Manifestações

Militantes vão às ruas em São Luís em defesa de Dilma

Eles se concentraram na Praça Deodoro, no centro da cidade, defenderam a permanência do atual governo e repudiaram a tentativa de impeachment da presidente Dilma. Manifesto aconteceu simultaneamente em outras cidades brasileiras

Leandro Santos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Manifestantes se concentraram em frente à Biblioteca Benedito Leite
Manifestantes se concentraram em frente à Biblioteca Benedito Leite (Manifestação na Praça Deodoro, em São Luís, )

SÃO LUÍS - No fim da tarde de ontem, centenas de militantes foram às ruas em São Luís durante um ato público em defesa da presidente Dilma Roussef, de Luiz Inácio Lula da Silva e contra a tentativa de impeachment da chefe do executivo federal, ação essa que os manifestantes classificaram como golpe. A manifestação aconteceu na Praça Deodoro, no centro da capital maranhense, e simultaneamente em diversas cidades brasileiras.

Os organizadores do ato montaram um palco em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite. A convocação dos militantes foi feita principalmente pelas redes sociais na Internet e, por volta de 17h, já era grande a quantidade de manifestantes, não apenas em frente à biblioteca, mas também em outros espaços da praça.

Concentração – Diversas autoridades participaram do ato público e se revezaram no palco montado no local, se posicionaram a favor do PT, de Lula e da presidente Dilma. Deputados, vereadores e secretários municipais e estaduais se fizeram presentes no espaço e expuseram para os militantes os motivos pelos quais são a favor da permanência do atual governo e ainda convocaram a população em geral para também tomar a mesma atitude.

Vestidos em sua grande maioria de vermelhos, os manifestantes carregaram bandeiras principalmente do PT e de outros partidos políticos aliados à base governista. Além disso, eles traziam consigo faixas e cartazes com mensagens de apoio à Lula, Dilma e com dizerem como “Não vai ter Golpe”, “A favor da democracia”, “Lula 2018” entre outros similares.

Diversas outras entidades também participaram do ato como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB); Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema); União Geral dos Trabalhadores (UGT); Movimento Sem Terra (MST); além de outros integrantes de juventudes partidárias, coletivos negros, feministas, LGBTs, centrais sindicais, entidades estudantis, estudantes e trabalhadores.

De acordo com Joel Nascimento, presidente da CTB no Maranhão e um dos articuladores do manifesto de ontem, o ato público teve o objetivo de chamar atenção também para evitar o que ele classificou como “ditadura do judiciário”. Ele afirmou ainda que a decisão do povo que elegeu a presidente Dilma Roussef de forma democrática deve ser respeitada.

“As entidades partidárias não aceitam esse golpe e essa ditadura do judiciário. A Justiça não pode invejar os Militares que fizeram uma ditadura no Brasil. O Judiciário tem o dever de respeitar o povo, que elegeu a presidente Dilma, e a Constituição Federal”, disse.

A Polícia Militar (PM) esteve no local acompanhando o ato público dos manifestantes. De acordo com o coronel Pedro Ribeiro, comandante do Policiamento da Área Metropolitana I (CPAM I) mais de 30 policiais estiverem presentes no espaço divididos em viaturas, motocicletas, à pé e também em helicópteros para evitar qualquer tipo de confronto.

Mais

A estimativa da organização do evento era de que, até o fim do manifesto, cerca de 5 mil pessoas participassem do ato. De acordo com o coronel Pedro Ribeiro, comandante do CPAM I, por volta de 17h30, aproximadamente 400 pessoas estavam presentes no manifesto.

Movimento pró-Dilma mobiliza cerca de 1 milhão no país

Manifestantes que defendem o governo Dilma e o ex-presidente Lula fazem atos na tarde desta sexta-feira em 25 estados no Distrito Federal. Em São Paulo, os militantes pró-Dilma ocuparam 11 quarteirões da Avenida Paulista. O ex-presidente Lula participou e discursou no evento.

“Esse país precisa voltar a crescer, tem que ter uma sociedade harmônica, que democracia é a convivência da diversidade (…) Tem gente que prega violência contra nós 24 horas por dia. Tem gente neste país que fala de democracia da boca para fora”, declarou o ex-presidente.

No Rio de Janeiro, a manifestação se concentrou na Praça XV, no Centro, num ato intitulado "Canto da democracia", e contou ainda com a participação e artistas.

Com faixas, cartazes e gritando palavras de ordem, como "Não vai ter golpe!", manifestantes criticaram ainda o juiz Sérgio Moro e o presidente da Câmara Eduardo Cunha.

No total, os organizadores calcularam cerca de 1 milhão de manifestantes pró-Dilma em todo o país, segundo agências de notícia. Para as pollícias militares, os eventos reuniram algo em torno de 200 mil pessoas.

Moro

Um grupo de juristas, professores e estudantes se reuniu no salão nobre da Faculdade de Direito da USP, no Centro de São Paulo, na noite de quinta-feira, 17, em defesa da legalidade e democracia. Com palavras de ordem como "Não vai ter golpe", grandes juristas do país como Fábio Konder Comparato discursaram no ato que reuniu centenas de pessoas.

O evento foi uma resposta às últimas ações judiciais que, segundo os juristas que assinam o manifesto, vêm ameaçando o Estado Democrático de Direito.

Sérgio Salomão Shecari, professor de Direito da USP, disse que a interceptação telefônica realizada pelo juiz Sérgio Moro, envolvendo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, constitui crime, com pena de dois a quatro anos de prisão. “O poder judiciário está, sim, acovardado, a ponto de ter modificado o princípio de presunção da inocência.”

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