Governo Dilma

Dilma já faz cálculos para barrar impeachment

Presidente garante ter a convicção de que terá os 172 votos suficientes para barrar o processo na Câmara Federal, que tem 53 deputados; ex-presidente deve articular

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Dilma Rousseff mostrou otimismo na articulação para impedir o impeachment na Câmara Federal
Dilma Rousseff mostrou otimismo na articulação para impedir o impeachment na Câmara Federal (Presidente Dilma Rousseff)

A presidenta Dilma Rousseff disse ontem ter a convicção de que conseguirá os votos necessários para barrar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Para impedir que o processo tenha seguimento no Congresso, o governo precisa de 172 votos em seu favor na Câmara, que tem 513 deputados.

“Eu tenho convicção de que nós teremos os votos necessários”, disse a presidenta em resposta a jornalistas, após visitar obras de infraestrutura para instalação do satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas, em Brasília.

Dilma ganhou mais força após decisão do ministro Teori Zavascki decidiu, na terça-feira, 22, que todos os processos da Operação lava Jato relacionados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terão que ser remetidos para o Supremo Tribunal Federal, pelo menos até o julgamento do recurso do governo contra a decisão que suspendeu sua nomeação para a Caa Civil.

Com a garantia de Zavascki, Lula não corre mais riscos de sofrer nenhum tipo de ação do juiz Sérgio Moro, coordenador da Lava jato na primeira instância. O semblante de Dilçma ontem, após a decisão, era de alívio, até para que o ex-presidente pudesse se movimentar com maior desenvoltura no Congresso Nacional.

O plenário da Câmara vai analisar o parecer caso seja aprovado pela Comissão Especial do Impeachment, criada na semana passada. Os 65 deputados da comissão apreciarão o relatório de Jovair Arantes (PTB-GO), que poderá acatar ou rejeitar o pedido de impeachment.

A presidenta foi notificada sobre o processo na última quinta-feira (17), e tem o prazo de 10 sessões da Câmara para apresentar sua defesa.

OAB apresentará à Câmara novo pedido de impeachment contra Dilma

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) irá protocolar na segunda-feira, 28, na Câmara dos Deputados, um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em que inclui as acusações feitas contra a petista pelo senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

A delação do ex-líder do Senado foi considerada como fundamental para o apoio da Ordem à cassação do mandato de Dilma. Segundo Delcídio, a presidente teria tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato em ao menos três vezes. O pedido da entidade também trará as denúncias sobre as pedaladas fiscais e a renúncia fiscal autorizada para a realização da Copa do Mundo de 2014.

Caberá ao presidente da Câmara decidir se aceita ou não o pedido formulado pela OAB. Caso isso aconteça, uma nova comissão de deputados precisará ser eleita para analisá-lo, o que possivelmente só aconteceria após o resultado dos trabalhos da primeira comissão.

As declarações do ex-líder do governo no Senado haviam sido anexadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao processo que já tramita na Casa contra a presidente. No entanto, a comissão do impeachment decidiu retirá-las do processo por considerar que a inclusão da delação deveria ter sido feita por Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, autores do pedido.

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