Crítica

Comissão de impeachment começou muito mal, diz Dino

Segundo o governador do Maranhão, o principal problema político do Brasil é o crescimento avassalador de movimentos com ideologia fascista

Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Comissão especial analisa o impeachment da presidente Dilma Rousseff
Comissão especial analisa o impeachment da presidente Dilma Rousseff (Câmara dos Deputados)

BRASÍLIA - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse nesta sexta-feira, 18, que a comissão especial que analisa o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados começou muito mal, pois cometeu uma irregularidade ao apensar ao processo a delação premiada do senador Delcídio Amaral.

"O suposto processo de impeachment tem de ser denunciado e enfrentado, para que se dê nos termos da legalidade. A comissão ontem começou mal. O impeachment é um processo de punição por crime de responsabilidade", comentou. Ele lembrou que Dilma é acusada no processo de ter cometido as pedaladas fiscais. "Essa é denúncia recebida formalmente, restrita a esse tema, mas a comissão apensou a delação do Delcídio Amaral. Delação premiada não é prova e nada tem a ver com pedaladas fiscais. É um elemento estranho no processo", explicou.

Segundo Dino, o principal problema político do Brasil é o crescimento avassalador de movimentos com ideologia fascista. "São grupos inorgânicos, rejeitando líderes, mas ao mesmo tempo em busca de um führer, de um condutor. Outrora foram as Forças Armadas, hoje é a toga", afirmou. Segundo o governador, exemplo disso é o episódio das escutas telefônicas, com a divulgação dos diálogos entre Dilma e o ex-presidente Lula, "que descumpriram várias regras jurídicas". O governador diz que o Estado tem o dever de conter grupos violentos, defendendo a legalidade e a constitucionalidade.

O político do PCdoB também criticou a proposta de semipresidencialismo que está sendo discutida atualmente no Congresso. Para ele, só é possível imaginar o semipresidencialismo ou semiparlamentarismo se o chefe de Estado puder dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, o que o projeto em discussão não prevê. Além disso, o regime presidencialista no Brasil foi escolhido em plebiscito, derivado este da Constituição, por isso não se pode alterá-lo assim.

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