Perigo

Locais onde houve desabamentos e mortes voltaram a ser ocupados

Mesmo com as constantes chuvas, moradores de áreas de risco na Salinas do Sacavém e Dom Luís não deixam imóveis em locais com perigo de desabamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
No Salinas do Sacavém, casa erguida à beira de barranco, onde já houve desabamento, está ocupada
No Salinas do Sacavém, casa erguida à beira de barranco, onde já houve desabamento, está ocupada (área de risco)

Em 11 de abril de 2009, um deslizamento de terra no Salinas do Sacavém, decorrente das fortes chuvas, resultou em duas mortes, de um homem e de uma mulher. Os corpos foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros. No mesmo dia, três casas desabaram no local. Hoje, quase sete anos depois, o que se vê é que esses locais onde houve os desabamentos voltaram a ser ocupados. De acordo com Telma Marques Arouche, presidente da Associação de Donas de Casa do Salinas Sacavém, isso se deu porque os moradores não tiveram condições de se manter com o aluguel social, pago pelo Governo Municipal às famílias em risco e também porque até então não foram inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida, conforme havia sido prometido.

Além disso, conforme Telma Arouche, muitos não querem aban­donar o local, pois ali já construíram suas vidas, mesmo que esta vida esteja constantemente em risco. Para ela, o ideal seria que a Prefeitura se aliasse ao Governo do Estado para a conclusão do muro de contenção que poderia dar um fim ao problema. Parte do muro começou a ser construída logo após o acidente em abril, na Rua 2 do Salinas do Sacavém. Foi finalizada anos depois e hoje está sem manutenção.

Uma das casas interditada pela Defesa Civil, na época dos desabamentos, em 2009, já foi reerguida e tem gente morando. Na parte de baixo do barranco, em cima das ruínas da casa onde o casal morreu em 2009, uma nova já foi construída.

Vila Dom Luís
Na Vila Dom Luís, na Região Itaqui-Bacanga, o problema também é deslizamento de terras. De lon­ge, é possível ver um enorme plástico preto, que foi colocado em uma barreira no fundo das casas para se evitar o deslizamento, durante as chuvas.

Os moradores dizem que, até então, não houve grandes movimentações nos morros. Apenas pequenas deslizamentos de terra. Mesmo assim, eles vivem com medo de que algo mais grave pos­sa acontecer. Jacenilde Garcia, que já mora há cinco anos na Rua das Mangueiras, no bairro, conta que nunca houve nada de realmente grave, mas que cada chuva é uma preocupação a mais. “A gente se preocupa, né? E fica apreensiva”, afirma a dona de casa.

Quem também tem a mesma preocupação é Joelma Sousa. Moradora da via, ela diz que, apesar de nunca ter visto um grande deslizamento, sabe que corre riscos o tempo todo, ainda mais agora, com as chuvas aumentando a cada dia.

Previsão
Segundo a previsão climática trimestral, elaborada pelo Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a previsão por consenso, até abril de 2016, indica maior probabilidade de chuva abaixo da normal em grande parte das Regiões Norte e Nordeste. Isso inclui o Maranhão e São Luís.

As chuvas ainda devem ocorrer até o final de abril. Porém, seguem mal distribuídas tanto no tempo quanto no espaço. Isso significa que pode ocorrer concentração de chuva em curtos períodos de tempo e áreas isoladas. O laboratório ainda destaca que podem ocorrer chuvas fortes e rápidas, acompanhadas de trovoadas e ventos fortes, o que pode provocar transtornos principalmente em áreas urbanas. Outra característica prevista é a ocorrência de veranicos, isto é, dias consecutivos sem chuva dentro do período chuvoso.

SAIBA MAIS

Previsão do tempo para hoje

Céu parcialmente nublado com formação de pontos isolados com pancadas esparsas de chuva que podem ser acompanhadas de trovoada.

Áreas de risco

De acordo com a Defesa Civil, São Luís tem áreas de risco sujeitas a três tipos de acidentes: alagamentos, inundação ou deslizamento. Todos variam conforme a quantidade de chuvas que caem na cidade. Regiões como a Salinas do Sacavém estão suscetíveis a alagamentos e deslizamentos, já áreas da Região Itaqui-Bacanga sofrem com inundação e também deslizamentos.

Ações

A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) afirma que, por meio da Superintendência de Defesa Civil, adota, regularmente, medidas preventivas, a fim de minimizar os impactos dos desastres em áreas de risco. Entre essas ações estão:
- Atualização do mapeamento das áreas de risco
- Atualização do Plano de Contingência e reunião com seus atores
- Reuniões frequentes com comunidades em áreas de risco
- Capacitação das lideranças comunitárias que atuam nessas áreas para ajudar, de forma eficaz, caso haja necessidade
- Monitoramento constante dessas áreas
- Vistorias técnicas e emissão de laudos sempre que houver necessidade
- Encaminhamento dos laudos para órgãos competentes

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