O governador Flávio Dino (PCdoB) recuou ontem, depois de anunciar que entraria na Justiça para que o Governo do Estado fosse autorizado a realizar recuperação emergencial da BR-135, no trecho entre São Luís e Bacabeira, um dos mais castigados pelas chuvas e pelo intenso tráfego de veículos.
Em novo comunicado publicado em suas contas nas redes sociais, ele disse que Procuradoria Geral do Estado (PGE) protocolaria, ainda na segunda-feira, uma ação judicial, mas cobrando que a obra fosse feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes e originariamente responsável pela manutenção da rodovia.
“Tal como já anunciei, a Procuradoria Geral do Estado ingressará hoje [ontem] na Justiça pedindo que o DNIT recupere imediatamente a BR 135”, escreveu o comunista.
A postura do governador mudou em relação ao que havia sido anunciado no fim de semana, também por meio das redes sociais.
No sábado, 26, pressionado a cobrar mais firmemente da presidente Dilma Russeff (PT), sua aliada, uma solução para os problemas da via – que ganharam ainda mais destaque após o assassinato da bailarina Ana Duarte quando ela reduziu a velocidade do seu carro por conta de buracos na pista –, Dino afirmou que tomaria uma medida inusitada: pediria autorização judicial para que o próprio Estado fizesse o tapa-buracos na via e, depois, cobrasse ressarcimento da União.
“Venho alertando o Governo Federal para as tragédias que ali se verificam. Infelizmente, o DNIT há meses permanece inerte. Com a responsabilidade que me cabe, na segunda-feira o Estado do Maranhão ingressará na Justiça contra o Governo Federal. O pedido é que o Governo do Maranhão seja autorizado pela Justiça a efetuar recuperação emergencial BR 135, cobrando ressarcimento do Governo Federal”, declarou.
Na ocasião, mesmo sem citar diretamente a presidente Dilma, Flávio Dino classificou de “negligente” a atitude da petista em relação ao Maranhão.
“Compreendo e sou solidário com problemas do Governo Federal. Mas não posso compactuar com um ano de negligência do DNIT, no único acesso a São Luís. Legalmente não posso cuidar de obras federais. Por isso, espero que Justiça me autorize, para que possa resolver e cobre gastos do Governo Federal”, destacou.
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O intenso tráfego de veículos pela BR-135 durante todo o feriado da Semana Santa evidenciaram um problema que já vem sendo notado por motoristas habituais há pelo menos seis meses: o aumento do número de buracos na rodovia. Além disso, o Governo Federal mantém a passos lentos a obra de duplicação do trecho de 27 quilômetros entre o Estreito dos Mosquitos e a cidade de Bacabeira, o que dificulta ainda mais o trânsito no local.
Nós precisamos unir as mãos. Parar de balela, parar de falar besteira, parar de inventar desculpas e parar de colocar a culpa nos outros. Nós somos os responsáveis”Wellington do Curso, deputado estadual
Deputado apresenta moção de repúdio a Dilma Roussef
O deputado estadual Eduardo Braide (PMN) apresentou ontem requerimento à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, solicitando a aprovação de uma moção de repúdio à presidente Dilma Rousseff (PT) pela “forma como o Governo Federal vem tratando a situação das BRs que cortam nosso Estado, [...] em especial o estado lastimável, devido à falta de recuperação, da BR-222 e da BR-135”.
No documento, Braide reclama, ainda, do que considera descaso do governo Dilma com a obra de duplicação da BR-135 no trecho entre o Estreito dos Mosquitos e a cidade de Bacabeira.
“Nunca foi entregue sequer o primeiro trecho desta importante BR, única via de acesso à capital”, destacou.
Durante a sessão de ontem na Assembleia, diversos deputados manifestaram contrariedade por conta da morosidade da obra e da situação precária da rodovia.
“O Maranhão não aceita mais se sujeitar a essa situação intolerável de descaso”, reclamou Nina Melo (PMDB).
O deputado Wellington do Curso criticou a atuação dos próprios deputados estaduais, que, segundo ele, “inventam desculpas” para a interminável obra de duplicação da BR-135.
“Nós precisamos unir as mãos. Para de balela, parar de falar besteira, parara de inventar desculpas e para de colocar a culpa nos outros. Nós somos os responsáveis”, disse.
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