se tornam locais propícios para a proliferação do Aedes aegypti. Tem ainda o problema do abastecimento irregular de água, que obriga a população a fazer reservatórios em suas casas, mantendo água parada em suas moradias”, comentou. Os bairros Cidade Olímpica e Cidade Operária também aparecem na lista dos que têm índice de infestação acima do recomendado pelo Ministério da Saúde.

População
Por isso, Teresinha Lôbo pede que a população esteja atenta e ajude no combate ao mosquito. “A Prefeitura tem feito sua parte, mas a gente precisa que a população adote a sua área, porque não adianta a Prefeitura limpar o local e a população não cuidar e continuar eliminando os focos do mosquito”, disse a superintendente de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís. Ela destacou ainda que o descarte correto do lixo é uma medida simples e que pode ser feita pelos moradores da capital, mas o que se vê pelas ruas são lixões.

Na Avenida Ferreira Gullar, dois, bem próximos um do outro, são locais propícios para a proliferação do mosquito, por causa da grande quantidade de recipientes descartados. Em um de­les há ainda uma poça de água. “Até um folha que acumule água pode servir para que o mosquito ponha seus ovos e se reproduza”, frisou Teresinha Lôbo.

Números
Casos notificados em 2016

650 casos de dengue
301 de febre chikungunya
462 ocorrências de zika vírus
1.413 casos notificados das três doenças

Limpeza

A Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís informou que a presença de lixões nos bairros, que podem se tornar criadouros do mosquito, podem ser denunciados ao órgão, que faz a limpeza da área. As denúncias podem ser feitas pelo seguinte e-mail: covisa.vsaude@gmail.com.

Como manter sua casa livre do Aedes

- Certifique-se de que a caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados
- Retire folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas
- Guarde pneus em locais cobertos
- Guarde garrafas com a boca virada para baixo
- Realize a limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos escoamentos de água
- Limpe e retire acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras
- Utilize areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal
- Retire água e faça a limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias
- Guarde baldes com a boca virada para baixo
- Estique lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos
- Mantenha limpas as piscinas
- Guarde ou jogue no lixo os objetos que pode acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.