Gás natural

“A PGN segue investindo para ampliar sua atuação na Bacia do Parnaíba”

Companhia privada investiu ano passado R$ 1 bilhão na exploração de gás natural da região, sendo aproximadamente R$ 771 milhões nos campos de Gavião Vermelho e Gavião Branco

Ribamar Cunha/Subeditor de Economia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
(PGN)

SÃO LUÍS - NO Maranhão tornou-se um importante produtor de gás natural, a partir das reservas descobertas e já em produção na Bacia do Parnaíba. Hoje, a Parnaíba Gás Natural (PGN) opera oito campos na região com uma produção de 4,9 milhões de metros cúbicos de gás por dia e perspectiva de dobrar esse volume até julho deste ano. Em entrevista a O Estado, o presidente da PGN, Pedro Zinner, fala dos investimentos da empresa, do aumento do portfólio na bacia com a concessão de novos blocos e também dos benefícios que a exploração do gás está gerando para o estado.

A PGN opera oito campos exploratórios de gás natural na Bacia do Parnaíba. Desse total, quantos já estão produzindo, em quais municípios e qual o volume de gás produzido?
A Parnaíba Gás Natural opera oito campos: Gavião Real, Gavião Branco, Gavião Vermelho, Gavião Azul, Gavião Branco Sudeste, Gavião Branco Norte, Gavião Caboclo e Gavião Preto. Destes, três estão em produção: Gavião Real (Santo Antônio dos Lopes), Gavião Branco (Lima Campos) e Gavião Vermelho (Capinzal do Norte). Atualmente, são produzidos 4,9 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A meta é atingir a capacidade de produção de 8,4 milhões de metros cúbicos de gás por dia até julho de 2016.

Quanto a PGN já investiu na Bacia do Parnaíba até agora e qual valor ainda deve ser aplicado este ano pela empresa na exploração e produção do gás?
A PGN investiu, somente no ano passado, R$ 1 bilhão em todas as suas operações. Apenas no desenvolvimento dos dois campos que entraram em operação comercial este ano - Gavião Vermelho e Gavião Branco - foram investidos aproximadamente R$ 771 milhões. Para 2016, a previsão de investimentos é de R$ 200 milhões.

Qual a reserva estimada de gás nesses campos?
O volume estimado de gás in place nos campos de Gavião Real, Gavião Branco e Gavião Vermelho é de 15,97 bilhões de metros cúbicos.

A PGN tem interesse de ampliar a área de exploração na bacia, além desses oitos campos?
A PGN segue investindo para ampliar sua atuação na Bacia do Parnaíba. Em outubro, a empresa arrematou seis blocos durante a 13ª Rodada de Licitações. As novas concessões praticamente dobraram o portfólio da Parnaíba Gás Natural, de sete para 13 blocos, e acrescentaram 18 mil km² de novas áreas exploratórias, elevando a área de atuação da companhia de 7 mil km² para 25 mil km².

O gás produzido atende hoje o Complexo Termelétrico Parnaíba, da Eneva. A PGN não tem interesse ou demanda para atender outros segmentos?
A PGN tem interesse em atender outros segmentos, desde que haja excedente de produção de gás. Neste momento, a meta da empresa é atingir a capacidade de produção de 8,4 milhões de metros cúbicos por dia de forma a atender os contratos vigentes. É importante ressaltar que o gás natural é de propriedade da União, e o direito de explorar e produzi-lo é regulado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A antiga OGX havia assinado um protocolo de intenções com o Governo do Maranhão para que boa parte do gás também se destinasse à indústria, setor automotivo, etc. A PGN tem conhecimento desse documento?
Sim, a PGN tem conhecimento sobre este documento assinado pela gestão anterior. À época em que o protocolo foi assinado, o plano de desenvolvimento do campo de Gavião Real previa um volume estimado de gás in place de 49 bilhões de metros cúbicos de gás. Tal volume justificava o estudo de alternativas de uso para o gás. Entretanto, provou-se que o volume estimado de gás in place de Gavião Real era de aproximadamente 11 bilhões de metros cúbicos de gás. A confirmação deste número levou a PGN a estabelecer um robusto plano de investimentos para garantir o suprimento de gás para as térmicas. Neste contexto, a agência reguladora Aneel e a Eneva assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que postergou a entrada em operação da térmica de Parnaíba II para julho de 2016. O TAC está respaldado por notas técnicas da ANP, que apontam a necessidade de a PGN dispor de reservas provadas para atender cinco anos de contrato a 100% de despacho. Ou seja, a definição de excedente de gás diz respeito a imperativos regulatórios impostos pela União. Ainda que a PGN não utilize o excedente de gás, a empresa é obrigada, por contrato, a manter as reservas. Naturalmente, interessa à companhia diversificar a monetização do gás. Porém, o respeito aos contratos existentes é prioritário tanto do ponto de vista jurídico e comercial, quanto pela segurança da matriz energética do país, que nos últimos três anos se sustentou, em grande parte, nos megawatts gerados pelo gás fornecido pela PGN. A aquisição de no­vos blocos durante a 13ª Rodada é a prova do compromisso da PGN de encontrar novos recursos que, eventualmente, poderão ter uma utilização diferente da atual.

E os municípios onde estão sendo explorados o gás? Que benefícios estão tendo em termos de pagamento de royalties e investimentos sociais?
A PGN já pagou mais de R$ 171 milhões em royalties desde o início da produção de gás até o final de 2015. No âmbito dos investimentos sociais, a PGN está comprometida com o incentivo à educação no Maranhão por meio do apoio ao Programa Escola Digna. A companhia implantará, no município de Santa Filomena do Maranhão, um projeto de melhoria da infraestrutura e de fortalecimento da gestão pedagógica e administrativa da rede municipal. O projeto de fortalecimento da gestão será executado em parceria com uma organização experiente na área de educação, a Comunidade Educativa CEDAC.
A companhia também financiou a elaboração da Cartografia Social do Território Quilombola Bom Jesus dos Pretos, no Maranhão. A iniciativa reflete o comprometimento da PGN com o desenvolvimento das comunidades locais, e representa uma importante ferramenta para preservação dos direitos dos quilombolas, já que a Cartografia pode contribuir para a delimitação e titularidade dos territórios. A PGN realizou, ainda, em atendimento a condicionantes de licenciamento ambiental, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) dos imóveis rurais inseridos na área dos gasodutos de Gavião Branco e Santa Vitória e dos imóveis onde foram perfurados poços, com o objetivo de auxiliar sua regularização ambiental. Além de contribuir para o desenvolvimento da economia do Maranhão, por meio da contratação de mão de obra local, a PGN investe em cursos de qualificação profissional voltados para as comunidades rurais da área de influência da empresa. A previsão é de que os cursos profissionalizantes beneficiem ao menos 200 pessoas em 2016.

As empresas locais estão sendo beneficiadas com a compra de produtos e serviços?
Além do pagamento de royalties, a PGN contribui para o desenvolvimento da economia do Maranhão por meio do pagamento de impostos, da compra de produtos e serviços e da contratação de mão de obra local. Em 2015, a empresa contratou mais de 400 trabalhadores de comunidades locais para a construção da infraestrutura de tratamento e escoamento do gás proveniente dos novos campos.

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