Caburé já foi um pequeno vilarejo de pescadores com casinhas simples recobertas por palha de buriti. Ho­je, a localidade se transformou num dos principais destinos e parada obrigatória para quem visita a região, conhecida como “Pequenos Lençóis”, entre as margens do Rio Preguiça, uma extensa faixa de praia quase deserta em tom verde-oliva. Diferente dos outros pontos do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, onde por força de lei ambiental é proibido qualquer tipo de construção, Caburé já conta com estrutura satisfatória para receber seus turistas. Pousadas e restaurantes se instalaram pelas bandas de lá. O lugar é bastante sim­­pático, rústico, isolado do mundo e ótimo para lua de mel ou lazer em família. Uma verdadeira obra de arte da natureza.

O local é habitado por um número reduzido de pequenos comerciantes, funcionários e alguns moradores, que vivem da pesca, principal fonte de renda dos nativos. Durante o dia, é comum encontrá-los pela orla, e não se espante se esses pescadores lhe con­vidarem para uma braçada no mar, com uma pequena rede de arrastão, que pode render ainda alguns peixes e siris, abundantes na região, criando uma atmosfera bastante positiva.

O que mais se vê em Caburé são visitantes de todos os lugares do Brasil e do mundo, que buscam o sossego. Até sinal de celular é raro por lá. O que predomina nesse paraíso são as dunas de areia clara e fofa e que chegam a atingir 20 metros de altura. Caburé tem luz movida a gerador. Um delicioso refúgio, onde o visitante pode tomar banho de mar e tirar o sal do corpo na água doce do rio Preguiça.

Descobrir os segredos desse lugar é mais simples do que se imagina. Basta caminhar pelas incontáveis dunas, escolher qual sentido e se encantar com tamanha beleza. Entre a extensa faixa de areia, acontece um incrível pôr do sol, que pinta o rio Preguiça de laranja e torna esse momento inesquecível. O ideal é armar uma rede na varanda de um dos chalés e ir acompanhando o sol sumir atrás do mar. Como se não bastasse um cenário tão bonito, você ainda pode fazer parte dele: a água morna do fim da tarde torna irresistível aquele último mergulho antes do cair da noite.

Se o turista tiver um tempinho maior, pernoitar no Caburé é o ápice desse passeio. O jantar servido com frutos do mar pode vir acompanhado de vinho ou drinques. Por volta de 22h, o gerador, que passou o dia alimentando os chalés - que têm banheiro individual, camas rústicas e confortáveis -, é desligado. Surge, então, diante dos olhos já apaixonados, um céu esplendoroso. A lua e as estrelas são convidadas especiais e dão um brilho todo especial ao lugarejo. As pousadas dificilmente estão lotadas. Sempre tem um espaço vazio. A alta temporada, porém, traz um movimento maior.

Caburé é uma espécie de península e leva esse nome por causa da quantidade de pequenas corujas de olhos graúdos e penas amarronzadas. Hoje é quase raro se avistar a espécie, mas o nome se per­petuou.

Desse santuário, o turista pode seguir viagem em linha reta e conhecer outros paraísos próximos. Entre eles, o Delta do Rio Parnaíba, que, com sua maior parte em território maranhense, fica a menos de uma hora. As cidades de Paulino Neves, Água Doce do Maranhão e Tutoia são excelentes dicas de turismo de sol, mar e aventura. Aproveite para conhecer cada uma delas. Depois de tudo isso, se ainda tiver fôlego, o litoral do Piauí e a praia de Jericoacoara (CE) estão um pouco mais à frente e integram a “Rota das Emoções”, um dos principais atrativos do Nordeste. Para quem duvida da existência de Deus, basta visitar Caburé e presenciar uma dádiva da natureza, feita pelas mãos do Grande Arquiteto do universo. Um lugar simplesmente divino.

SERVIÇO

DICA IMPORTANTE

O principal portão de entrada para quem deseja conhecer Caburé é a cidade de Barreirinhas, que fica distante cerca de 240 km do Centro Histórico de São Luís. Infelizmente, “feche os olhos” ao entrar na cidade. O município está abandonado, com muitos buracos, lixo em vários pontos e falta infraestrutura para receber os visitantes. A viagem até o povoado Caburé é feita por meio de lanchas “voadeiras”, que partem da Avenida

Beira-Rio ou do píer de alguns hotéis. O passeio começa por volta das 9h e, no trajeto, o turista conhece também os povoados Vassouras e Mandacaru. Do alto do Farol da Marinha, que é aberto ao público, o visitante pode ter ideia da imensidão do Parque e avistar boa parte dos Grandes Lençóis, do Rio Preguiças e seu encontro com o mar. Na hora de contratar os passeios, escolha empresas com guias especializados e opte pelos passeios coletivos, que são mais baratos e envolventes. Uma boa opção é a CN Turismo (98) 99934-1779, que oferece todos os passeios, pelo preço médio de R$ 70,00 por pessoa.

COMO CHEGAR

Do Terminal Rodoviário de São Luís: ônibus da empresa Cisne Branco (www.cisnebrancoturismo.
com.br). Viagens diárias e as passagens custam em torno de R$ 40,00. Serviços de vans são outras boas opções e têm a vantagem de apanhar o turista no hotel ou residência. Quem optar por via aérea pode contratar a Cururupu Taxi Aéreo e ainda contemplar panoramicamente o esplendor do mosaico dos Lençóis Maranhenses (98 98250-0219).

ONDE FICAR

Uma excelente escolha é aproveitar os serviços, o conforto e a piscina com bar molhado do Grand Solare Lençóis Resort. (98) 3349-6000 Para quem desejar passar mais tempo no Caburé, uma boa escolha é a Pousada Portal do Caburé (antiga Paturi), que fica entre o rio e a praia. (98) 98882-7363 /98612-6866. Quartos casal: R$ 120,00.

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