Uma aposta arriscada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Ao assumir publicamente a defesa do bombardeado governo Dilma Rousseff (PT), o governador Flávio Dino (PCdoB) está assumindo também um alto risco político. O governo do PT sofre desgaste sem precedentes, com ampla maioria da população pedindo o seu encerramento, seja por impeachment, seja por cassação ou renúncia da presidente.
Além do desgaste popular, o posicionamento do governador o coloca em situação de confronto com vários grupos que hoje estão em seu governo, mas defende um futuro para o país diferente do dele, a exemplo do PSDB e do PSB.
Dino, que fez uma espécie de jogo duplo entre Dilma e Aécio Neves (PSDB) nas eleições de 2014, bateu-boca com o governador de São Paulo em 2015, Geraldo Alckimin. Além de ser uma das vozes de peso do tucanato nacional que prega o fim do governo petista, Alckmin é uma espécie de eminência parda no PSB, legenda para qual há, inclusive, especulação de que ele se transferirá ainda este ano.
Mas o governo resolveu fazer outra aposta: uma cobrança mais direta do PMDB, aliado de Dilma, mas que já anunciou para o dia 29 de março anúncio oficial do seu futuro, que pode ser o rompimento com o PT. Dino sabe que num eventual governo do PMDB dificilmente terá acesso, e sabe que Dilma depende do partido do vice Michel Temer para tentar barrar o impeachment na Câmara dos Deputados.
A ação política de Flávio Dino, portanto, é uma jogada com alto risco. E com influência direta em seu próprio futuro, como político e como governador.

Um nome
O senador João Alberto de Sousa, presidente regional do PMDB, disse que o partido tem como prioritária a pré-candidatura do vereador Fábio Câmara em São Luís.
E ressaltou que, apenas em caso de ele “não decolar nas pesquisas”, ou recuar em seu desejo de ser candidato, é que a legenda discutirá outras possibilidades.
Em tempo: o próprio partido deve encomendar pesquisa em São Luís até meados de abril.

Desembarque
A direção nacional do PMDB já informou aos diretórios regionais (o do Maranhão aí incluído): ocupantes de cargos federais devem esvaziar as gavetas.
A ordem é para que os assessores de órgãos do governo Dilma passem a semana organizando o desembarque, que será efetivado após a Semana Santa.
No caso do Maranhão, deverão entregar os cargos o diretor nacional da Funasa, ex-deputado Arnaldo Melo, e o superintendente do órgão no estado, André Campos.

Pedido
Um grupo de 44 pré-candidatos a vereador pelo Partido Verde fez na semana passada um pedido ao deputado Adriano Sarney.
Querem que o parlamentar seja o candidato a prefeito de São Luís pelo partido.
O desejo foi expressado numa carta, encaminhada ao parlamentar com as assinaturas dos pré-candidatos, que querem, também condições igualitárias para disputar uma vaga na Câmara. Adriano está avaliando o pedido.

Ficam
Os pré-candidatos que pedem a candidatura de Adriano Sarney (PV) são os mesmos que chegaram ao partido com a vereadora Rose Sales.
“Órfãos” desde que ela deixou a legenda para filiar-se ao PMB, há uma semana, decidiram não sair do partido.
Por isso agora articulam-se por uma candidatura majoritária forte que os ajude no projeto de chegar ao Legislativo municipal.

Enxurrada
O deputado estadual Wellington do Curso (sem partido) apresentou na sessão de ontem 21 proposições em favor dos bairros Jardim Turu, Parque Vitória e Alto do Turu.
Uma enxurrada de projetos, que devem ser encaminhados ao Governo do Estado.
Os projetos são nas áreas de infraestrutura, abastecimento de água, educação e saúde.

Repercutiu
A manchete do jornal O Estado “Ele ainda tem a força?”, da edição de ontem, foi destaque do telejornal Hora Um, da Rede Globo.
A reportagem levantou a análise de deputados federais maranhenses a respeito da situação do ex-presidente Lula e de sua eventual presença no Governo Dilma.
Além de O Estado, a jornalista Monalisa Perrone também destacou O Globo, Zero Hora, Folha de S. Paulo e Estadão.

Descontente
O posicionamento crítico do governador Flávio Dino em relação ao juiz federal Sergio Moro tem provocado incômodo na magistratura.
No último fim de semana, o juiz João Pereira Neto, da Comarca de Caxias, utilizou o seu perfil para lamentar o posicionamento de Dino. “O senhor virou político”, destaca trecho da referência que ele faz ao comunista.
Na sexta-feira, 500 magistrados de todo o país lançaram nota em defesa de Moro.

E MAIS

• Passado o prazo da janela partidária, a deputada federal Eliziane Gama confirma que ainda não deixou a Rede Sustentabilidade

• O deputado Neto Evangelista ainda quer ser candidato do PSDB a prefeito, mas teme assumir isso publicamente e contrariar Flávio Dino.

• O PCdoB pode indicar o ex-secretário Batista Matos como companheiro de chapa de Edivaldo Júnior, embora se movimente pela vaga na Câmara.

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