Crise

Crise política em Brasília repercute na Assembleia

Deputados estaduais criticaram a postura do juiz federal Sergio Moro e falaram em preocupação sobre os rumos do país diante do pedido de impeachment de Dilma

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
(Deputados Othelino Neto, Max Barros e Zé INácio)

SÃO LUÍS - A crise política no país, que se agravou na última quarta-feira, após o juiz federal Sergio Moro ter divulgado à imprensa o conteúdo das gravações feitas pela Polícia Federal de ligações telefônicas feitas pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a reabertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal, repercutiu ontem na Assembleia Legislativa.

O primeiro a tratar do tema, logo no pequeno expediente, foi o deputado Raimundo Cutrim (PCdoB). Ele deixou claro que não fazia defesa alguma de Lula, mas criticou a postura do magistrado.

“Hoje estamos vivendo uma situação gravíssima no país e, principalmente, uma instabilidade jurídica muito grande. Hoje praticamente quem manda no país é o Poder Judiciário, pois o Legislativo e o Executivo praticamente não existem. Isso é muito grande para a democracia”, disse.

Francisca Primo repudiou a divulgação dos áudios. “Achei um absurdo a divulgação da fala da presidente com o ex-presidente Lula. Eu acho que nós estamos muito vulneráveis nesse momento e acredito que precisa ser tomada alguma decisão”, disse.

O primeiro vice-presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), afirmou que há excessos por parte da oposição e por parte do juiz federal Sergio Moro. “Ele extrapola as suas funções de juiz a ponto de rasgar a Constituição Federal do Brasil. E isso não é apenas uma palavra de um deputado de um parido aliado”, disse e completou. “O juiz Sergio Moro começou a errar quando da condução coercitiva do presidente Lula, e ontem [quarta-feira] chegou ao limite de expor nacionalmente uma fala do ex-presidente Lula com a presidente da República, Dilma Rousseff”, afirmou.

Rafael Leitoa (PDT) disse ter ficado estarrecido com a divulgação das gravações telefônicas.

“Quando aquele áudio chegou até mim eu nem acreditei. Pensei até que fosse talvez uma imitação ou coisa desse tipo, porque na verdade um áudio daquele ser vazado da forma que foi, a gente começa a desconfiar de todo o processo da Operação Lava Jato no que diz respeito ao presidente Lula”, disse, ponderando que não estava ali, fazendo a defesa institucional do presidente Lula.

Respeito – Max Barros (PMDB) afirmou que tem respeito à história do Partido dos Trabalhadores e a trajetória do ex-presidente Lula. Ponderou também aqueles que têm interpretações distintas das leis, e afirmou que a tentar desqualificar as investigações contra a corrupção é um erro.

“Acho que no momento em que vivemos, falar que impeachment é golpe é um equivoco muito grande. Por quê? Porque todas as instituições, todos os países democráticos têm que ter uma cláusula que se o gestor cometer um equívoco, for contra a lei ele possa ser retirado. Deputados podem ser cassados, senadores podem ser cassados, é lógico que o presidente da República, dentro da Constituição, se cometer irregularidades ele também pode e deve ser afastado. Esse é meu entendimento. E a base jurídica para essa questão está inclusive na peça do próprio pedido de impeachment”, disse.

Já petista Zé Carlos, rebateu. “Por que nós usamos a expressão golpe? Porque a presidenta Dilma foi eleita por 54 milhões de brasileiros, e a oposição inconformada com a derrota se utilizou de vários mecanismos durante todo o ano de 2015 perpassando pelo ano de 2016 e tenta desestabilizar o país”, finalizou.

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